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15/12/2018 - 08:23

Marinha do Brasil lança ao mar o submarino Riachuelo


A embarcação tem 72 metros de comprimento e 1.700 toneladas, com capacidade de abrigar 35 tripulantes e atingir a velocidade de 37 km/h. Além disso, ela carrega armamentos como torpedo, mina e mísseis.

A Marinha do Brasil lançou ao mar o primeiro submarino do PROSUB o “Riachuelo”, no dia 14 de dezembro de 2018 (sexta-feira), no Complexo Naval de Itaguaí, litoral sul do Rio de Janeiro. O primeiro de uma série de quatro submarinos convencionais e um com propulsão nuclear que estão sendo construídos pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).

A cerimônia contou com a presença do presidente Michel Temer e o presidente eleito, Jair Bolsonaro, o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, comandante da Marinha almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, o diretor presidente da Itaguaí Construções Navais, André Portalis, ministro da Segurança Raul Jungmann, Moreira Franco, ministro de Minas e Energia, várias delegações estrangeiras, trabalhadores do Itaguaí Construções Navais e da Nuclep, mais dezenas de jornalistas da imprensa nacional e estrangeira.

A primeira-dama Marcela Temer, madrinha do Riachuelo, batizou o submarino quebrando uma garrafa de champagne contra o casco.  "Que Deus abençoe este submarino e todos os marinheiros que aqui navegarem", disse a primeira-dama.

O marco desta nova fase do PROSUB aconteceu no Complexo Naval de Itaguaí, quando o “Riachuelo” estará pronto para iniciar os testes de porto, nos quais serão avaliadas a estanqueidade, a flutuabilidade e o equilíbrio do navio. Após todos os testes, que durarão cerca de dois anos, incluindo testes de mar, o submarino será finalmente incorporado à Força de Submarinos, subordinada ao Comando-em-Chefe da Esquadra brasileira.

O “Riachuelo” — A embarcação tem 72 metros de comprimento e 1.700 toneladas, com capacidade de abrigar 35 tripulantes e atingir a velocidade de 37 km/h. Além disso, ela carrega armamentos como torpedo, mina e mísseis, e criou cerca de 2.300 empregos diretos. O investimento total previsto no programa PROSUB, é de R$ 35 bilhões —de 2008 até 2028—. Deste valor, já foram investidos cerca de R$ 17 bilhões. 

O PROSUB prevê, além da construção concomitante dos quatro submarinos convencionais, o projeto e a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear e a infraestrutura necessária à construção, operação e manutenção de ambos os modelos, composta por uma unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, um estaleiro de construção e outro de manutenção, a Base Naval, além de estruturas complementares.

A concretização do Programa vai dotar o Brasil com tecnologia de ponta, fortalecendo diversos setores industriais de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do País e fomentando a capacitação de profissionais em atividades altamente especializadas. Priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil para os submarinos, o PROSUB é um forte incentivo à base industrial de defesa, que engloba os setores de eletrônica, mecânica (fina e pesada), eletromecânica, química e da Indústria Naval Brasileira. Neste contexto, o PROSUB está gerando milhares de empregos diretos e indiretos.

Com dimensões continentais de 8,5 mil quilômetros de costa, o Brasil tem o mar como uma forte referência em todo o seu desenvolvimento, sendo fonte de riquezas minerais, energia e alimentos. É nessa área marítima que os brasileiros desenvolvem as atividades pesqueiras, o comércio exterior e a exploração de recursos biológicos e minerais. O mar é o caminho de 95% de nossas exportações e importações e guarda cerca de 90% do petróleo nacional. A imensa riqueza das águas, do leito e do subsolo marinho nesse território justifica seu nome: Amazônia Azul.

A Amazônia Azul cobre uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. O Brasil pleiteia na Organização das Nações Unidas (ONU) a ampliação dessas fronteiras para os limites da Plataforma Continental, o que deve elevar a área marítima para cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados –— o equivalente à metade do território terrestre brasileiro.

