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19/04/2008 - 09:59

Tecnologia a serviço da piscicultura marinha

Nos últimos anos, a piscicultura marinha vem experimentando uma expansão no Brasil, sendo vital um conseqüente e paralelo desenvolvimento de equipamentos, protocolos de serviços e treinamento e especialização de mão-de-obra como suporte a essa atividade.

A instalação de tanques-rede no mar, a par da necessária legalização da atividade junto aos órgãos responsáveis, obriga o empreendedor ao adequado planejamento e ao conhecimento das condições oceanográficas, como: ventos dominantes, velocidade das correntes marinhas e tamanho e período de ondas, buscando determinar o correto dimensionamento do sistema de fundeio dos tanques. Entretanto, apenas isto não é suficiente, tornando-se fundamental o domínio da técnica de instalação do sistema.

O sistema de fundeio compreende as âncoras (ou poitas), a técnica de amarração, os contrapesos e as bóias de sinalização. É nesse sistema que se amarram as estruturas de flutuação que comportam as panagens de contenção dos peixes. Tal conjunto (estruturas de flutuação + panagens de contenção) recebe a denominação de tanque-rede. Por ser instalado em locais com profundidades que variam entre cinco e trinta metros, torna-se imprescindível a participação de mergulhadores profissionais. Sistemas de fundeio apresentam custo elevado e, se incorretamente instalados, acarretam prejuízos e riscos ao empreendimento e à segurança da navegação.

Preocupados com essa questão e aproveitando a oportunidade da localização de duas poitas (de 400 kg cada uma) utilizadas na década passada por duas embarcações do Instituto de Pesca (Água Viva e Tritão), na área da Fazenda Marinha do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte, os pesquisadores Eduardo Gomes Sanches ([email protected]) e Roberto William von Seckendorff ([email protected]) organizaram uma operação com o objetivo de aproveitar tais poitas como sistema de fundeio para dois novos modelos de tanque-rede circular (com 4,80 metros de diâmetro), recebidos por doação da empresa Pisceotec Ltda., que, desde 2005, atua como parceira no Projeto Serranídeos, coordenado pelo pesquisador Eduardo Sanches, que estuda também o cultivo de garoupas e badejos.

A utilização de modernos sistemas de flutuação de PEAD (Polietileno Expandido de Alta Densidade), como os produzidos pela Pisceotec, possibilita a manutenção segura das matrizes de garoupas e badejos do Projeto Serranídeos. As características desses sistemas proporcionam elevada durabilidade na água salgada e praticamente nenhuma necessidade de manutenção, além da adequada flutuabilidade e robustez suficiente para suportar as variações climáticas e os constantes choques com embarcações durante as operações de manejo dos peixes.

Com o suporte operacional de uma tradicional e reconhecida Escola de Mergulho de Ubatuba, a “Ominimare”, a operação recebeu o auxílio de mergulhadores e da embarcação “João Júnior”, pertencente à referida Escola. Realizaram-se reuniões prévias para o estabelecimento do plano de trabalho, que resultaram em uma operação segura e bem conduzida. As duas poitas foram resgatadas e dispostas no mar, de forma a abrigar a estrutura de fundeio que manterá os novos tanques-rede, proporcionando significativa economia para o Instituto de Pesca além de possibilitar o aperfeiçoamento de uma técnica de fundeio.

Por outro lado, a operação demonstrou a importância de mergulhadores treinados em operações de localização, resgate e instalação de sistemas de fundeio, contribuindo para o estabelecimento de mais uma atividade paralela à da piscicultura marinha, ou seja, a geração de empregos para mergulhadores treinados em instalações e manutenções de tanques-rede no mar. Pretende-se, futuramente, em parceria com a “Ominimare”, organizar um curso de formação de mergulhadores para o manuseio de sistemas de fundeio e manutenção de tanques-rede, contribuindo para a formação de pessoal qualificado para a atividade de piscicultura marinha no litoral brasileiro.

Com base no primeiro resultado, esse experimento será repetido brevemente, através da instalação de tanques-rede em condições “off-shore” (local com profundidade de 25 metros), próximo às ilhas de Vitória e Búzios, visando ao aperfeiçoamento tecnológico da piscicultura marinha.

. Por: Eduardo Gomes Sanches e Roberto William von Seckendorff, pesquisadores do Instituto de Pesca: www.pesca.sp.gov.br

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