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19/03/2019 - 07:44

"A China pretende ser um dos principais países investidores no mercado brasileiro"

Revela Hsieh Yuan da Mazars.

Segundo Yuan, os chineses dão menos importância para a nossa crise econômica atual do que podemos imaginar, pois têm uma visão estratégica de longo prazo. "A China pretende ser um dos principais países investidores no mercado brasileiro", declara.

Outro ponto revelado pelo executivo, é que a China se tornou uma potência completa. "No contexto geopolítico, já disputa a supremacia com os EUA e os chineses ganharam força quando o país avançou no mercado com produtos de alto valor agregado, vinculados à propriedade intelectual, tecnologia, entretenimento, entre outros. A capacidade da China passa a se estender de um grande Produto Interno Bruto (PIB) para uma influência global", afirma.

Outros aspectos que ajudam a China na conexão com outros países do mundo, seja por meios marítimos, terrestres ou aéreos, são os investimentos realizados em infraestrutura, por exemplo, em cadeias ferroviárias completas, que vão da produção do vagão e da ferrovia ao know-how de engenharia e logística. O projeto é conectar-se com os principais países do mundo, seja por meios marítimos, terrestres ou aéreos.

"Com a Europa, essas conexões já estão fortemente estabelecidas, com uma estrutura de cadeia de transporte integrada a todo o processo logístico que, por exemplo, baixa o tempo do estoque em trânsito pela metade. É uma economia gigante para as empresas. Isso é do ponto de vista econômico. Do ponto de vista geopolítico, significa aumentar a influência chinesa pelo mundo", destaca o executivo.

Brasil e China — Quando o assunto é a relação entre Brasil e China, Yuan destaca que o Brasil deve se posicionar e agregar valor na cadeia produtiva e exportadora, sendo o principal exportador de produtos como grãos e proteína. "Quanto melhor for o produto, a cadeia logística, a saúde contábil e a estrutura de sua empresa, maiores serão as chances de um grande negócio. Boas diretrizes para as empresas são estruturar bem a contabilidade, apresentar demonstrativos financeiros auditados, executar corretamente o valuation de seu negócio e ter um escopo de due diligence bem organizado. Grandes investidores são minuciosos nestes aspectos", acrescenta.

Para o executivo, outros cuidados são relacionados à legislação brasileira, especialmente a trabalhista e a tributária, ambas bastante complexas. "As empresas estrangeiras, não só as chinesas, presentes no Brasil ainda estão se adaptando. São riscos que o investidor que vem de fora precisa lidar e podem ser minimizado com um suporte local", enfatiza Yuan.

Yuan alerta também sobre a necessidade de compatibilidade de culturas. "É importante que se faça um trabalho de aproximação para que não haja desconforto nessa relação. São questões de idioma, fuso horário e idiossincrasias. Há caso de empresas chinesas que chegaram aqui e decidiram fazer renovação inteira do seu grupo de colaboradores para que eles estivessem de acordo com que a China entendia que era de valor cultural", afirma.

Investimentos estrangeiros — Não menos importante é a entrada estrangeira que pode trazer novas tecnologias, modelos de inovações e de produtividade. Para além do volume de dinheiro, os chineses trazem uma estrutura de expertise em logística, redução de custos, otimização de processos e planejamento no longo prazo.

"O Brasil tem uma carência de infraestrutura, e os chineses colocam como uma boa oportunidade o investimento no processo de estruturação do Brasil. A entrada do capital externo tende a impulsionar a nossa retomada. A China, neste caso específico, parece ter o maior apetite, além de conhecimento na busca por grandes gargalos de oportunidades no país e um grande know-how em setores como o ferroviário, o energético e o de tecnologia de informação", declara Yuan

Especialmente seis setores estão nos planos dos chineses: agronegócio, energia, infraestrutura, saúde, TI e alta tecnologia. Desses, o agronegócio é onde eles enxergam mais valor em desenvolver a infraestrutura.

Segundo Yuan, o Brasil é visto hoje como o único país no mundo capaz de alimentar a China. Os projetos de estrutura neste segmento, portanto, são muito grandes. O interesse dos chineses em transporte e usinas hidrelétricas, por exemplo, é principalmente para facilitar a produção agrícola e o escoamento dessa produção.

Perfil — A Mazars tem hoje, no Brasil, cerca de 800 colaboradores distribuídos entre a sede em São Paulo e unidades no Rio de Janeiro, Curitiba, Ribeirão Preto e Campinas. No mundo, o grupo Mazars possui mais de 20 mil colaboradores que atuam em 89 países dos cinco continentes oferecendo soluções em Auditoria, Consultoria, Financial Advisory Services, Serviços Tributários e BPO.

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