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05/04/2019 - 07:36

Custo da cesta básica aumenta em todas as capitais, aponta Dieese

A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 509,11), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 496,33) e Porto Alegre (R$ 479,53). Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 382,35) e Aracaju (R$ 385,62). Destaque para o grande aumento do tomate e da batata em todas as capitais.

O custo do conjunto de alimentos essenciais subiu em todas as capitais, em março de 2019, conforme o resultado da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 18 cidades, divulgada no dia 04 de abril(quinta-feira). As altas mais expressivas ocorreram em Brasília (11,09%), Florianópolis (7,28%), São Luís (7,26%) e Curitiba (7,20%).

A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 509,11), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 496,33) e Porto Alegre (R$ 479,53). Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 382,35) e Aracaju (R$ 385,62).

Em 12 meses, entre março de 2018 e o mesmo mês de 2019, todas as cidades acumularam alta, sendo que as mais expressivas foram registradas em Goiânia (20,25%), Salvador (18,42%) e Brasília (17,39%).

Nos primeiros três meses de 2019, todas as cidades mostraram alta acumulada, com destaque para Recife (17,85%), Vitória (17,84%) e Natal (16,87%). A menor alta foi registrada em Porto Alegre (3,19%).

Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em março de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.277,04, ou 4,29 vezes o mínimo de R$ 998,00. Em fevereiro de 2019, o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 4.052,65, ou 4,06 vezes o mínimo vigente. Já em março de 2018, o valor necessário foi de R$ 3.706,44, ou 3,89 vezes o salário mínimo, que era de R$ 954,00.

Cesta básica x salário mínimo — Em março de 2019, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 96 horas e 42 minutos e, em fevereiro, a jornada necessária foi calculada em 91 horas e 16 minutos. Em março de 2018, quando o salário mínimo era de R$ 954,00, o tempo médio foi de 88 horas e 07 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em março, 47,78% da remuneração para adquirir os produtos; percentual superior ao de fevereiro, que foi de 45,09%. Em março de 2018, quando o salário mínimo valia R$ 954,00, a compra demandava 43,54% do montante líquido recebido .

Comportamento dos preços entre fevereiro e março de 2019, foi predominante a alta no preço nos produtos in natura ou semielaborados: tomate, batata – pesquisada no Centro-Sul, feijão e banana. Já as cotações da carne bovina de primeira e do açúcar tiveram redução média de valor na maior parte das cidades.

O preço do quilo do tomate aumentou em todas as capitais entre fevereiro e março. As taxas variaram entre 10,12%, em Campo Grande e 54,33%, em Florianópolis. Em 12 meses, as altas acumuladas oscilaram entre 10,09%, em Porto Alegre e 58,59%, em Recife. A redução da oferta pelo fim da safra de verão foi o fator que explicou a elevação expressiva dos preços no varejo.

A batata, pesquisada no Centro-Sul, teve seu preço majorado em todas as cidades. As altas mais expressivas foram registradas em Brasília (79,11%), Porto Alegre (34,27%) e São Paulo (20,84%). Em 12 meses, as taxas acumuladas variaram entre 52,68%, em Goiânia, e 130,92%, em Belo Horizonte. A menor oferta de batata, com as chuvas e o fim da safra das águas, elevou o preço no varejo.

O preço médio do feijão subiu em 17 capitais, em março de 2019. O tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, só não apresentou aumento em Campo Grande (-10,92%). Destacaram-se as elevações em Brasília (102,13%), Belém (26,55%) e São Luís (17,55%). Já o feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, apresentou elevação de valor entre 6,94%, em Porto Alegre, e 19,84%, em Curitiba. Em 12 meses, o preço médio do grão carioquinha acumulou alta, acima de 100%, em todas as capitais: as taxas variaram entre 112,84%, em Aracaju, e 191,44%, em Belém. As variações acumuladas do tipo preto também foram positivas, mas em patamares menores: entre 37,93%, no Rio de Janeiro e 69,27%, em Vitória. A redução da área plantada do feijão carioca na safra das águas e as chuvas intensas diminuíram tanto a disponibilidade quanto a qualidade do grão ofertado. No caso do tipo preto, o aumento médio de cotação se deu pela maior demanda, uma vez que o consumidor teve a opção de substituir o grão carioca pelo preto.

