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25/04/2008 - 10:46

ABERC reúne 500 especialistas e debate a eficáciae as perspectivas da merenda escolar no país


Palestrantes que participaram dos debates finais do IV Fórum Nacional de Merenda Escolar, promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas – Aberc.

Durante um dia inteiro, cerca de 500 profissionais das áreas de educação, nutrição, saúde e gestão de recursos humanos, representando 150 municípios de 15 estados brasileiros, debateram as tendência e perspectivas da alimentação escolar no Brasil durante o IV Fórum Nacional de Merenda Escolar. Promovido pela Aberc - Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas e realizado no último dia 11 de abril, em São Paulo, o evento reuniu os maiores especialistas na gestão da merenda escolar, uma atividade que responde hoje pela alimentação diária de aproximadamente 34 milhões crianças no País.

Na abertura do IV Fórum, que teve como tema central “O Programa de Alimentação Escolar: Organização e Estratégias para Operacionalizar Novas Tendências”, o primeiro vice-presidente da Aberc, Rogério da Costa Vieira, destacou que o evento já se transformou na mais importante instância de debates dos problemas e também do encaminhamento das soluções e propostas para a complexa gestão da alimentação escolar no Brasil. “E esse é o papel da Aberc. Discutir e estimular formas de gestão que resultem em ações concretas para que as crianças criem bons hábitos alimentares que se perpetuem ao longo de suas vidas, possibilitando-as de exercerem plenamente a cidadania”.

Em quase todas as palestras do IV Fórum, o tom predominante foi o de que o tema da alimentação dos estudantes no Brasil é transversal e tem de envolver todas as disciplinas do currículo escolar, assim como todos os profissionais envolvidos diretamente com educação. “Nós não somos detentoras de todo o conhecimento. Nós aproveitamos o conhecimento que está sendo colocado em prática por todo o País. Validamos e avaliamos esse conhecimento para repassá-lo a outras pessoas”, resumiu a nutricionista Cristina Pereira Gaglione, da Unifesp, ao final do fórum.

Em sua palestra “Inovação Metodológica e os Desafios Didático-Pedagógicos em Programa de Alimentação Escolar”, Cristina lembrou que a formação do hábito alimentar de uma criança se dá a partir de influências da família, dos amigos, da sociedade, da oferta de alimentos e também das necessidades individuais. “Como os hábitos adquiridos na infância tendem a se solidificar na vida adulta, é fundamental intervir para a formação de hábitos saudáveis o mais precocemente possível”, diz.

Após descrever aspectos psicológicos e culturais que interferem nos hábitos alimentares, Cristina apresentou os princípios e os principais indicadores do PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar, ressaltando que ele contribui para a redução da evasão escolar e também para a melhoria do desempenho dos estudantes. Por fim, a nutricionista traçou um panorama das ações do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição – Cecane, do qual ela é coordenadora na região Sudeste.

Na seqüência do fórum, o professor Dr. Ramon Solis, membro da Junaeb – Junta Nacional de Auxílio Escolar y Becas, órgão responsável pelo auxílio à gestão da educação e da merenda escolar no Chile, fez um apanhado da situação da merenda escolar em seu país. Junto com o representante chileno falou o professor Lívio Giosa, consultor especializado em modelo de gestão e um dos maiores especialista brasileiros no tema da terceirização.

O professor Giosa descreveu sobre as vantagens estratégicas da terceirização de forma geral e quais as suas possibilidades no segmento de merenda escolar. Ao final, ele concluiu reafirmando que a terceirização “é uma prática consagrada de gestão e definida como modelo e instrumento de aperfeiçoamento dos métodos administrativos nas empresas”. Antes de aderir ao modelo, segundo o professor, é necessário verificar a viabilidade e encarar esse processo como um meio para administrar melhor e não como um fim em si mesmo.

Na parte da tarde, após o brunch, uma cortesia da Coan Alimentação e Serviço, um dos patrocinadores do evento, o IV Fórum foi retomado com a apresentação de uma peça teatral com enfoque voltado para conscientização sobre qualidade de vida. A deste ano foi a peça “Bartô e Leda – Qualidade de Vida”, encenada pelo grupo Nutrição em Arte e que também é patrocinado pela Coan.

Em seguida, com a palestra “Alimentação Escolar: Realidade Nacional e o Desenvolvimento de Projetos Eficientes nos Diferentes Municípios”, a presidente da Ação Fome Zero, Fátima Menezes detalhou os mecanismos do Prêmio Gestor Eficiente da Merenda Escolar, que é organizado e conferido anualmente às prefeituras que apresentam as soluções mais inovadoras em relação à alimentação escolar. “A intenção do prêmio é conferir visibilidade para os projetos municipais que mais se destacam na área de merenda escolar entre todos os municípios que inscrevem seus trabalhos realizados”, explicou Fátima. Segundo ela, no ano passado 751 municípios concorreram.

De acordo com a presidente do Ação Fome Zero, os critérios para a classificação dos municípios inscritos são: desempenho financeiro, participação social, desenvolvimento local e eficiência nutricional. Números levantados na premiação do ano passado, segundo Fátima, indicam, por exemplo, que 65,6% das prefeituras inscritas possuem hortas comunitárias que ajudam no abastecimento de alimentos para a merenda escolar.

