Setor da construção civil aposta em feiras para incrementar negócios

Com expectativa de retomada de crescimento depois de anos de retração acumulada, o setor de construção civil no Brasil renova a aposta nas feiras setoriais para, através de lançamentos de novos produtos, realizar negócios e fortalecer a imagem de suas empresas no cenário nacional e internacional.

No calendário de feiras do setor a Vitória Stone Fair, importante feira de rochas ornamentais que anualmente reúne na capital do Espírito Santo mais de 300 empresas e recebe visitantes de diferentes países, encerrou dias atrás com bons resultados sua 47ª edição. Conforme dados divulgados pelo Sindirochas, o mês de janeiro registrou mais de US$ 70 milhões de exportações do setor e, pelos negócios e contatos realizados na feira a sinalização é de incremento das exportações em 2019, estimuladas especialmente pelo considerável número de lançamentos (mais de 40) de novos produtos na feira.

Com decididos investimentos em design e tratamento das placas, o setor vem realizando importante processo de agregação de valor a seus produtos, sendo hoje o maior exportador de rochas ornamentais para o mercado norte-americano, além de bons negócios também na Europa e Ásia.

Outra iniciativa importante na feira foi o lançamento do Painel de Inteligência de Negócios (B.I. Centrorochas) oferecendo importantes serviços para o planejamento estratégico de ações de empresas do setor, com foco em exportações. Tal orientação revela a maturidade do setor e a correta percepção da importância de diminuir a dependência do mercado doméstico.

Agora em março, outra feira ligada a construção civil será aberta em São Paulo, a Expo Revestir em sua 17ª edição reunirá por quatro dias empresas de todo o país e do exterior apresentando novos materiais e soluções em revestimentos. Entre as muitas empresas de diferentes segmentos, merece destaque os expositores de pisos e revestimentos cerâmicos. O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking internacional de produção cerâmica e, nos últimos anos, vem melhorando sua capacidade exportadora, respaldada por importantes investimentos em tecnologia, design e certificações.

Como apontou o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, em recente palestra para profissionais do setor na sede do ASPACER (Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimentos) “é preciso que o governo execute regras claras e precisas, propondo uma agenda de crescimento para o país”. Um ambiente político e econômico estável é condição para a realização de investimentos de médio e longo prazo, tão desejados pelo conjunto da sociedade.

Como a experiência de outras nações ensina, o desenvolvimento econômico e social depende da ação coordenada diferentes agentes, sendo o empresariado um agente de significativa importância nesse processo.

. Por: Arnaldo F. Cardoso, professor e pesquisador da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua nas áreas de comércio exterior, relações internacionais e inteligência de negócios.

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