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19/01/2019 - 08:00

Unesco declara Rio de Janeiro a “Primeira Capital Mundial da Arquitetura”


Com rico patrimônio histórico, cidade de 450 anos é a primeira a receber a honraria nessa categoria.

O Rio de Janeiro (RJ) é oficialmente a Capital Mundial da Arquitetura para 2020, anunciou no dia 18 de janeiro (sexta-feira) a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, durante cerimônia realizada na sede do organismo internacional, em Paris. Cidade vai sediar no próximo ano o Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos (UIA).

A partir de agora, as cidades que sediarem o evento da UIA, promovido a cada três anos, serão também designadas pela Unesco como Capitais Mundiais da Arquitetura. Com esse título, os municípios se responsabilizam em promover uma série de eventos relacionados às questões urbanas durante todo o ano em que se realizará o congresso.

O Rio de Janeiro foi selecionado em 2014 para sediar o Congresso Mundial da Arquitetura de 2020, concorrendo com Paris, na França, e Melbourne, na Austrália. A Prefeitura carioca e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) fizeram uma proposta de programa para o evento e definiram um tema de interesse global — All the worlds. Just one world (“Todos os mundos. Apenas um mundo”, em tradução livre). O planejamento e a ideia foram apresentados à UIA.

— Nosso compromisso é o de transformar o ano de 2020 em um marco na história cultural da cidade. Além da visibilidade internacional, teremos a oportunidade de ampliar a relação de pertencimento dos moradores da nossa cidade com o seu patrimônio histórico e arquitetônico, difundindo e preservando esse acervo. O Rio de Janeiro possui uma arquitetura que reflete a riqueza de culturas que formam a sociedade brasileira, por ter sido porto e capital do Brasil por mais de dois séculos — defende o prefeito Marcelo Crivella, que foi representado na cerimônia do dia 18 de janeiro (sexta-feira), na capital francesa pela secretária municipal de Urbanismo, Verena Andreatta.

(esq./dir.) Arquiteto Anibal Sabrosa, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea); Nivaldo Andrade, presidente do IAB; Vereana Andreatta, secretária municipal de Urbanismo; Fabian Llisterri, tesoureiro da União Internacional de Arquitetos (UIA); Thomas Vournier, presidente da UIA; e Sergio Magalhães, presidente do 27° Congresso da UIA 2020

A cidade, que mistura modernidade e história em suas ruas e bairros, é a primeira a receber a honraria nessa categoria. Em 2012, também foi a primeira a ganhar da organização o título de patrimônio cultural mundial na categoria paisagem urbana.

A iniciativa faz parte de um acordo firmado entre a Unesco e a União Internacional dos Arquitetos (UIA). Em julho de 2020, o Rio sediará a próxima edição do congresso mundial da entidade, que deve reunir até 20 mil profissionais.

Para o governador Wilson Witzel, o título é uma oportunidade de divulgar as qualidades da capital fluminense, mas também traz a responsabilidade de torná-la mais inclusiva aos seus habitantes.

— Esse título é recebido com muita felicidade, mas também nos traz a responsabilidade de trabalhar arduamente, com as outras esferas administrativas, para ajudar a desenvolver o Rio de Janeiro, tornando-o mais inclusivo para os seus cidadãos. Ser a primeira cidade reconhecida como Capital Mundial da Arquitetura é também mais uma oportunidade de divulgar o Rio de Janeiro no exterior, mostrando que esse lugar reúne características únicas no mundo. O Rio é um casamento perfeito entre a natureza deslumbrante e a arquitetura de gênios modernistas como Oscar Niemeyer, Lúcio Costa e Roberto Burle Marx. Além disso, a cidade preserva um patrimônio arquitetônico muito rico, capaz de reunir, muitas vezes em um mesmo bairro, prédios do Brasil-Colônia, passando pelo período eclético do início do século XX, até edifícios tecnológicos de hoje — disse o governador.

Secretário estadual de Turismo — Já o secretário estadual de Turismo, Otávio Leite, disse que pretende utilizar a concessão do título pela Unesco para incentivar visitas temáticas à cidade.

