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22/08/2018 - 08:14

Mercosul deve trabalhar em conjunto para equilibrar a questão da produção mundial do aço


Foi o que disse o presidente do Fórum Global G-20, o argentino Shunko Rojas, durante o primeiro dia do Congresso Aço Brasil, em São Paulo.

O presidente do Fórum Global G-20 é um dos convidados de destaque do primeiro dia do Congresso Aço Brasil 2018, em São Paulo. O advogado argentino Shunko Rojas, que apresentou o painel "Fórum Global e Excesso de Capacidade", falou aos representantes da indústria siderúrgica nacional sobre a necessidade de os países do Mercosul construírem conjuntamente equilíbrio em suas economias a fim de somar aos esforços que a China já vem fazendo para reduzir o excesso de capacidade de produção de aço no mundo.

A meta do gigante asiático é chegar a 2020 com 150 milhões de toneladas de capacidade a menos do que em 2016 e, para isso, o país vem adotando medidas para reduzir a sua produção.

—A demanda global tende a ficar mais robusta e, assim, os preços se valorizarem, criando oportunidades para as empresas do setor em todo o mundo. Já para a China, as projeções são de queda, por conta dos esforços de redução de capacidade e mudança de uma economia baseada em investimentos e exportações para outra concentrada no consumo interno — destacou o palestrante Shunko Rojas, que é também subsecretário de Comércio Internacional da Argentina.

O Fórum de Excesso de Capacidade é uma parceria do G-20 e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que busca encontrar de maneira multilateral respostas para esse desafio do mercado siderúrgico mundial.

— Confio que o Mercosul vai encontrar as ferramentas e condições necessárias para chegar à integração fundamental a fim de construir um futuro próspero para todos os países do bloco — afirmou Shunko Rojas.

Postura do Brasil — Na sequência, durante o painel "Excesso de Capacidade de Produção de Aço no Mundo — Como Solucionar?", o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Ronaldo Costa Filho, disse que o Brasil está bem posicionado para contribuir com o debate mundial, pois possui diversas vantagens em relação a outros mercados. — Aqui, os ajustes não são feitos pelo governo, mas diretamente pelas empresas. Nós não impomos barreiras comerciais nem subsídios e há regras claras de concorrência estabelecidas pelo CADE. Também não existem obstáculos para a importação de insumos usados para a produção do aço—.

O embaixador disse, ainda, que o Brasil vai continuar apoiando a atuação do Fórum Global, apesar dos interesses divergentes e pressões externas de China, EUA e União Europeia. —Não nos interessa escolher lados. Ninguém é totalmente inocente nesta discussão nem atua em nosso favor—.

Sobre as salvaguardas da União Europeia, Costa Filho afirmou que não existe relação sem desentendimentos e que este é um problema momentâneo que não serve de parâmetro para as relações entre os países europeus e sul-americanos.

Redução da demanda — Para a diretora de Estudos Econômicos e Estatística da Worldsteel, Nae Hae Han, a redução do excesso de capacidade na China é um movimento natural, uma vez que processos econômicos como a digitalização geram mais eficiência na produção e no uso do aço. Ela também menciona que as novas economias emergentes experimentam um crescimento menor da demanda por conta de uma "desindustrialização prematura".

— Este processo vem ocorrendo por conta de uma transformação nas cadeias de valor em que ganham destaque os quatro R´s: reduzir, reutilizar, remanufaturar e reciclar —. Um exemplo são os serviços de compartilhamento de veículos, que reduzem o número de carros nas ruas. Para a pesquisadora, a capacidade de produção existente deve ser capaz de suprir a demanda até 2035.

O painel também contou com a presença de Le Xia, economista-chefe para a Ásia da BBVA Research, que falou sobre o problema da sobrecapacidade de produção chinesa e a necessidade do país readequar sua economia para à nova realidade. O debate foi mediado pelo conselheiro do Instituto Aço Brasil, André B. Gerdau Johanpetter.

Abertura — A manhã do dia 21 de agosto (terça-feira) foi marcada pela abertura do Congresso Aço Brasil 2018, maior evento da cadeia produtiva da indústria do aço; organizado pelo Instituto Aço Brasil. O presidente Michel Temer e o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marco Jorge de Lima; foram os representantes do Governo Federal presentes. A manhã do evento contou com a posse do novo presidente do Conselho Diretor Aço Brasil, Sergio Leite de Andrade, da Usiminas. Ao lado de Marcos Eduardo Faraco (Gerdau), eles serão as lideranças da indústria do aço nos próximos dois anos. O evento segue até o dia 22 de agosto (quarta-feira). | www.congressoacobrasil.org.br

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