A dúzia da banana aumentou em 15 cidades e diminuiu em outras três. A pesquisa coleta os tipos prata e nanica e faz uma média ponderada dos preços. As altas mais expressivas foram registradas em Brasília (35,04%), Belo Horizonte (20,79%), Curitiba (18,98%) e Campo Grande (18,32%). Em 12 meses, o quilo da banana subiu em 10 cidades, com destaque para a variação de Florianópolis (11,98%) e Belo Horizonte (10,30%). Houve queda do preço médio em oito cidades, sendo que em Goiânia foi verificada a redução mais intensa (-10,03%). Tanto a banana prata quanto a nanica apresentaram diminuição de oferta, por problemas climáticos; e, no caso da nanica, também ocorreu antecipação de safra, devido ao calor. Os preços aumentaram no varejo na maior parte das cidades.

O preço do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 11 cidades e subiu em sete. Os recuos variaram entre -2,71%, em Brasília e -0,22%, em Curitiba. A maior alta foi anotada em Vitória (1,39%). Em 12 meses, 17 cidades mostraram aumento, que variou entre 1,24%, em Belém e 11,75%, em Goiânia. A única redução ocorreu em Florianópolis (-1,60%). A maior oferta de animais abatidos e o decréscimo no preço dos insumos aumentou o volume de carne comercializada e diminuiu o preço no varejo.

O quilo do açúcar diminuiu em 10 cidades, ficou estável em Belo Horizonte e João Pessoa e aumentou em seis capitais. As quedas mais expressivas foram anotadas em Florianópolis (-5,99%) e São Paulo (-5,96%). A maior alta ocorreu em Brasília (6,35%). Em 12 meses, o preço do açúcar aumentou em 11 cidades, com variações entre 3,26%, em Fortaleza e 30,87%, em Goiânia. Em outras sete, houve redução acumulada, com taxas que variaram entre -17,28%, em Brasília e -0,52%, em Campo Grande. Mesmo com a menor produção, o preço no varejo seguiu em queda na maior parte das cidades, pela menor demanda.

Rio de Janeiro — Em março de 2019, a cesta básica no município do Rio de Janeiro apresentou elevação em seus preços médios de 6,86%, em relação a fevereiro de 2019, com o custo de R$ 496,33, a segunda mais cara dentre as capitais pesquisadas. Em comparação com fevereiro de 2018, o valor da cesta aumentou 12,50%.

Em março, nove dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento em seus preços médios, quando comparados a fevereiro. Os demais quatro produtos apresentaram queda. Dentre aqueles que registraram aumento, destacam-se o tomate (42,36%), a batata (17,21%), a banana (8,66%) e o feijão (7,80%). Registraram queda o óleo de soja (-3,73%), o arroz (-2,36%), a carne (-0,96%) e o açúcar (-0,84%).

No acumulado dos últimos doze meses, nove produtos registraram elevação, com destaque para a batata (107,25%), seguida pelo feijão (37,93%), tomate (30,50%), farinha (24,93%) e leite (11,94%). As quedas no preço médio foram observadas no açúcar (-9,54%), no café (-8,54%) e na banana (-4,63%).

O trabalhador do Rio de Janeiro com remuneração de um salário mínimo (R$998,00) precisou trabalhar 109 horas e 25 minutos para adquirir a cesta básica em março. Em fevereiro, o tempo de trabalho necessário havia sido de 102 horas e 23 minutos. Este mesmo trabalhador comprometeu 54,06% de sua remuneração em março de 2019 para adquirir os produtos de uma cesta básica, caso tenha recebido um salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 8% para a Previdência Social. Em fevereiro, ele havia comprometido 50,59% dessa remuneração.

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