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08/05/2019 - 07:25

Anfavea vê retração na competitividade com o México, segundo estudo da PwC Brasil


Nosso país tem ambiente de negócios caracterizado por alta burocracia, limitações logísticas e altos custos operacionais. Mesmo assim os resultadfos de abril mostra recuperação do segmento, que segue com otimismo.

São Paulo —A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou estudo comparativo da competitividade dos mercados automotivos do Brasil e México produzido pela consultoria PwC Brasil. A pesquisa concluiu que um veículo produzido no mercado mexicano é mais competitivo que um produto nacional. Produzir um carro no México custa 18 pontos porcentuais a menos que no Brasil, sendo as principais diferenças em materiais e logística. Aplicando-se os impostos de cada país, a diferença final de custo pode chegar a 44%, dependendo do tipo de veículo.

“Os resultados apresentados neste levantamento nos indicam a necessidade extrema de atacarmos pontos que reduzam o Custo Brasil e melhorem a nossa competitividade. Medidas que estimulem o comércio exterior, melhorem a logística de distribuição e reduzam a carga tributária são urgentes para conferir uma nova dinâmica para os negócios brasileiros em diversos segmentos da economia, não somente o automotivo”, afirma Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, destacando ainda que o mais emergencial é aprovar as reformas previdenciária e tributária.

Os dois países possuem aspectos socioeconômicos bastante similares, mas têm perfis comerciais distintos. O México possui um grau de abertura muito maior do que o Brasil. Prova disso é a quantidade de acordos comerciais fechados por cada país: México possui 12 tratados de livre comércio com 46 países e mais 32 acordos bilaterais. Enquanto isso, o Brasil possui 6 tratados de livre comércio com 11 países e 21 acordos bi e multilaterais.

Segundo o estudo, o México possui uma clara vocação comercial direcionada para as exportações. No setor automotivo, 88% da manufatura é focada para o comércio exterior, enquanto que o Brasil possui 22% da produção de veículos voltada para as exportações. Isso se reflete em termos de movimentação comercial: em 2017 o México movimentou US$ 143 bilhões e o Brasil US$ 26 bilhões. Outro grande destaque no mercado mexicano é o volume de ocupação da capacidade produtiva do país, sendo de 88% ainda em 2017. Já no caso brasileiro, a taxa foi de 60% devido principalmente ao período de baixa do mercado interno, que impactou a produção.

De acordo com a análise da PwC Brasil, nosso país tem um ambiente de negócios caracterizado por alta burocracia, limitações logísticas e altos custos operacionais. O efeito tributário entre os dois países também é um fator que impacta na competitividade do mercado brasileiro. O Brasil possui de 37% a 44% de impostos incidentes no veículo dependendo do tamanho do motor. Já no México, há 16% de impostos sobre o veículo.

O estudo conclui que em um cenário de importação para o Brasil, o veículo mexicano continua mais competitivo que um veículo nacional, tendo 12 pontos porcentuais a menos que o produto brasileiro. No cenário de exportação, o veículo produzido no México seria 24 pontos porcentuais mais competitivo que um veículo brasileiro.

Resultados do setor em abril — O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, vê o balanço das vendas nestes quatro primeiros meses do ano com otimismo: “Estamos crescendo mês após mês no acumulado do ano, o que nos mostra que o mercado automotivo brasileiro está se recuperando dos anos de baixa. Nossas exportações ainda permanecem em queda devido à situação vivida pelo nosso principal parceiro comercial, a Argentina, o que impacta também a produção das nossas fábricas. Fecharemos este ano com uma elevação importante no mercado interno. Os segmentos de caminhões, ônibus e máquinas têm apresentado uma retomada ainda mais expressiva, o que sinaliza o potencial de crescimento dos setores agrícolas e produtivos”, comentou.

Projeções para 2019 — Para este ano, a Anfavea estima um crescimento nas vendas e na produção de 11%. Nos primeiros quatro meses do ano, foram produzidos 965,4 mil veículos, uma retração de -0,1% em relação aos 965,9 mil fabricados de janeiro a abril de 2018.

As vendas totalizaram 839,5 mil unidades no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, uma alta de 10,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

As exportações, no entanto, têm sofrido com os impactos da crise na Argentina, que chegou a ser destino de 70% dos veículos brasileiros enviados ao exterior. As exportações tiveram queda de -45% no acumulado de janeiro a abril, com a comercialização de 139,5 mil unidades no mercado externo.

No mesmo período do ano passado as vendas para o exterior somaram 253,4 mil veículos. Em abril, a retração ficou em -52,3% em comparação com o mesmo mês do ano passado, com a exportação de 34,9 mil veículos.

“As montadoras vêm buscando outros parceiros comerciais para escoar a produção que era vendida no país vizinho”, diz Luiz Carlos.

Segundo ele, muitas montadoras estão tentando compensar com outros países, do Oriente Médio e a África do Sul; “então mais para frente, a gente vai ter uma visão mais clara se essas ações da indústria automobilística vão compensar, parcialmente pelo menos, a queda brusca da Argentina”, ressaltou.

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