Para proteger esse patrimônio natural e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha do Brasil investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da defesa. Parte essencial desse investimento é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). A Estratégia Nacional de Defesa, lançada em 2008, estabeleceu que o Brasil tivesse "força naval de envergadura", incluindo submarinos com propulsão nuclear. Neste mesmo ano, foi firmado um acordo de transferência de tecnologia entre Brasil e França. O Programa viabiliza a produção de quatro submarinos convencionais e culminará na fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, previsto para estar pronto em 2029.

Apenas seis países no mundo constroem e operam submarinos com propulsão nuclear: Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, China e Índia. Destes, o único que concordou em transferir tecnologia ao nível requerido e capacitar os brasileiros a projetar e construir submarinos foi a França.

No que se refere especificamente à área nuclear, no entanto, não há troca de conhecimentos. Toda a tecnologia nuclear para o PROSUB está sendo desenvolvida no Brasil, por meio do Programa Nuclear da Marinha (PNM), nas instalações do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).

Além dos cinco submarinos, o PROSUB contempla a construção de infraestrutura industrial e de apoio à operação dos submarinos, que engloba os Estaleiros, a Base Naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), no Município de Itaguaí.

No dia 20 de fevereiro, teve início a montagem final do “Riachuelo”, o primeiro dos submarinos convencionais do programa a ter unidas todas as seções que formam o casco e os múltiplos sistemas já instalados em cada uma delas. Esta fase, de elevada sofisticação tecnológica, foi a última, antes do lançamento do submarino ao mar.

Um dos aspectos mais notáveis do Programa diz respeito ao arrasto tecnológico a ser vivido pelo País, em função da transferência de tecnologia, que garantirá ao Brasil a capacidade de projetar, construir, operar e manter seus próprios submarinos convencionais e com propulsão nuclear. A participação das universidades, dos institutos de pesquisas e da indústria nacional na execução das atividades do PROSUB assegura a disseminação do conhecimento no País.

As principais tecnologias envolvidas no PROSUB tem utilização dual, podendo ser usadas em outras áreas da indústria. Merecem destaque: o projeto e construção de uma infraestrutura industrial de construção naval moderna; o complexo projeto do Submarino com Propulsão Nuclear, que envolve diversas áreas de engenharia; técnicas modernas de construção naval; desenvolvimento de sistemas de controle integrado; nacionalização de equipamentos e sistemas; desenvolvimento de laboratórios de ensaios e testes para diversas aplicações; projeto e construção de uma planta de propulsão nuclear; integração de sistemas; definição de novas regras para licenciamento nuclear e aprimoramento de processos e ferramentas de gestão de projetos complexos.

O cronograma de lançamento dos próximos submarinos do PROSUB é oHumaitá (S41) em 2020, o Tonelero (S42) em 2021 e o Angostura (S43) em 2022. Por fim, a Marinha construirá o primeiro Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), que levará o nome de “Álvaro Alberto”, uma homenagem ao Almirante Brasileiro que foi o pioneiro no uso da tecnologia nuclear no País.

“Estamos dando prova renovada da excelência da nossa indústria naval. Estamos mostrando que juntos somos capazes de superar qualquer desafio. País de vocação pacífica, o Brasil constrói seu submarino, não para ameaçar quem quer que seja, não para perturbar a tranquilidade das águas internacionais. O Brasil constrói seus submarinos, porque um país com mais de sete mil quilômetros de costa, não pode prescindir de instrumentos para defesa de sua soberania e suas riquezas marinhas”, disse Temer, que descerrou a placa.

O elevador de lançamento ao mar, com 34 guinchos, foi acionado em conjunto pelo presidente Michel Temer, pelo comandante da Marinha, almirante de esquadra Leal Ferreira e pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro. O processo de descida demorou meia hora.

