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21/05/2019 - 08:28

Monitor do PIB aponta retração de 0,1% da economia no primeiro trimestre

O Monitor do PIB aponta, na série com ajuste sazonal, retração do PIB no primeiro trimestre do ano, em comparação ao último trimestre do ano passado (-0,1%) e na comparação de março com relação a fevereiro (-0,4%), queda que já havia sido observada em fevereiro com relação a janeiro (-0,5%). Na comparação interanual, a atividade econômica cresceu no trimestre 0,5%, mas caiu 1,7% no mês.

"O resultado do Monitor do PIB-FGV mostra o retorno da economia ao terreno negativo após oito trimestres de crescimento. Esse cenário é desanimador quando se constata que os oito trimestres anteriores não foram suficientes para estimular uma retomada significativa da economia após a recessão de 2014-2016. Esses números refletem a incerteza política e econômica que tem efeito direto nos investimentos e impactam a evolução da atividade econômica, principalmente, o setor industrial, comprometendo a retomada do emprego afetando o consumo das famílias. Pela primeira vez, desde novembro de 2017, a taxa acumulada em 12 meses registrou variação menor do que 1,0% no acumulado até o primeiro trimestre", afirma Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV.

A retração observada em março ocorreu de maneira disseminada nos componentes do PIB. Na comparação da série com ajuste sazonal, a queda de 0,4% foi reflexo da retração de dez atividades econômicas; as únicas exceções foram as atividades de intermediação financeira (0,4%) e administração pública (0,3%). Pela ótica da demanda houve crescimento apenas do consumo do governo (0,7%) e da importação (8,3%). Com relação ao mesmo mês do ano anterior, a retração de 1,7% foi causada por quedas nas três grandes atividades econômicas sendo, principalmente, explicada pelo desempenho da indústria que caiu 5,0%, em março. Pela ótica da demanda apenas o consumo do governo registrou variação positiva neste mês. É importante destacar que além da piora das variáveis econômicas, a diferença da data do carnaval, no corrente ano, com relação ao de 201 8, gera um "efeito base" mais alto no ano passado.

Análise desagregada dos componentes da demanda — A análise gráfica desagregada dos componentes da demanda foi feita usando a série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente permitindo melhor compreensão da trajetória de seus componentes.

Consumo das famílias— O consumo das famílias cresceu 1,6% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo trimestre de 2018. O consumo de serviços continua representando a maior contribuição para essa variação, tendo crescido 2,6%. Na comparação realizada na série livre de efeitos sazonais, a taxa de variação trimestral do consumo das famílias também é positiva (0,3%), apesar de ter piorado em março, na comparação com fevereiro (-0,5%).

Formação bruta de capital fixo — A FBCF, cresceu 0,4% no primeiro trimestre, em comparação mesmo trimestre de 2018. Todos os componentes apresentaram contribuição positiva, mas chama atenção o declínio da taxa que atingiu seu ápice no trimestre findo em agosto de 2018 (8,5%), quando se considera o período pós recessão. O desempenho de máquinas e equipamentos, que era o grande responsável pelas altas taxas de variação do componente no ano passado, reduziu-se de 26,4% no trimestre findo em agosto de 2018 para 0,5% no primeiro trimestre desse ano.

Exportação — A exportação apresentou crescimento de 2,1% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo trimestre de 2018, desacelerando o ritmo de crescimento. Essa taxa é explicada pelo desempenho dos produtos da agropecuária (23,3%) e da extrativa mineral (19,5%). Em contrapartida, as exportações de serviços (-5,6%) e dos produtos industrializados (-5,0%) caíram no trimestre. Na comparação realizada na série ajustada sazonalmente, a exportação caiu 1,4% no primeiro trimestre, em comparação ao quarto trimestre de 2018.

Importação — A importação apresentou retração de -2,2% no primeiro trimestre, comparativamente ao mesmo trimestre em 2018. Os componentes que caíram foram: os serviços (-9,4%), os bens de consumo duráveis (-8,3%), os bens de consumo semiduráveis (-7,3%) e os bens intermediários (-0,6%).

Monitor do PIB em valores — Em termos monetários, o PIB em valores correntes alcançou a cifra de aproximadamente 1 trilhão, 760 bilhões, 771 milhões de Reais no acumulado até o primeiro trimestre do ano.

A taxa de investimento (FBCF/PIB) trimestral é de 16,9%, na série a valores de 1995. Esta é a quarta menor taxa de investimentos da série histórica que contabiliza 77 trimestres.

Apêndice – nota explicativa: o Monitor do PIB-FGV estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e em valor. O objetivo de sua criação foi prover a sociedade de um indicador mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE. Sua série inicia-se em 2000 e incorpora todas as informações disponíveis das Contas Nacionais (Tabelas de Recursos e Usos, até 2016, último ano de divulgação) bem como as informações das Contas Nacionais Trimestrais, até o último trimestre divulgado (quarto trimestre de 2018).

O indicador é ajustado as Contas Nacionais Trimestrais sempre que há mudanças metodológicas e a cada trimestre divulgado. Ou seja, nos trimestres calendários, as médias trimestrais dos índices de volume do Monitor do PIB-FGV serão iguais aos indicadores trimestrais, sem ajuste sazonal, das Contas Nacionais Trimestrais. Nos trimestres calendário, são utilizados os mesmos modelos do IBGE para calcular todas as séries desagregadas com ajuste sazonal, tanto pela ótica da oferta, como da demanda. Para o ajuste sazonal mensal é utilizado o modelo mensal do IBC-Br, do Banco Central; para os trimestres móveis utiliza-se uma média desses ajustes mensais.

Assim, as estimativas do Monitor do PIB-FGV antecedem os resultados das Contas Nacionais Trimestrais nos meses em que este é divulgado. E, nos meses em que não há divulgação, o Monitor representa uma excelente antecipação para as tendências do PIB e seus componentes.

O Monitor do PIB-FGV compõe-se de um relatório descrevendo os principais resultados com ilustrações gráficas e de uma tabela Excel com informações de volume, em valores correntes, e a preços de 1995 das 12 atividades econômicas que agrupadas formam os 3 setores de atividade (agropecuária, indústria e serviços). Apresenta, ainda, o Valor Adicionado a preços básicos, os impostos sobre os produtos e o PIB e também os componentes do PIB pela ótica da demanda. Outro ponto a ser destacado é que o Monitor torna disponíveis desagregações que não são divulgadas pelo IBGE, mas que são relevantes para um melhor entendimento da absorção doméstica e da demanda externa. As desagregações disponibilizadas pelo Monitor são:

Consumo das Famílias: bens de consumo duráveis, semiduráveis, não duráveis e serviços. Adicionalmente eles são

Formação Bruta de Capital Fixo: em máquinas e equipamentos, construção e outros. Para máquinas e equipamentos e outros, há a desagregação entre nacionais e importados;

Exportações e Importações: em produtos agropecuários, produtos da extrativa mineral, produtos industrializados de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis), produtos industrializados de uso intermediário, bens de capitais e serviços.

São divulgadas as séries de base móvel, séries encadeadas, séries encadeadas dessazonalizadas, as taxas mensais, trimestrais e anuais comparadas a igual período do ano anterior e as taxas mensais e trimestrais comparadas a período imediatamente anterior, e os valores nominais correntes e a preços de 1995.

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