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10/05/2019 - 06:34

Vale apresenta prejuízo de R$ 6,4 bilhões no 1T19 sob o impacto Brumadinho


“Três meses e meio após a trágica ruptura da Barragem I na mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), toda a organização ainda está de luto e completamente focada em fazer todos os esforços para garantir a segurança das pessoas e a integridade de seus ativos, atendendo às necessidades dos afetados e mitigando os danos”, diz a mineradora.

"Estou comprometido em liderar a Vale no momento mais desafiador de sua história. Trabalharemos incansavelmente para garantir a segurança das pessoas e das operações da empresa. Nós nunca esqueceremos Brumadinho e não pouparemos esforços para aliviar o sofrimento e reparar as perdas das comunidades impactadas. . Este enfoque nas pessoas e na segurança impulsionará nossa excelência operacional e fortalecerá nossa licença para operar, garantindo resultados sustentáveis através do fornecimento de portfólio de produtos de alta qualidade, comentou Eduardo Bartolomeo, recentemente confirmado como diretor-presidente pelo Conselho de Administração, comentou: Eduardo Bartolomeo, recentemente confirmado como diretor-presidente pelo Conselho de Administração.

Os impactos financeiros da ruptura da barragem de Brumadinho levaram ao primeiro Ebitda negativo da Vale em sua história, negativo de R$ 2,8 bilhões, no primeiro trimestre de 2019.

Segundo a mineradora Vale, o impacto financeiro da ruptura da barragem de Brumadinho no Ebitda do primeiro trimestre de 2019 foi de R$ 19,0 bilhões, devido principalmente a: (a) provisões para os programas e acordos de compensação/remediação (R$ 9,3 bilhões); (b) provisão para descomissionamento ou descaracterização de barragens de rejeito (R$ 7,1 bilhões); (c) despesas incorridas diretamente relacionadas a Brumadinho (R$ 392 milhões); (d) volumes perdidos (R$ 1,1 bilhão); (e) despesas de parada (R$ 605 milhões); (f) outros (R$ 469 milhões). As provisões e despesas relacionadas aos itens (a), (b), (c) e (f) foram registradas no segmento "Outros" (vide "Provisões relacionadas à ruptura da barragem de Brumadinho" na seção "Desempenho operacional e econômico-financeiro" deste relatório), enquanto o impacto das paralisações nos volumes de vendas (d) e nas despesas (e) foram registrados no segmento de Minerais Ferrosos.

O Ebitda da vale também foi impactado pelo menor volume de vendas de minério de ferro e pelotas, ficando 30% e 20% inferior ao quarto trimestre de 2018 e ao primeiro trimestre de 2018, respectivamente. A redução em relação ao quarto trimestre de 2018 foi decorrente dos seguintes efeitos: (a) sazonalidade usual (14 Mt); (b) impacto de paradas de produção após a ruptura da barragem de Brumadinho (7 Mt); (c) novos procedimentos de gerenciamento de estoque nos portos chineses, que impactaram o momento de reconhecimento da receita de vendas (6 Mt); (d) chuvas anormais impactando os embarques do porto de Ponta da Madeira, no Sistema Norte (5 Mt); os quais foram parcialmente compensados pela utilização de estoques nos portos chineses no primeiro trimestre de 2019 (3 Mt).

— O prêmio de qualidade de minério de ferro e pelotas foi impactado pelos menores prêmios do mercado de Carajás e atingiu US$ 10,7/t no primeiro trimestre de 2019, ficando US$ 0,8/t abaixo do quarto trimestre de 2018. O menor efeito do prêmio de mercado de Carajás sobre o preço realizado foi compensado por preços do benchmark mais altos e pelo efeito positivo dos novos contratos na venda de pelotas— destaca a companhia.

O custo caixa de minério de ferro C1 no primeiro trimestre de 2019 foi US$ 1,2/t maior do que no quarto trimestre de 2018, principalmente, em razão da menor diluição de custos fixos em volumes sazonalmente menores, enquanto o impacto das operações interrompidas após a ruptura da barragem de Brumadinho (US$ 2,7/t) foi registrado como despesa de parada.

O Ebitda breakeven foi de US$ 30,3/t, ficando US$ 3,0/t acima do 4T18, principalmente, devido aos efeitos acima mencionados de: maior custo caixa C1 (US$ 1,2/t), menor prêmio de mercado (US$ 2,5/t) e maiores gastos de parada relacionados à ruptura da barragem de Brumadinho (US$ 2,7/t), que foram compensados por menores custos de frete (US$ 2,0/t) e maior contribuição de pelotas (US$ 1,7/t).

Nos Metais Básicos, o Ebitda totalizou R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre de 2019, ficando R$ 351 milhões abaixo do quarto trimestre de 2018, principalmente em função do menor volume de vendas e maiores custos, parcialmente compensados por maiores preços. A manutenção programada em PTVI e VNC impactou a produção e, portanto, os volumes de vendas e a diluição de custo fixo.

O Ebitda do negócio de carvão foi negativo em R$ 263 milhões no primeiro trimestre de 2019, principalmente como resultado de menores preços de referência no mercado e menores volumes. Os volumes de carvão diminuíram devido à estação chuvosa severa em Moçambique, quando comparado com o quarto trimestre de 2018, o que levou a uma menor diluição dos custos fixos.

A dívida bruta totalizou US$ 17,051 bilhões em 31 de março de 2019, aumentando em US$ 1,585 bilhão em relação a 31 de dezembro de 2018, principalmente como resultado da adição de US$ 1,842 bilhão de novas linhas de crédito captadas para cumprir com a obrigação de manter fundos bloqueados relacionados à ruptura da barragem de Brumadinho.

A dívida líquida aumentou US$ 2,381 bilhões em comparação com o quarto trimestre de 2018, totalizando US$ 12,031 bilhões, principalmente como resultado de caixa restrito e dos depósitos judiciais no valor de US$ 3,490 bilhões, que foram separados da posição de caixa disponível, e do mencionado aumento na dívida bruta.

Lucro líquido — O lucro líquido foi negativo em R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre de 2019 — o que significou uma diminuição de R$ 20,9 bilhões em relação ao quarta trimestre de 2018 — principalmente em decorrência dos eventos subseqüentes relacionados à ruptura da barragem de Brumadinho e menores volumes de venda.

Vale prevê investir US$2,5 bilhões, em inco anos, para ampliar tecnologia que dispensa barragensem 70% da produção até 2023 — Essa tecnologia de processamento a seco, sem utilização de água.

Os recursos, de acordo com a companhia, serão empenhados principalmente na conclusão da conversão da Usina 1, a principal de Carajás, além de projetos para atender o aumento de produção do S11D, maior empreendimento de minério de ferro da companhia, na Serra Sul de Carajás (PA), e em ativos de Minas Gerais.

Das 17 linhas de processamento da Usina 1, 11 já são a seco e as seis linhas a úmido restantes serão convertidas até 2022.

Os aportes ocorrem como parte de um plano antigo da companhia, que disse ter investido quase US$ 17,5 bilhões nos últimos dez anos em mineração a seco.

Mas a companhia busca outras tecnologias e inovações para implementação de tecnologia de empilhamento a seco de rejeito de minério em Minas Gerais. — Técnica que permite a filtragem e reutilização da água do rejeito e possibilita que este último seja empilhado, reduzindo também o uso das barragens.

E a concentração magnética a seco do minério de ferro com base em tecnologia desenvolvida pela New Steel, também está sendo estudada pela mineradora.

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