“É difícil acreditar que o Citibank tenha perdido tanto dinheiro em operações de crédito”, diz sócio da Trevisan

O maior banco americano em ativos, o Citigroup, anunciou prejuízo de US$ 5,11 bilhões no primeiro trimestre de 2008. As receitas despencaram 48% em relação ao ano anterior, passando para US$ 13,22 bilhões. Para Ricardo Fleury, sócio da Trevisan Consultoria, é difícil acreditar que o Citibank tenha perdido tanto dinheiro em operações de crédito. “Perdeu nos empréstimos diretos para os tomadores de crédito imobiliário com risco acima do aceitável; perdeu indiretamente porque emprestou para que outros emprestassem para tomadores semelhantes; e perdeu transacinando com créditos contra tomadores de mesmo perfil de risco de crédito. Difícil de acreditar, porque este grupo sempre foi um dos criadores e defensores das melhores práticas do mercado de crédito: empréstimos baseados na capacidade de repagamento do tomador. Sempre foram empréstimos baseados no fluxo de caixa, em análises setoriais e geográficas e, principalmente, créditos baseados no caráter do tomador. Nos últimos anos, o Citi substituiu operadores de crédito mais experientes, com muitos anos de casa, por outros mais jovens, mais baratos e com menor identificação com a cultura de crédito do banco. Lucros rápidos. Prejuízos duradouros... O recente aumento de capital deve alterar a composição de forças políticas, na estrutura societária do banco”.