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24/04/2008 - 10:45

Potencial do bagaço da cana-de-açúcar na energia elétrica é inexplorado

Com menos impacto ambiental do que a construção de novas usinas hidrelétricas, a produção de biomassa pode suprir o déficit de energia, que aumenta com a expansão econômica.

O Brasil precisa aumentar em pelo menos 5% a oferta de energia a cada ano, mas a produção de energia elétrica por meio de usinas hidrelétricas enfrenta problemas com a falta de investimentos e o questionamento sobre o impacto ambiental. Surge então a necessidade de investir em outras matrizes, e o bagaço de cana-de-açúcar (biomassa) aparece com um grande potencial, ainda inexplorado, para suprir a demanda por energia causada pela expansão econômica do país.

Segundo estudos da empresa GAtec Gestão Agroindustrial, se todo o bagaço resultante da moagem de cana da safra 2007/08 fosse utilizado para a produção de energia elétrica, somente em termos de energia excedente, ou seja, já descontado o que a usina sucroalcooleira necessita para o consumo próprio, teríamos uma geração de aproximadamente 8620 MW de energia elétrica, o que equivaleria à produção das usinas de Itaipu e Itumbiara (GO) juntas.

Uma vantagem da biomassa é o custo menor do investimento. As usinas de co-geração a partir do bagaço de cana apresentam um custo que varia entre US$ 600 e US$ 1.200 por quilowatt, dependendo da potência das turbinas. Enquanto isso, a usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, que terá 3.150,4 MW de capacidade instalada e será inaugurada em dezembro de 2012, vai custar R$ 9,5 bilhões. "Uma usina de co-geração, para a mesma capacidade instalada, necessitaria de um investimento de cerca de 40% desse valor", afirma Luciana Coicev, doutora em agronomia pela UNESP Jaboticabal e pesquisadora da GAtec. "O próprio governo já considera o bagaço de cana-de-açúcar como o combustível alternativo mais promissor. Resta agora traduzir essa constatação em investimentos concretos", completa ela.

Nas indústrias sucroalcooleiras é utilizado o sistema de co-geração de energia, o qual permite produzir simultaneamente energia elétrica e calor, que já é uma tecnologia perfeitamente dominada pelo setor. Tem melhorado cada vez mais em termos de eficiência energética por causa da importância que ganhou pelas preocupações em termos de preservação ambiental e necessidade urgente na diminuição de emissões de gases de efeito estufa.

Em adição, observando-se o aspecto ambiental, o valor monetário investido na hidrelétrica pode elevar-se incomensuravelmente, se for avaliada a área inundada necessária ao projeto, que, no caso da Usina Santo Antônio, terá reservatório de 271 km2, com prazo de implantação de 90 meses, equivalente a 7,5 anos, o que pode representar a perda ou mesmo a extinção de material genético vegetal e animal que sequer tenha sido estudado.

Cenário - A capacidade de produção de energia elétrica no Brasil, de acordo com dados publicados em 2005, era de 98.352 megawatts de energia, por meio de 1.399 usinas, assim distribuídas: 74,7% de potência hidrelétrica; 21,5% termelétrica; 2,2%, nuclear; 1,6%, de outras fontes, todas unidas por uma rede de 77 mil km de linhas de transmissão para os centros consumidores.

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