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06/12/2018 - 10:02

As dores do existir

As feridas da Segunda Guerra Mundial ainda estão abertas. Uma prova disso é o filme ‘Memórias da Dor”. Baseado no romance ‘A Dor’, de Marguerite Duras, e indicado pela França ao Oscar de Filme Estrangeiro de 2019, traz a escritora, interpretada de maneira excepcional por Mélanie Thierry, às voltas com episódios que mesclam ficção e realidade.

A narradora está à espera do retorno do marido, ativista como ela da Resistência francesa. O drama se instala porque ela não recebe notícias dele. E não está só nessa jornada. São milhares de pessoas sem informações de parentes, desaparecidos em campos de batalha ou de concentração.

Soldados franceses e judeus se igualam pela dor. Esse é o grande tema do livro e do filme. O diretor Emmanuel Finkiel consegue trazer para a tela o sofrimento da incerteza, da esperança e da ansiedade por se estar em busca de algo que nem sempre se deseja saber. Em muitas situações, a dor do desconhecimento pode ser melhor que a de se saber o que realmente aconteceu.

O filme trafega por esse universo com desenvoltura e tem, como um de seus pontos altos, a libertação de Paris pelos Aliados. A dor dos nazistas prestes a ser derrotados é mostrada de maneira poucas vezes vista no cinema, numa mescla de incredulidade com resignação. A agonia do existir e de conviver com a dor ganha uma dimensão épica, mas é mostrada em ações cotidianas com rara sensibilidade.

. Por: Oscar D’Ambrosio, jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

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