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24/04/2008 - 10:40

Resiliência conquista medalhas nos Jogos Olímpicos e galga postos nas empresas

São incontáveis os exemplos de atletas que, superando os maiores e mais diversos obstáculos, dão a volta por cima e conseguem ocupar lugares de honra no pódio. Esses vencedores servem como modelo para o universo corporativo, onde, diante das dificuldades do dia-a-dia, revelam-se os funcionários capazes de seguir em frente, de absorver impactos e manter sua essência. São os profissionais resilientes. Por Stefi Maerker *

Casos como o do iatista Lars Grael, medalhista olímpico, e do Ronaldo "Fenômeno", um de nossos maiores futebolistas, ilustram bem a capacidade de se recuperar de grandes traumas e pressões. Ambos têm histórias muito conhecidas pelo púbico. Grael, depois de ganhar duas medalhas olímpicas em iatismo, foi vítima de um acidente marítimo em 1998 que lhe acarretou a amputação de uma perna. Recuperou-se, passou a ocupar cargos públicos e hoje disputa competições em sua modalidade esportiva.

Já Ronaldo, após ter sofrido grave crise nervosa na final da copa da França - curiosamente no mesmo ano do acidente que vitimou Grael - acabaria sendo a grande estrela dentro de campo no pentacampeonato conquistado pela seleção quatro anos mais tarde no Japão (2002).

Essa capacidade de recuperação de Grael e Ronaldo tem um nome: resiliência. O termo veio da física, que o utiliza para caracterizar a propriedade de certos materiais de agüentar pressão e readquirir a forma após impacto ou pressão. Essa notável característica, também observada em pessoas, foi importada por especialistas em gestão de carreira e hoje é apontada como fundamental para sobrevivência no mercado de trabalho.

Mas, afinal, por que a resiliência seria tão valorizada pelas empresas? A resposta quem dá é o próprio Lars Grael, que também é palestrante motivacional: O pessimista reclama do vento,o otimista espera ele mudar e o realista ajusta as velas.

A resiliência em seres humanos está, também, relacionada ao equilíbrio emocional, isso já é consenso entre especialistas. Pessoas que se irritam diante da primeira contrariedade são problemáticas e, geralmente, tendem a ser preteridas pelas empresas. São os chamados indivíduos de pavio curto. Ou pessoas que encontram dificuldades na rotina do dia a dia e não conseguem manter o bom humor e a visão otimista, necessários para qualquer profissional que lida com o dinamismo do mercado e as constantes mudanças.

Profissionais com bom nível de resiliência conseguem se adaptar a novas situações, são profissionais mais flexíveis, uma realidade inerente à empresa moderna. Mudanças dentro e fora do ambiente de trabalho não precisam ser estressantes, necessariamente. Devem ser encaradas de forma positiva e construtiva, como naturais e parte da rotina, e não como eventos traumáticos.

A norte-americana Diane Coutu, autora da pesquisa "Resiliência: para que serve?", publicada na Harvard Business Review, apresenta sua visão: "Muitos utilizam a negação como mecanismo de defesa. Enfrentar a realidade, ainda que isso seja doloroso, é tarefa para poucos", diz.

Uma pesquisa realizada pela Isma-BR (International Stress Management Association), mostra que as mulheres profissionais tendem a se adaptar melhor aos desafios e pressões. Entre os dados observados está o de que 84% das mulheres têm maior facilidade de verbalizar suas emoções, contra 29% dos homens. A pesquisa completa pode ser vista no site www.ismabrasil.com.br.

Por último, é possível indicar algumas iniciativas que podem ajudar a desenvolver uma maior capacidade de resiliência, tais como estreitar laços afetivos com a família e a comunidade, manter objetivos de longo prazo, adotar medidas práticas - é melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão - e relaxar em alguns momentos mesmo em meio às mais sérias crises. Ter uma vida equilibrada, que lhe dê a base motivacional para enfrentar desafios, pressões e imprevistos, e retornar ao trabalho no dia seguinte com a mesma vontade, capacidade e comprometimento.

Os próximos Jogos Olímpicos na China certamente nos trarão uma boa oportunidade de conhecer novos casos de atletas que se fortalecem após percalços,se recuperam e conseguem ganhar de virada, como se diz no jargão do futebol. Vamos acompanhá-los e aprender com eles.

Diretora da SEC Talentos Humanos, reúne mais de 20 anos de experiência na Assessoria de Executivos do primeiro escalão. É palestrante e autora dos livros "Secretária - Uma Parceira de Sucesso", 1999 e "Mulheres de Sucesso - Os segredos das mulheres que fizeram história", 2000.

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