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25/04/2008 - 13:55

Cooperativas de crédito e autogestão financeira

Para muitas entidades de classe, principalmente aquelas que representam setores menos favorecidos da sociedade, uma situação incômoda sempre bate à porta: a falta de recursos financeiros para suprir as necessidades básicas no atendimento de seus associados. Essa carência já causou o fechamento de muitas associações, ONGs e órgãos representativos, deixando associados desprovidos de acolhimento e representação de seus interesses.

Absorvidas pelas atividades diretamente ligadas aos seus objetivos, essas entidades muitas vezes deixam de pensar em como se estruturar de forma profissional para garantir sua sustentação financeira. É verdade que muitas sequer conseguem conquistar a colaboração financeira de seus associados, por meio da contribuição associativa.

Outras ainda tentam inovar, promovendo parcerias com empresas ou entidades que querem vender seus planos de saúde, cartões de afinidade e consórcios através do trabalho da associação. Afinal, dar um tiro e acertar inúmeros potenciais compradores é bem mais fácil do que buscá-los individualmente no mercado. Essa prática deixa a sensação de que, ao participar de alguma associação, teremos o sigilo postal e telefônico “quebrados”, sujeitos a receber diariamente e nos horários mais impróprios ligações do banco ou da agência de viagem da financeira, oferecendo as vantagens “exclusivas“ para os pobres associados. Mais do que isso, tal postura cria o risco de muitos associados pularem do barco ao notarem que a legítima representação deu lugar a um verdadeiro mercadão.

As entidades que conseguem se estruturar de forma séria, com fiel cumprimento de seus objetivos, passam a ser objetos de desejo do mercado vendedor. São as que não abrem suas portas – e cadastros -, a não ser que o benefício seja real e que o fornecedor seja plenamente idôneo. Mesmo que tenham como fio condutor a seriedade e o princípio de não ter fins lucrativos, ainda assim é grande o desafio de conseguirem se estruturar financeiramente e não cair nas armadilhas dos “parceiros” de plantão.

É justamente nesse cenário que surge o crédito autogerido, uma das soluções mais interessantes e viáveis, raras vezes percebida pelos dirigentes de tais associações. É dinheiro dos associados, geridos por eles próprios que, de um momento para outro, deixam de ser “foco de consumo” e passam a ser gerenciadores de recursos financeiros. Deixam de ser associados e passam a ser “banqueiros”, senhores absolutos de seus recursos.

Essa solução é viabilizada através do sistema cooperativo, com o modelo de cooperativa de crédito. Como pressupõe uma autogestão de seus sócios, tal modelo deve ser implantado e gerido com absoluta seriedade, mesmo porque se submeterá ao crivo e auditoria do Banco Central, como qualquer outra instituição financeira.

Com o aporte programado de seus sócios, em pouco tempo a cooperativa de crédito passa a operar como um banco privado, oferecendo taxas mais competitivas que as do mercado, crédito mais barato aos seus sócios, juros subsidiados e possibilitando o incremento das atividades da associação, uma vez que poderá promover novos projetos como o da casa própria (via cooperativa habitacional), o de aquisição de bens de consumo (através da cooperativa de consumo), Fundo de Previdência Privada dos sócios, entre outras interessantes possibilidades que estão bem à mão de quem ousar vencer tal desafio.

Os resultados são surpreendentes. Basta conferir com quem já participa de uma cooperativa de crédito séria e bem administrada. Não faltarão elogios. Você ficará com a incômoda sensação de que poderia também ter seu “próprio banco”. E isso é possível, sim!

. Por: Daniel Augusto Maddalena é consultor especialista em cooperativismo e empreendedorismo.

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