Cemig tem prejuízo de R$60,4 milhõs no 2T18

Desempenho negativo da energética foi atribuído às variações cambiais.

São Paulo — A estatal mineira de eletricidade Cemig reportou prejuízo líquido de R$ 60,370 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$138,1 milhões no mesmo período de 2017, impactada principalmente por uma elevada despesa financeira decorrente da variação cambial após uma emissão de títulos no exterior (eurobonds).

No primeiro trimestre de 2018, a companhia energética havia apresentado um lucro líquido de R$ 464,6 milhões.

Com negócios em geração, transmissão e distribuição de energia, além de ativos em setores como gás e tecnologia, a Cemig teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$810,143 milhões no segundo trimestre, alta de 9,53% ante o período de 2017.

A receita líquida da elétrica somou R$5,5 bilhões no trimestre, alta de 6,3% na comparação anual, enquanto custos operacionais totalizaram cerca de R$4,86 bilhões, contra R$4,7 bilhões no período entre abril e junho de 2017.

Já o resultado financeiro foi negativo em R$696,8 milhões, contra uma despesa financeira líquida de R$341,5 milhões no ano anterior. A Cemig disse que o número foi impactado por uma despesa de 532 milhões de reais pela variação cambial relacionada a uma emissão no exterior realizada em dezembro passado, no valor de US$1 bilhão.

De acordo com a Cemig, o custo foi parcialmente compensado com ganhos em instrumentos financeiros de R$82,9 milhões, representando então uma despesa líquida de R$449 milhões no segundo trimestre.

A empresa disse que a despesa com variação cambial não foi compensada pelos instrumentos de hedge contratados para a operação devido à maior variação da curva futura esperada para o CDI em comparação à expectativa de variação do dólar, “situação ocorrida basicamente nos meses de maio e junho de 2018, em função da instabilidade no cenário macroeconômico”.

Dívida com alta de 8,4% frente ao final de 2017 — Com os resultados, a Cemig fechou o trimestre com uma dívida consolidada de R$14,6 bilhões. A dívida líquida foi de R$13,3 bilhões, ou alta de 8,4% frente ao final de 2017.

A companhia disse que a dívida cresceu R$206 milhões no primeiro semestre do ano, mesmo com amortizações superiores às captações no período, principalmente devido a uma valorização de 16% do dólar frente ao real, “o que impactou diretamente o saldo da dívida dos eurobonds”.

A elétrica tem R$ 1,7 bilhão em dívidas a vencer neste ano e R$2 bilhões em 2019.

Participações com perda líquida de R$ 83,1 milhões — A Cemig ainda apurou no segundo trimestre uma perda líquida de R$ 83,1 milhões com ativos nos quais detém participação, contra ganho de R$ 30,5 milhões no mesmo período do ano passado.

Segundo a empresa, o resultado decorreu principalmente de perdas com as participações na empresa de energia limpa Renova Energia (4R$7,77 milhões), na hidrelétrica de Santo Antônio (R$93,8 milhões) e na Light (R$21,1 milhões), parcialmente compensadas por lucros em outros ativos, como a transmissora de energia Taesa (+ R$54,5 milhões).