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14/05/2019 - 08:12

O Brasil tem muito a crescer no mercado calçadista, aponta Relatório Setorial 2019 da Abicalçados

Na ocasião do evento Análise de Cenários, realizado em Novo Hamburgo/RS, a Abicalçados lançou, pelo quarto ano consecutivo, o Relatório Setorial Brasil Calçados 2019. Com dados do setor calçadista brasileiro e internacional, realizados por meio de cruzamento com levantamentos oficiais e realizados com empresas associadas —e que respondem por mais de 70% do total produzido no País —, o documento tem o objetivo de auxiliar as empresas na tomada de decisões, balizando as estratégias para curto prazo.

A coordenadora de Inteligência de Mercado da Abicalçados, Priscila Linck, comenta que o relatório tem sido esperado pelo setor calçadista nacional como uma fonte importante de análises, já que traz ainda avaliações e projeções do doutor em Economia Marcos Lélis, consultor setorial com larga experiência na área. Frisando que o Brasil é o quarto produtor mundial do segmento calçadista, Priscila comenta que a produção de calçados cresceu apenas 0,1% em 2018 (chegando a 944 milhões de pares), muito longe de recuperar as perdas dos anos anteriores. E esse pequeno crescimento foi prejudicado pelas exportações, que caíram mais de 10% naquele ano. “O impacto dos embarques no indicador de produção ficou em 1,4%, ou seja, se tivéssemos melhores resultados no ano passado, teríamos um crescimento de 1,5% no total produzido”, destaca.

A estabilidade da produção brasileira contrastou com o incremento da produção mundial de calçados, que fechou 2018 somando 22,3 bilhões de pares, quase 3,5% mais do que no ano anterior. “Porém, há um processo de desaceleração da produção de calçados na China, que tem migrado para países vizinhos, como Vietnã e Indonésia”, explica Priscila, ressaltando que, mesmo assim, o Tigre Asiático segue respondendo por mais de 53% da produção mundial de calçados (mais de 11 bilhões de pares). Conforme o relatório, o Brasil permanece na quarta posição entre os produtores mundiais, atrás de China, Índia e Vietnã, e seguido de perto pela Indonésia. Segundo Priscila, o que tem mantido essa alta produção brasileira, hoje a maior do Ocidente, tem sido o mercado interno, que, no entanto, vem desaquecendo nos anos recentes.

Quanto à exportação mundial, o Brasil responde apenas pela 11ª posição, com 123 milhões de pares exportados ao longo do ano passado, atrás de países não tradicionais na produção do setor, como Países Baixos e Reino Unido. “O Brasil é pouco competitivo no cenário internacional”, comenta a coordenadora.

Consumo de calçados — Outro dado importante e que pode auxiliar as empresas na adoção de estratégias para o mercado externo é o relativo ao consumo. Em 2017, último ranking levantado, a China consumiu 3,3 bilhões de pares, a Índia 2,75 bilhões e os Estados Unidos 2,38 bilhões. O Brasil foi o quarto consumidor internacional do produto, com 839 milhões de pares. Fazendo o recorte do consumo per capita, os Estados Unidos se destacaram com o elevado número de 7,2 pares consumidos por habitante, muito acima da média mundial, de 2,6 pares. O Brasil apareceu na 31ª posição, com quatro pares consumidos por habitante.

Chinelos — A produção brasileira de calçados segue sendo pautada por produtos de plástico ou borracha. Dos 944 milhões de pares produzidos, 49% eram deste material, 28,8% eram de laminado sintético e apenas 17,7% eram de couro. Segundo Priscila, a produção de calçados de plástico e borracha cresceu 3%, enquanto a de couro teve um revés de 0,5%. O fato também explica o incremento de produção do Ceará, maior produtor de calçados do Brasil e que produziu 259 milhões de pares no ano passado (incremento de 1,3% ante 2017). “O Ceará é caracterizado pela indústria de calçados de plástico ou borracha”. O segundo produtor do Brasil foi o Rio Grande do Sul, com 190 milhões de pares fabricados, número estável em relação a 2017. Os gaúchos são os principais produtores de calçados de couro do País.

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