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24/01/2019 - 08:54

Adulteração do leite: por fim, o que é consumido?

Nos dias atuais, cada vez mais está presente a dificuldade em obter uma alimentação de qualidade. Parte desse motivo ocorre devido à dificuldade em obter informações confiáveis referentes aos alimentos consumidos. Dentre as principais dificuldades encontradas está a utilização de substâncias não permitidas pela justiça em plantações, adulteração de alimentos e adição de conservantes irregulares.

A indústria de laticínios está entre as áreas mais afetadas pela modificação da matéria-prima. Isto ocorre por conta do leite ser sensível a fatores ambientais e também exigir cuidado ao manuseio para que não ocorra nenhuma contaminação que leve a perda do produto.

Quais as principais formas de adulteração do leite? Por conta do leite ser utilizado como matéria prima para diversos fins, a sua adulteração pode ocorrer em inúmeras etapas do processo. Dentre as principais formas de adulteração está a fraude por adição de água, que é utilizada com o intuito de aumentar o seu volume. Ela geralmente ocorre através da utilização de aditivos, cujo o intuito é de que não sejam identificados em testes rápidos a sua adulteração.

Dentre outros adulterantes está a adição de conservantes, que possuem o intuito de aumentar a durabilidade do leite e então torná-lo menos sensível a condições ambientes, e também a utilização de neutralizantes com o intuito de mascarar o pH da ação microbiana.

Outra forma de adulteração do leite que diminui ainda mais a sua qualidade e custo é a adição do soro de queijo, cujo o intuito é aumentar o volume do produto. A adição do soro ocorre por conta de ambos (soro de queijo e o leite) serem matrizes semelhantes, porém, perante a legislação brasileira é proibida a adição de sólidos de queijo em leite e o mesmo deve ser tratado como água residual do processo de fabricação da indústria queijeira.

Como identificar a adição de soro de queijo em leite? A partir da adulteração utilizando o soro de queijo é possível identificar esta modificação através do índice de caseinomacropeptídeo (CMP), que é gerado pela ação da enzima quimosina durante a coagulação enzimática do leite no processo de produção de queijos.

Atualmente, o nível de CMP permitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é de 30mg /L, conforme a normativa Nº 69 de 13 de dezembro de 2006. Este nível é permitido por conta de que em alguns casos é gerado a pseudo-CMP, sendo esta decorrente da ação natural de bactérias e outros fatores. Caso o nível esteja acima do permitido, é indicado que o leite seja usado para outras finalidades.

A análise do índice de CMP é feita por HPLC (cromatografia líquida de alta eficiência) a qual demonstra sensibilidade e é capaz de identificar adições de soro em quantidades menores que 1%. O método de análise e preparo de amostra é descrito conforme exigido pelo MAPA e tem por intuito o fim do comércio de produtos adulterados.

Esta fraude é considerada impactante por conta de que se der continuidade ao processo o leite comercializado não será mais leite e sim apenas soro de queijo, que não é o descrito da embalagem e também não possui as mesmas propriedades e nutrientes. A qualidade na alimentação é algo que cada vez mais está sendo deixada em segundo plano, priorizando sempre questões que favoreçam a economia, possuam maior rentabilidade e maior produtividade, por isso é necessário a fiscalização e acompanhamento de alguns processos industriais.

. Por: Laís Cristina Kremer, engenheira química do Freitag Laboratórios| Perfil — O Freitag Laboratórios — Fruto da fusão entre o Laboratório Weingärtner (fundado em 1956) e Laboratório Freitag (fundado em 1978), a partir de agosto de 2002, surge o Laboratório Freitag & Weingärtner, focado em análises clínicas humano. A fusão dos dois conceituados laboratórios permitiu a expansão da empresa, possuindo hoje uma abrangência regional e estadual. O laboratório focou-se no atendimento corporativo, o que o impulsionou a criar novos serviços e divisões para atender às empresas.

Em 2006 nasce a Divisão Ambiental e de Alimentos, e em 2008 a Divisão Veterinária. Em 2009 a Divisão Ambiental e Alimentos ganha autonomia e passa a chamar-se Freitag Laboratórios, ganhando um novo espaço para suas atividades. O Freitag Laboratórios atua hoje em todo o Brasil, visando ser uma referência nacional e possui o maior escopo de ensaios acreditados de Santa Catarina. Mais informações: www.freitag.com.br.

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