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31/08/2018 - 09:23

Custo Brasil: atraso e falta de competitividade

A pane vivida pelo país durante a greve dos caminhoneiros reforça, entre outros problemas, a existência do alto Custo Brasil – termo que denomina uma série de custos e despesas incidentes sobre a produção. Uma espécie de monstro de várias cabeças que espanta investimentos, devora nossos recursos e afasta o tão sonhado desenvolvimento do Brasil. Os alimentos básicos dessa fera são a burocracia e a pesada carga tributária. Já a má gestão, a corrupção e o subdesenvolvimento histórico estão no DNA do bicho que monta seu habitat na infraestrutura precária e em serviços públicos ineficientes, como saúde, segurança e educação.

Na origem do Custo Brasil estão elementos bastante conhecidos como a legislação fiscal obsoleta e complexa, burocracia administrativa e tributária. Podemos somar a isso o alto custo do dinheiro, com juros na estratosfera, inflação em alta e mão de obra não qualificada. Pensando em logística, contribuem para os elevados custos internos péssimas condições das estradas, insuficiência de equipamentos de armazenagem, portos e aeroportos inadequados, dependência das rodovias, entre outros fatores.

A Fiesp mostrou em estudo que o Custo Brasil representa 38% a mais em relação a países emergentes e 30% a mais quando comparado a países desenvolvidos. Um dos fatores que mais impactam o ambiente de negócios é a vultosa carga tributária, que prejudica empresários e consumidores.

Um estudo do Banco Mundial aponta que no Brasil uma empresa chega a gastar 2.600 horas por ano no processamento de tributos. Em países desenvolvidos, o tempo gasto é de apenas 179 horas. A pesquisa mostra ainda que são necessários cerca de 200 funcionários para atender às normas fiscais brasileiras, enquanto empresas norte-americanas de mesmo porte necessitam de apenas quatro.

Percebe-se que o monstro é conhecido por todos, já foi analisado sob os mais diferentes aspectos mas, ainda assim, resiste fortemente. Os principais fatores que compõem o Custo Brasil dependem de ações governamentais, porém, cabe a todos nós, cidadãos, atuar sobre o que está ao nosso alcance para reduzir custos e aumentar a competitividade. Empresários, trabalhadores e governos devem investir na qualificação profissional. Precisamos ser eficientes e competitivos para emergir da crise com o monstro finalmente abatido.

. Por: Sérgio Murilo Braga, Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Minas Gerais (CAA/MG).

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