O comandante da Marinha destacou que o projeto contou com troca de conhecimento com a França e capacitação de profissionais e empresas brasileiras. “O batismo e lançamento ao mar inaugura uma nova fase de preparação do Riachuelo. Ao longo dos próximos meses serão feitos testes de funcionamento de seus equipamentos, antecedendo a incorporação à esquadra. Em breve, o submarino será um instrumento de coação em consonância com os preceitos da estratégia de defesa do país”.

O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, lembrou ao discursar que o Brasil é o 10º país com maior área marítima e possui riquezas inestimáveis nesse território, batizado de Amazônia Azul, como 95% da produção de petróleo nacional. Com o Prosub, sublinhou ele, além de proteger esse território, o país forma mão de obra qualificada e movimenta a economia e a geração de conhecimento.

"Hoje é dia a ser celebrado, sem ufanismo, mas com muito otimismo e muito orgulho", afirmou Silva e Luna. O ministro acrescentou que o programa requer perseverança, continuidade de esforços e investimentos.

O diretor presidente da Itaguaí Construções Navais, André Portalis, destacou a parceria com a França em seu discurso na abertura da cerimônia. Diante das autoridades brasileiras, ele lembrou que a tecnologia francesa de construção de submarinos foi assimilada no complexo industrial que produzirá também o primeiro submarino com propulsão nuclear do país.

"Ele é uma combinação da tecnologia francesa com as necessidades da Marinha do Brasil. Uma tropicalização para proteger o vasto e precioso patrimônio da Amazônia Azul", disse ele, que afirmou que o complexo industrial ganhou produtividade e poderá atender demanda de países aliados do Brasil e da França no futuro. "Estamos apenas no início de uma grande caminhada tecnológica e estratégica".

A etapa final de montagem do Riachuelo começou no dia 20 de fevereiro. Com 72 metros de comprimento e 1.700 toneladas, o submarino tem capacidade para 35 tripulantes e atinge a velocidade de 20 nós, o equivalente a 37 quilômetros por hora. Os armamentos são torpedo, mina e mísseis, com autonomia de 70 dias.

O submarino passará por testes durante dois anos, para depois ser incorporado à Marinha. O cronograma de lançamento ao mar dos submarinos do Prosub é: Humaitá em 2020, Tonelero em 2021, Angostura em 2022 e o nuclear Álvaro Alberto em 2029.

O Brasil conta atualmente com cinco submarinos, sendo um da classe Tikuna, construído no Brasil e que ficou pronto em 2008, e quatro da classe Tupi, sendo o primeiro construído na Alemanha entre 1987 e 1989 e os outros três, iguais ao alemão, montados no Brasil, mas sem transferência de tecnologia, nas décadas de 1990 e 2000.

Amazônia Azul — Para proteger o patrimônio natural da chamada Amazônia Azul (área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados) e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha informou que tem investido na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da defesa. O Programa de Desenvolvimento de Submarinos é parte essencial desse investimento.

A Estratégia Nacional de Defesa, lançada em 2008, estabeleceu que o Brasil tivesse —força naval de envergadura— , incluindo submarinos com propulsão nuclear. Neste mesmo ano, foi firmado acordo entre Brasil e França com três condições: transferência de tecnologia, nacionalização de equipamentos e sistemas e capacitação de pessoal.

Na entrevista coletiva, o futuro  ministro de Minas e Energia, almirante Bento Costa Lima Leite disse acreditar que os projetos da Marinha estão além dos governos, e que são de tamanha importância que deverão sempre obter apoio financeiro. E que já demonstraram do que podem realizar, o lançamento desse primeiro submarino é um exemplo. “Os desafios podem ser vencidos, com bons parceiros, capacitações de pessoas e tecnologias de ponta”, avaliou.

“O Brasil tem capacidade de competir na área da defesa, temos uma das maiores reservas de uranio do mundo”, lembra o almirante.

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