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19/04/2008 - 10:48

Pesquisa revela perspectivas, tendências e oportunidades do setor de Shoppings

Pesquisa da Interscience encomendada pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), realizada com 183 shoppings do País, detectou as tendências e oportunidades neste setor, que está em pleno processo de desenvolvimento e consolidação.

Segundo o levantamento, os empreendedores estão otimistas com o desempenho do setor, mesmo com o alerta gerado com a crise dos subprimes nos Estados Unidos, que até o momento não afetou o País. A expectativa é que haja um crescimento de 11% nas vendas em relação ao ano passado, que já teve um resultado acima do esperado, com um aumento de 16%. Em 2008, portanto, o setor deverá atingir R$ 64,4 bilhões em faturamento.

Atualmente, o Brasil possui 367 centros de compras, já contabilizados os 16 novos empreendimentos que estão com aberturas marcadas para este ano. Além destes, estão previstos para 2009, mais 16 empreendimentos. Para o presidente da Abrasce, Marcelo Carvalho, as inaugurações são o reflexo dos mais de R$ 7,5 bilhões de capital estrangeiro injetado no País nos últimos três anos, pela abertura de capitais na bolsa ou pelas associações de grupos estrangeiros a empresas nacionais.

A pesquisa aponta mais um ponto positivo no surgimento destes novos empreendimentos: a renovação de toda a indústria. Vinte e três por cento dos shoppings estão em processos de expansão e mais 43% vão iniciar suas ampliações nos próximos 2 anos. Ao todo serão quase 30 mil m² de área de expansão.

Foco dos investimentos - A maioria dos novos shoppings continua focada na Região Sudeste, que concentra 55% dos centros de compras. Das 32 inaugurações previstas no País nos próximos 2 anos, doze são no Estado de São Paulo.

No entanto, se compararmos os novos shoppings ao mercado existente, o maior crescimento está nas Regiões Nordeste, com 14% do total, e Centro-Oeste, com participação de 9%. Em 2007, a região Centro-Oeste teve um crescimento de 17,86% e o Norte de 12,50%. Segundo o diretor-executivo da Abrasce, Luiz Fernando Veiga, “estes dados sinalizam a busca dos investidores por novos mercados, mas não indicam uma saturação do Sudeste, afinal é muito mais difícil crescer proporcionalmente em uma região que já possui mais de 50% do total de shoppings no País, enquanto há regiões que não possuem nenhum shopping em suas capitais”, avalia.

Público - O público dos shoppings centers ainda é predominantemente das classes A, B e A/B, que juntas representam 64% do total. Apesar disso, começa uma tendência de empreendimentos voltados aos públicos C e D. Veiga afirma que o poder aquisitivo das camadas menos favorecidas financeiramente tem subido graças ao crescimento do trabalho formal e aumento na oferta de crédito, o que fez com que os grupos de investidores passassem a considerar este público como um mercado em potencial.

Para isso, quem aposta neste tipo de empreendimento enfrenta um desafio: oferecer ao mesmo tempo preço e qualidade. “O conceito de shopping está ligado diretamente a características como conforto, sofisticação e segurança e isso independe da classe social. Eles precisam de produtos e serviços acessíveis a sua condição financeira, mas com qualidade” afirma o executivo. Para ele “com um mix diferenciado de lojas, oferta de lazer e utilização de recursos tecnológicos é possível desenvolver projetos de alto padrão, a um custo operacional menor e, consequentemente, com serviços e produtos a preços acessíveis”.

Perfil - O levantamento mapeou o perfil dos shoppings brasileiros. Em relação ao tamanho, a maior parte, 35%, são pequenos (até 19.999 mil m² de Área Bruta Locável) e regionais (de 30 mil a 59.999 mil m² de ABL). O regional tem maior atuação nas Regiões Norte e Centro-Oeste, onde representam quase 70% dos empreendimentos, enquanto os pequenos ganham destaque no Sul, com presença de quase 50% no mercado.

Em relação à operação, a grande maioria é tradicional, sendo apenas 8% especializado. A Região Sul é a que apresenta mais peculiaridade neste quesito, já que é a que possui mais shoppings temáticos (13%). Do total de empreendimentos pesquisados, 88% têm lojas alugadas e apenas 12% são mistos, ou seja, possuem magazines próprios, além das locadas.

Em entretenimento, os empreendimentos ainda apostam no cinema, presente em 86% dos shoppings. Em segundo lugar estão os jogos eletrônicos, com 68%, e o terceiro colocado são parques temáticos, com 53%. Boliche, teatro, e parques externos representam 15%, 9% e 4%, respectivamente. O grande destaque é que apenas 94% dos shoppings possuem alguma área destinada ao lazer e entretenimento, o que comprova mais uma vez que hoje shopping center não é somente um centro de compras, mas sim um centro de convivência.

De acordo com o diretor-executivo da Abrasce, Luiz Fernando Veiga “as áreas de lazer e entretenimento funcionam cada vez mais como diferenciais na disputa pelo público. É uma forma não só de atrair como também de fidelizar clientes, em um mercado onde a concorrência se acirra. A parte de serviços e alimentação são setores complementares que agregam valor para as pessoas, que buscam a praticidade de resolver tudo em um mesmo lugar”.

Outro dado que coloca os centros de compras como centros de convivência é o funcionamento aos domingos, que representa justamente o passeio e as compras em família. Para 36% dos shoppings pesquisados, este é o segundo melhor dia da semana, e para 29% é o terceiro melhor dia, sendo que 89% dos empreendimentos abrem todos os domingos.

Mercado de trabalho - A instalação de um shopping center alavanca o desenvolvimento urbano da região onde ele é inserido. A valorização imobiliária e o aprimoramento do comércio do local são alguns dos fatores, mas a geração de empregos é um dos mais significativos. Atualmente, o setor reponde por 629.700 empregos e a expectativa, para os próximos dois anos, é de ser gerados mais 65.300 vagas.

Segundo o levantamento encomendado pela Abrasce, 87,2% dos postos de trabalho estão nas lojas, enquanto 6,5 são empregos diretos, contratados pelo shopping, e 6,3% são terceirizados. Destes, a concentração das vagas são nas áreas de limpeza e segurança.

Perfil da Abrasce - É a entidade que representa o setor de shopping centers no Brasil. Com mais de 30 anos de atuação, reúne entre seus associados os principais empreendedores administradores, prestadores de serviços e lojistas do setor e tem por objetivo o fortalecimento dessa indústria em âmbito nacional. Desde sua fundação, vem estreitando laços de cooperação com instituições congêneres do exterior, como é o caso do ICSC - International Council of Shopping Centers. Realiza um congresso internacional a cada dois anos, sendo que a 10a edição do evento será realizada nos dias 8, 9 e 10 de setembro de 2008.

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