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11/08/2018 - 07:40

Pioram as avaliações das expectativas no mundo, na América Latina e Brasil, apontam Ifo/FGV

Após registrar um resultado positivo, em janeiro de 2018, o indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) da América Latina — elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV — voltou para a zona desfavorável, desde abril de 2018. A trajetória de piora do ICE foi confirmada pela última Sondagem que mostrou o recuo do ICE de -5,2 pontos para -21,1 pontos entre abril e julho. A satisfação com a situação atual (ISA) se manteve em queda e o índice de expectativas (IE), que vinha positivo desde julho de 2016, caiu para 24,7 pontos, em abril, e atingiu zero ponto, em julho, ao igualar a participação de avaliações positivas e negativas.

No mundo, o ICE, embora ainda seja positivo caiu de 16,5 pontos para 2,9 pontos. Os dois indicadores que compõem o ICE recuaram, mas enquanto a avaliação da situação atual permaneceu positiva o IE ficou negativo, sendo o mais baixo desde outubro de 2011. A piora nos indicadores englobou quase todas as regiões/países.

As principais economias, exceto a Rússia, o ICE indicam piora. Destacamos as duas maiores economias do mundo. Nos Estados Unidos, o ICE recuou, mas ainda se mantém em uma zona favorável. A queda é influenciada pela deterioração das expectativas, o indicador que já vinha negativo em abril, piorou em julho. Já a avaliação da situação atual continua positiva e melhorando, mas especialistas não esperam que os resultados positivos da economia estadunidense observados no início do ano continuem até o final do ano. Na China, a piora do ICE foi mais intensa que nos Estados Unidos, passando de uma zona favorável para desfavorável. As expectativas tornaram se ainda mais negativas e a satisfação com relação a situação atual reverteu de positiva para negativa, com uma queda de 33,0 pontos no ISA. O possível acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China é um dos principais fatores que explicam o pessimismo em relação ao cenário futuro do clima econômico mundial.

Observa-se que entre os BRICS apenas a Índia registrou avaliação favorável, embora o ICE tenha caído 28,5 pontos. A Rússia, conforme já citado, foi o único entre os países selecionados que melhorou o ICE, embora se mantenha na zona desfavorável. O Brasil registrou o pior ICE, nível muito próximo ao da África do Sul.

Resultados para os países selecionados da América Latina — Os resultados do ICE para os países selecionados da América Latina levam a identificação de dois grupos. O primeiro composto por países que registraram melhora no clima econômico: Bolívia, Colômbia, Peru e México. Destaque para Bolívia que passou de uma avaliação negativa para positiva entre abril e julho liderada pela passagem de uma zona desfavorável para favorável das expectativas, enquanto o ISA saiu de uma zona neutra para positiva influenciado pelo aumento no preço do gás natural e minerais. Colômbia e Peru melhoram suas posições e o México recuou o valor negativo do seu ICE. Observa-se que o IE é positivo para todos os países, exceto o México. No entanto, mesmo nesse caso houve uma pequena melhora no IE (passou de -25,0 pontos para -23,5 pontos). A indefinição dos rumos da renegociação do acordo de livre comércio com os Estados Unidos, eleição do novo presidente com maioria favorável no Congresso (fator positivo), mas identificado como opositor à política tradicional mexicana (fator negativo para alguns que temem reversão de políticas), num cenário onde o país se beneficia com o crescimento dos Estados Unidos explicaria a pequena melhora do IE.

O segundo grupo é composto pelos que pioraram a avaliação do ICE. Argentina e Uruguai passam de um resultado positivo para negativo. No caso da Argentina, o indicador passou de 10,7 pontos para -51,3 pontos. As dificuldades enfrentadas pelo governo para resolver a questão fiscal, controlar a inflação e o déficit externo num cenário com viés recessivo explica a avaliação. Chile e Paraguai pioram a avaliação do clima econômico, mas permanecem na zona favorável. Equador e Brasil pioram a avaliação, mas já estavam no mês de abril na zona desfavorável.

No Brasil, o ICE passou de -11,4 pontos para -45,9 pontos, com perspectivas positivas, contudo menos favoráveis, ao recuar de 47,8 pontos para 12,0 pontos. Há também uma menor satisfação com relação a situação atual que atingiu -88,0 pontos, significando que um percentual elevado dos especialistas considera a situação desfavorável. Ao mesmo tempo, a proximidade de uma eleição presidencial ainda indefinida e a revisão para baixo nas projeções do crescimento PIB influenciam a piora nas expectativas.

O ICE do mundo e das principais economias registram um momento de expectativas desfavoráveis. Do ponto de vista global, o receio do escalonamento de uma guerra comercial está na agenda. Na América Latina, o cenário internacional influencia. No entanto, são as condições econômicas domésticas e, em especial num ano de eleições presidenciais em vários países da região, que explicam os resultados de cada país.

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