Ela relatou ainda que casos exemplares de boa gestão da merenda escolar são coletados em todas as regiões do País. Uma cidade, por exemplo, envolveu as pessoas da chamada terceira idade no Conselho de Alimentação Escolar (CAE). “Com isso, o gestor consegue ter à disposição um suporte confiável, experiente e sem nenhum custo para aprimorar e fiscalizar a merenda dos alunos do seu município”, comenta Fátima. Outra idéia interessante foi a concentração em um único local de vários conselhos, inclusive o CAE. “Tudo isso ocorre quando há o envolvimento político dos principais dirigentes, secretários e, sobretudo, do prefeito”, finalizou ela.

Já a palestra da nutricionista Claudia Ridel Juswiak, que é professora da Unifesp, se centrou no detalhamento dos instrumentos e ferramentas à disposição de professores e gestores de escolas para a realização de um trabalho de educação nutricional. Denominada “Educação Nutricional na Escola: Desenvolvendo Ferramentas de Trabalho”, a conferência da Dra. Claudia enfatizou que o professor deve ser o principal parceiro das nutricionistas nessa tarefa. “Ele possui identificação com o grupo e, além disso, acaba sendo um dos principais modelos para os estudantes”, afirmou a nutricionista.

Outro instrumento que deve servir de forte aliado na educação nutricional, segundo Claudia, é o próprio alimento. “A exposição de uma variedade grande de alimentos funciona como um estímulo ao consumo por parte da criança. Facilita muito também se ela tem a possibilidade de servir-se sozinha”, comentou a conferencista. Claudia ainda destacou a horta comunitária, a cozinha experimental, as aulas de ciências, os livros didáticos, os jogos especialmente projetados para esse fim, as histórias em quadrinhos e as fábulas como importantes formas de se desenvolver projeto de Educação Nutricional.

Por fim, encerrando a parte de palestras do IV Fórum, a Dra. Joana D´Arc P. Mura, nutricionista, sanitarista e diretora técnica do evento, falou sobre “Tendências e Perspectivas em Alimentação Escolar”. Em termos de perspectivas futuras, ela identifica a possibilidade da introdução de alimentação orgânica, maior predomínio das hortas escolares, a compra de pequeno produtor local e ações de resgate e valorização da cultura alimentar, bem como todos os demais projetos voltados para a educação alimentar.

Ela chamou a atenção também para a necessidade, dentro de uma perspectiva de cidadania, de se ter preocupação com a rotulagem, viabilizando propostas voltadas para potencializar as informações contidas nos rótulos dos alimentos utilizados na merenda. Já em relação aos atores envolvidos diretamente com a gestão da alimentação escolar, a Dra. Joana salientou a importância de se ter projetos bem definidos, escolher os indicadores de validade da metodologia a ser usada e, por fim, as formas de administrar e gerenciar todo esse processo.

“Todos nós que atuamos no segmento de alimentação escolar precisamos ter uma noção muito clara da complexidade que a questão envolve”, destacou a Dra, Joana. A seu ver, essa complexidade exige uma análise ampla que deve contemplar os seguintes passos: avaliação da situação existente, análise dos problemas, proposta de planejamento, implementação e monitoramento. “Com isso, nós teremos uma melhor compreensão da prioridade da nossa atuação; maior objetividade na avaliação; tomaremos decisões de forma mais profissional; acabaremos com feudos internos que atrapalham os processos; teremos condições de fazer um acompanhamento histórico; definiremos mais adequadamente papéis e responsabilidade e, por fim, teremos um gerenciamento efetivo de todo o processo”, terminou Dra. Joana.

Após a palestra final da Dra. Joana foi montada a mesa para o painel de encerramento, com as “Conclusões do IV Fórum”. Composta por todos os palestrantes do dia, a mesa, presidida pelo professor Antonio Guimarães, diretor superintendente da Aberc, ficou à disposição da platéia para questões, mas foram poucos os questionamentos. “A falta de questionamentos prova que tanto a escolha dos temas e dos palestrantes, quanto o teor das conferências proferidas atenderam plenamente as necessidades dos ouvintes”, afirmou professor Guimarães, que também foi o presidente do IV Fórum.

Em seguida, ele comandou a cerimônia oficial de encerramento do IV Fórum Nacional de Merenda Escolar, ressaltando a importância e a amplitude do evento. Guimarães agradeceu a participação de todos, elogiou o empenho da equipe que colaborou para sua realização e enfatizou que essa iniciativa mantém a tradição da entidade de valorizar o trinômio, alimentação, saúde e qualidade de vida que tem marcado a atuação da associação ao longo dos últimos 15 anos.

Por fim, foram sorteados diversos prêmios, entre os quais um aparelho de DVD e dois iPOD touch, numa cortesia dos patrocinadores Coan Alimentação & Serviços Risotolândia Serviços de Alimentação além do Sinderc – Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas do Estado de São Paulo. O evento também contou com o patrocínio da Sistal Alimentação de Coletividade e Teknisa Software. O IV Fórum ainda teve a parceria e o apoio da APAN – Associação Paulista de Nutrição, da Asbran – Associação Brasileira de Nutrição, do CDL – Central de Diagnósticos Laboratoriais, CRN 1 Região, CRN 3 Região, CRN 4 Região, da VP Consultoria, das revista “Nutrinews” e “Higiene Alimentar”, além da Conexão, a empresa organizadora do evento.

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