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30/03/2019 - 08:20

Evento na Firjan debate desenvolvimento da cadeia de leite no Rio

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio de Janeiro (Sindlat) e a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do estado do Rio de Janeiro (Seappa) se reuniram para debater o potencial da cadeia agroindustrial de leite fluminense. O encontro na Firjan, em 27 de março(quarta-feira), serviu para dar início ao desenvolvimento do plano de ação para os próximos quatro anos, a ser enviado em breve para o governo estadual.

Os principais desafios pontuados pelo grupo técnico foram os aspectos tributários, que impactam a competitividade fluminense. Por outro lado, a demanda interna do estado foi definida como a principal oportunidade de crescimento do setor.

“A produção primária de leite não cresce há 17 anos no estado. Estamos estagnados enquanto o Brasil mais do que duplicou sua produção. Portanto, a grande oportunidade que temos é aumentar nossa atual produção láctea, de cerca de 500 milhões de litros, para atender ao consumo interno de 2,8 bilhões”, ponderou Antonio Carlos Celles Cordeiro, presidente Sindlat.

Para ele, isso será possível caso as políticas públicas sejam as corretas: “Se formos capazes de produzir leite para sermos autossuficientes, vamos sair do atual valor bruto de produção, somadas todas as etapas da cadeia, para algo em torno de 2 bilhões de litros, podendo chegar a 10 bilhões”. O objetivo, ressalta Celles Cordeiro, é grandioso, mas é possível, desde que haja coordenação entre governo, produtores, indústria e academia.

Cláudio Meirelles, diretor-presidente da Cooperativa Agropecuária de Barra Mansa, destacou que é hora de solucionar obstáculos que vêm travando o setor fluminense. “A questão tributária-fiscal no Rio é urgente, tanto no que tange à energia elétrica, extremamente cara, quanto à concorrência de produtos lácteos que entram no estado via o Riolog e a não incidência da substituição tributária em queijos”, afirmou.

O Riolog foi criado em setembro de 2003 com o objetivo de estimular a instalação de centrais de distribuição de empresas do setor atacadista no estado do Rio, bem como reduzir o ICMS do setor.

Diálogo — Ramon Neves, subsecretário da Seappa, garantiu que o governador Wilson Witzel está ciente dos problemas e comprometido em fomentar o setor no estado. “Já estamos revendo a questão do Riolog e da substituição tributária para queijos. Estamos abertos ao diálogo e levaremos as demandas aos órgãos competentes”, garantiu.

De acordo com o presidente do Sindlat, desde a época de transição para o novo governo estadual foi percebido interesse em atuar em conjunto para desenvolver a cadeia agroindustrial do leite.

“O setor tem impacto, por sua capilaridade, em todo o estado e ajuda a gerar emprego e renda. Por isso, atuamos junto ao Sindlat para fomentar essa indústria”, ressaltou João Paulo Alcantara, diretor da Firjan.

Indústria de laticínios do Rio — Atualmente, no Rio, existem mais de 15 mil propriedades rurais, produzindo 524 milhões de litros de leite por ano e empregando 45 mil pessoas diretamente. Na indústria, são 102 empresas e 2.800 empregos diretos. O faturamento, somando as atividades no campo e na indústria, totaliza R$ 2 bilhões por ano. Os dados foram apresentados por Valter Galan, sócio-diretor da Milkpoint Inteligência, principal consultoria especializada em lácteos do Brasil.

“Nos últimos 17 anos, o Rio perdeu relevância e competitividade, sendo responsável por apenas 1,4% da produção nacional. Por outro lado, possui demanda qualificada, capacidade de processamento e tecnologia de produção de leite disponível. É possível reverter esse cenário”, resumiu.

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