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19/04/2008 - 09:59

Novas perspectivas para a criação de moluscos

As ostras e mexilhões são moluscos bivalves bastante apreciados na mesa do brasileiro, e seu consumo tem rompido os limites da faixa litorânea, ganhando espaço tanto na capital paulista, como em cidades do interior. Até agora, as regiões produtoras dessas iguarias têm-se restringido às imediações de Ubatuba (litoral norte paulista), com a produção de mexilhões em sistema suspenso (espinhéis flutuantes), e ao estuário de Cananéia (litoral sul), com a produção da ostra de mangue em sistema de tabuleiro. No entanto, esse quadro pode mudar. A equipe de pesquisa sobre moluscos bivalves do Instituto de Pesca (IP), composta pelos pesquisadores Orlando Pereira, Marcelo Henriques, Ingrid Machado, Márcia Galvão e Celina Pimentel, nota que as perspectivas de trabalho foram ampliadas.

Com relação à ostra de mangue, a técnica de cultivo pode ser revolucionada, caso se confirme que a espécie Crassostrea brasiliana apresenta crescimento rápido e se desenvolve ainda na região infralitoral, ou seja, em áreas permanentemente submersas. A espécie C. rhizophorae, ao contrário, parece ter seu crescimento restrito à região entremarés, como em raízes de mangue, crescendo, por conseguinte, mais lentamente. Tais questões integram a tese de doutoramento da pesquisadora Márcia Galvão, que procurará elucidá-las através de técnicas de seqüenciamento genético. Dirimidas tais dúvidas, será possível selecionar sementes da espécie, reproduzindo-se exemplares de crescimento mais rápido em laboratório para a criação em ambiente mais propício, ampliando-se, inclusive, as áreas de criação para outras regiões do litoral paulista. O Laboratório de Maricultura do Centro do Pescado Marinho do IP, em Santos, poderá ser utilizado, futuramente, para a produção de lotes experimentais.

Em razão de algumas dificuldades no desenvolvimento da atividade nas áreas já exploradas, a equipe ora se direciona à faixa litorânea compreendida entre Peruíbe e São Sebastião. Essa área apresenta porções abrigadas, água com salinidade estável e livre de contaminação, ou seja, de qualidade química e microbiológica comprovadamente boa, sendo, portanto, apropriada para o cultivo de bivalves. Os pesquisadores do IP que atuam em Santos já receberam demonstrações de interesse do Município de Guarujá na malacocultura. Guarujá manifestou-se por ocasião do “I Workshop da Maricultura”, promovido pela prefeitura e realizado na Universidade Ribeirão Preto (Unaerp), campus Guarujá, no dia 7 de março.

Durante o encontro, abordou-se a viabilidade de implantação da maricultura, apresentando-se um levantamento municipal preliminar que apontou 43 pontos propícios (fonte: http://www.martim-pescador.com/mar11.html). O pesquisador Marcelo Henriques, do Instituto, falou sobre as técnicas de cultivo, qualidade da água e regularização da atividade, expondo resultados de pesquisa apoiada pela Fapesp. Marcelo demonstrou que a baía de Santos, na área compreendida entre o Forte dos Andradas, no Guarujá, e o Forte Itaipu, na Praia Grande, está apta à implantação da maricultura, pois atende aos parâmetros da Resolução Conama 357/2005. A partir dessas informações, o pesquisador sugeriu a inclusão da Baixada Santista no projeto de parques aqüícolas da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), da Presidência da República.

Na faixa costeira citada há ainda regiões estuarinas onde não se testou o cultivo de espécies de bivalves, como a ostra nativa e o mexilhão de mangue, Mytella guyanensis, o qual alcança bom valor comercial.

Portanto, existem promissoras possibilidades de ampliação da malacocultura paulista, que pode representar boas alternativas à atividade pesqueira extrativista, refletindo-se positivamente na economia do setor e na geração de trabalho.

.Por: Ingrid Cabral Machado: www.pesca.sp.gov.br

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