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08/02/2019 - 08:18

Alzheimer: a doença do século


O IBGE divulgou em julho o estudo “Projeção de População Brasileira” onde foi estimado que em 2039, a população idosa com mais de 65 anos vai superar a de crianças de até 14 anos, acelerando o envelhecimento da população.

E quais serão as conseqüências? Com o envelhecimento da população aumentam também os casos de doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson, além de doenças crônicas como diabetes, colesterol alto e problemas cardíacos.

Uma das doenças degenerativas do cérebro que mais cresce entre os idosos é o Alzheimer. Hoje é uma das formas mais comuns de demência, responsável, segundo a Organização Mundial de Saúde, por 60 a 70% dos casos. Ainda não há um diagnóstico definitivo, apenas um diagnóstico de exclusão. No momento não há cura e não tem como ser evitada. O que é possível fazer é minimizar as causas ainda quando é jovem tendo uma melhor qualidade de vida

Segundo a ONU, 75% dos doentes de Alzheimer desconhecem que sofrem do mal e a família, às vezes, é a última a perceber que aquele “simples” esquecimento, no idoso, é um dos sintomas iniciais. Além disso, muitos enfrentam o problema com a assistência médica. Com a crise e o achatamento das aposentadorias, a maioria não tem condições de pagar um plano de saúde e depende dos hospitais públicos/SUS que não oferecem um atendimento de excelência e acompanhamento constante.

O tratamento da doença requer um atendimento multidisciplinar com atendimento por profissionais da área da neurologia, clinica médica, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e nutrição. A doença manifesta-se através de uma demência progressiva, que aumenta sua gravidade com o tempo e os sintomas começam lentamente e se intensificam ao longo dos anos. É um conjunto de sintomas que provoca alterações do funcionamento cognitivo (memória, linguagem, planejamento e habilidades visuais-espaciais), físico (problemas de marcha e deglutição) e também do comportamento (apatia, agitação, agressividade, delírios, entre outros), limitando, progressivamente, a pessoa nas suas atividades diárias.

Pode ser que os primeiros sintomas comecem alguns anos antes dos familiares perceberem que o idoso esta com demência. Podem ser esquecimentos simples, como troca de nomes dos netos, repetição de uma mesma história várias vezes e mudança de comportamento ou comportamento não adequado. Quanto antes se iniciar um tratamento, procurando a ajuda de um profissional da área médica, melhor será para retardar o avanço da doença. Um diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento, que tem como objetivo frear o progresso da doença.

Os cuidados com o paciente são essenciais para que ele tenha conforto. O convívio familiar também e muito importante. Sempre observar as mudanças de comportamento, ter cuidados com a higiene para evitar infecções, não entrar em conflitos e principalmente ter muita paciência e amor.

Junto com os doentes, cresce também o número de familiares cuidadores que possuem sua rotina afetada pela doença. É comum este cuidador desenvolver doenças originadas pelo estresse. Além de vários outros problemas físicos, esse familiar pode apresentar também depressão, exaustão, insônia, irritação e falta de concentração. São problemas tanto físicos quanto psicológicos. Isso ocorre devido à sobrecarga de tarefas com o doente que aumenta com a evolução da doença.

Algumas dicas podem ajudar o cuidador a diminuir o estresse diário. Uma delas é aumentar o conhecimento sobre a doença, isso faz com que o familiar se prepare para as etapas do processo de demência, encarando as dificuldades de maneira mais prática. É importante que a pessoa tenha um sono reparador, pratique atividades físicas, tire um momento para si, mantenha uma rotina com amigos, medite, exercite a espiritualidade e se preciso participe de grupos de apoio.

. Por: Andre Lima, Neurologista Diretor Médico da Neurovida. Membro da Academia Brasileira de Neurologia, Membro do Departamento Cientifico de Doppler Transcraniano da Academia Brasileira de Neurologia, Membro do Departamento Cientifica de Acidente Vascular Cerebral da Academia Brasileira de Neurologia, Membro Fundador da Associação de Neurologistas do Estado do Rio de Janeiro. Membro da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral e Membro da Europe Stroke Organisation. Cursou a Especialização em Doença Cerebrovascular no Hospital Santa Maria, Lisboa, Portugal.

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