— O título da Unesco é uma oportunidade para captar outras feiras e congressos que tenham a arquitetura como tema. Temos que aproveitar a visibilidade dada pelo título — defendeu Otávio, que completou: “É a chance de discutirmos o Rio, ficarmos atentos à cidade”.

Presidente da ABIH — O presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira, Alfredo Lopes (ABIH), Alfredo Lopes aposta que a concessão do título dará mais visibilidade para a cidade internacionalmente. Ele ressalta que a cidade se projetou quando recebeu o título de Paisagem Natural e com a organização da Olimpíada em 2016. Alfredo espera também que a presença de arquitetos internacionais ajude a encontrar alternativas para recuperar áreas com potencial turístico que ainda estão degradadas ou cujos projetos de revitalização acabaram ficando no papel

— O Rio de Janeiro tem uma arquitetura fantástica e merecia o reconhecimento pela sua criatividade. Esse reconhecimento é merecido tanto pelas construções mais antigas quanto pelos projetos mais modernos, como o Museu do Amanhã, projetado por Santiago Calatrava, na Zona Portuária. Espero que o congresso sirva para o Rio ter novas oportunidades de viabilizar projetos. É preciso retomar a revitalização da Zona Portuária, principalmente nas imediações do Cais do Valongo. E temos que voltar a discutir propostas para integrar equipamentos. Na época da Copa do Mundo, por exemplo, discutiu-se a construção de uma praça que integraria o Maracanã e a Quinta da Boa Vista que acabou não sendo construída — exemplificou Lopes.

Eventos como esse colaboram para o cumprimento de duas importantes agendas de desenvolvimento das Nações Unidas: a principal delas, a Agenda 2030, sobretudo o seu Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de nº 11, que tem como foco as cidades e os assentamentos humanos, além da Nova Agenda Urbana.

A representante e diretora da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, ressalta que —a cultura e a arquitetura são fundamentais para a superação de desafios e soluções inovadoras para os espaços urbanos — .

A dirigente afirma ainda que — ter o Rio de Janeiro como a primeira Capital Mundial da Arquitetura é um fato a ser celebrado pelo país, uma vez que a cidade se tornará o palco de uma série de eventos em 2020, para tratar de temas importantes para o desenvolvimento, como cultura, planejamento urbano, mobilidade, obras públicas e a construção de cidades mais inclusiva .

— Além desse título, a cidade ainda é reconhecida por abrigar dois sítios do Patrimônio Mundial Cultural – Rio de Janeiro, paisagens cariocas entre a montanha e o mar e Sítio Arqueológico Cais do Valongo — completa Noleto.

O presidente do (instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Nivaldo de Andrade, que esteve em Paris nna ocasião, lembra que é a primeira vez que o Brasil recebe o Congresso Mundial de Arquitetos. O especialista destaca que — o Rio é uma referência da arquitetura, sendo a terra de tantos arquitetos e paisagistas mundialmente conhecidos, como Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx, Lucio Costa, que ajudaram a construir a paisagem urbana do Rio —.

— A cidade é também uma referência de desafios contemporâneos para os arquitetos e de experiências positivas no campo do urbanismo, a exemplo dos programas de urbanização de favelas. Podemos dizer que o Rio sintetiza características encontradas em cidades não só do Brasil, mas de diversos países do mundo — acrescenta Andrade.

Segundo o presidente do Comitê Executivo do 27º Congresso Mundial da UIA, Sérgio Magalhães —arquitetos e urbanistas, acadêmicos, estudiosos e produtores de cultura de todo o mundo estarão reunidos no Rio de Janeiro em 2020 para chamar a atenção da sociedade e dos governos sobre questões urbanas de interesse global, a fim de construir uma agenda positiva para os próximos anos —.

— Conhecendo o valor e os desafios do espaço urbano, podemos alcançar respostas e soluções capazes de conduzir a um futuro mais justo — aponta o representante da União Internacional.

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