Compras de diversidade

Como fomentar compras por empresas lideradas por mulheres e de diversidade no Brasil.

Trabalhamos para um mercado cada vez mais diverso e apto em mostrar suas características de diversidade, onde as pessoas querem dizer que fazem parte desse mundo e se orgulham disso. Sendo assim, as empresas devem parar para refletir sobre como agir para ter uma equipe de mentalidade mais diversa e fazer ações que promovam essa diversidade nos negócios. É claro que estamos falando também de mais lucro, mas o que temos que entender está muito além disso.

Quando falamos de inclusão de diversidade nos negócios, a resposta mais simples seria dizer que estamos fazendo a "nossa parte" e isso já é o bastante. Engane-se quem pensa dessa forma, pois com um mundo plural em constante transformação, quanto mais inclusos nos tornamos em nosso modelo de negócio, mais ampla é a nossa penetração no mercado. Você deve estar se perguntando o "por que", mas a resposta é simples - porque mais amplo será o nosso pensamento e a forma como nos relacionamos com o nosso time interno e com o mundo para quem "vendemos".

Infelizmente, ainda há espaços abertos e negligenciados de consumo e de oferta. Segundo dados do IBGC - Instituto Brasileiro de Governança Corporativa -, somente 7,9% das funções de conselhos das grandes organizações são de mulheres, 4,7% de negros em posições executivas e não encontramos dados que nos contem sobre os LGBT+ e outras minorias. Então, quando penso em diversidade para os negócios, vejo que o mercado precisa se profissionalizar em vender para esse público diverso, buscando tê-los na definição da oferta para então estimular esse consumo.

Mas afinal, onde ganham as grandes empresas que estabelecem processos concretos de compras incluindo diversidade? Ganham exatamente nessa melhor qualidade de oferta, se destacam e favorecem suas marcas ao estimular o pensamento e as ações afirmativas de diversidade, além de valorizar o negócio que representam para os próprios funcionários e fornecedores. Aumentam a qualidade de suas entregas, porque as companhias lideradas e assumidamente diversas tem amplo raciocínio, incluem mais pessoas e repartem o que tem multiplicando conhecimento.

Vale falarmos também sobre a necessidade de investir em treinamento e desenvolvimento, pois populações historicamente excluídas não têm o mesmo acesso a formação tradicional que impera no mundo corporativo. Os líderes das corporações precisam comprar a ideia de que a empresa que eles comandam pode crescer e se fortalecer ainda mais com esse investimento na diversidade, mas esse deve ser um pensamento a longo prazo, exatamente para que tenha tempo histórico de virar o jogo.

Algumas associações pelo mundo conquistam marcas importantes adotando esse novo pensamento. Nos Estados Unidos, o governo assume que 10% de tudo o que é comprado tem que ser de empresas ligadas às minorias e, para isso, fortalece associações. Aqui no Brasil, temos o Integrare - Centro de Integração de Negócios -, que fortifica compras de empresas de minorias, como negros, indígenas e deficientes físicos com grandes corporações e que tem movimentado mais de R$ 350 milhões nos últimos anos. Outra opção que encontramos também em nosso país, é a WeConnect, que empodera milhões de mulheres pelo mundo. Quem ganha? Todos os lados envolvidos e a sociedade que se torna mais justa e inclusiva.

Sua empresa pode ser mais forte e com a imagem mais solidificada no mercado, se você incluir diversidade no seu negócio!

. Por: Mônica Schimenes, 44 anos, formada em Comunicação Social - Relações Públicas, pela Fundação Cásper Líbero, é fundadora e CEO da MCM Brand Group, grupo de comunicação integrada e atuação nacional e internacional, comprometido com a performance e responsável com a diversidade e inclusão. A empresária tem mais de 20 anos de experiência em gerenciamento de marketing, comunicação e eventos, conquistou um portfólio sólido de clientes e ótimos relacionamentos institucionais.

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