Projeto Cidade Limpa pode trazer prejuízos ao setor gráfico da ordem de r$ 220 milhões ao ano, além de ameaçar cerca de 2.000 postos de trabalho

Segundo estimativas do Departamento de Estudos Econômicos da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), o segmento de mídia exterior no Brasil aufere receitas anuais da ordem de R$ 875 milhões. O Estado de São Paulo representa 62% do faturamento nacional, se o projeto Cidade Limpa fosse aplicado a todos os municípios, o prejuízo chegaria a R$ 540 milhões.

Como inicialmente a medida se restringe apenas à cidade de São Paulo, o prejuízo direto será de aproximadamente R$ 220 milhões ao ano. A este valor deve-se acrescentar o prejuízo da paralisação da atividade de inúmeros pequenos prestadores de serviços vinculados à atividade.

O segmento de mídia exterior, assim como a indústria gráfica total, possui um perfil de pequenas e médias empresas (90,5% dos estabelecimentos possuem até 19 funcionários). O impacto econômico sobre essas pequenas empresas será maior do que para as empresas de grande porte, já que as pequenas dispõem de menos recursos para direcionar a sua estrutura para outras atividades do setor gráfico.

Outro efeito negativo será o deslocamento das grandes empresas para outras atividades do setor gráfico, como a de sinalização interna, fato que acirrará a guerra de preços e de descontos que já ocorre neste segmento. As reduções de preços de mercado vigentes acarretam perda de qualidade nos produtos e desestimula os investimentos em tecnologia gráfica no segmento de sinalização, voltado para o ambiente publicitário.

“O mais preocupante, além de tudo isso, é que a atividade representa o emprego de cerca de 2.000 pessoas (direto e indireto) e a indústria prevê o desemprego de aproximadamente 40% da mão de obra, o que corresponderia a 700 demissões já neste ano de 2007”, destaca o presidente da Abigraf regional São Paulo, Alfried Plöger.

Na tentativa de evitar o fechamento dessas empresas, a Abigraf entrou na Justiça com um pedido de prorrogação da data fixada para adaptação à nova lei. “Estamos confiantes nesse pedido, mesmo porque só estamos pleiteando a prorrogação do prazo”, diz Plöger. www.abigraf.org.br