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26/04/2008 - 11:19

Turismo sustentável impulsiona Nova Zelândia

A embaixadora da Nova Zelândia no Brasil, Alison Mann, citou em palestra feita hoje em Salvador um caso que demonstra como seu país encara o desafio do turismo sustentável e a preocupação para que empreendimentos imobiliários e turísticos não venham agredir o meio-ambiente. Segundo ela, no mês passado as autoridades neozelandesas acataram uma ação popular da comunidade junto ao Tribunal do Meio Ambiente e vetaram a instalação de uma unidade do Hotel Hilton, que seria construído na área do Porto da cidade de Wellington, capital do país.

A decisão ocorreu apesar do empreendimento já ter obtido - há três anos - as licenças para sua implantação. “O prédio teria altura maior que as outras edificações da orla e seria um obstáculo para a vista da cidade. Sua implantação também obstruiria o acesso das pessoas a uma parte do litoral e poderia prejudicar o cais, construído em 1850”, salientou a embaixadora Alison Mann.

A informação foi prestada durante o seminário O Desenvolvimento Sustentável do Turismo na Zelândia realizado no Centro de Convenções da Bahia, que contou com a participação do secretário de Turismo, Domingos Leonelli, do representante do Sebrae nacional, Carlos Alberto Santos, do representante do Ministério do Turismo, Valdir Neves, do superintendente do Sebrae na Bahia, Edval Passos, do superintendente de Produtos para Sustentabilidade do Banco Real, Júlio Bin, e do superintendente de investimentos da Setur, Eduardo Farina.

A força do turismo neozelandês - A primeira palestra foi a da embaixadora Alison Mann, que falou sobre a campanha de marketing “100% Pura Nova Zelândia”, destinada a divulgar no mundo o turismo do país – com suas belezas naturais - e ganhadora de vários prêmios. A campanha fez com que o número de turistas que visitam anualmente o país alcançasse a marca de 2,5 milhões, gerando um receita de US$ 8 bilhões e arrecadando US$ 850 milhões em impostos. “Para se ter uma idéia, toda a indústria de laticínios da Nova Zelândia fatura anualmente cerca de US$ 6 bilhões”, comparou Mann.

Indústria cinematográfica atrai turistas - Atualmente, outra estratégia utilizada para impulsionar o turismo na Nova Zelândia é a indústria cinematográfica. Foi sobre esse tema que discorreu, em seguida, o jornalista Lindsay Shelton, primeiro diretor de marketing da NZ Film Commission (1980/2001), e responsável por introduzir o cinema da Nova Zelândia no cenário mundial, falou sobre a indústria cinematográfica como o mais novo produto de turismo sustentável, abordando suas principais características.

Shelton foi o precursor da indústria do cinema da Nova Zelândia e observou de perto o seu desenvolvimento, que foi utilizado como instrumento para divulgar as paisagens escolhidas como locais de filmagens – entre elas para a trilogia Senhor dos Anéis, filmada em mais de 40 locações do pais e dirigida pelo neozelandês Peter Jackson - que destacam as belezas do país, tornando-as novos destinos turísticos.

Segundo Shelton, a Film Commission destinou, em 1987, US$ 200 mil para Peter Jackson realizar “Bad Taste” sua primeira obra, um filme sobre alienígenas que procuram na Terra carne humana para enviar para uma cadeia intergalática de fast-food. Após seu quarto longa metragem “Heavenly Creatures” ter ganho o Leão de Prata no Festival de Veneza, Jackson ficou famoso com três filmes da série Senhor do Anéis. “Isso representou cerca US$ 1 bilhão para a economia da Nova Zelândia”, diz.

Ele cita que o turismo decorrente do cinema tem hoje 16,5 mil empresas envolvidas e gera um de cada dez empregos no país. Os principais países emissores de turistas para a Nova Zelândia são a Austrália, Japão, Coréia, China e Hong Kong, além dos Estados Unidos e Canadá. Segundo Shelton, o primeiro filme de Senhor dos Anéis foi visto por 50 milhões de pessoas nos Estados Unidos e Canadá, 13 milhões na Grã Bretanha, 10 milhões na Alemanha e 3 milhões na Coréia. “Somente nos 10 primeiros dias, 5,5 milhões de japoneses assistiram ao filme”, destacou.

Depois de Senhor dos Anéis, turistas do mundo todo foram à Nova Zelândia conhecer as locações das filmagens. “Em 1999 recebemos 1,9 milhão de turistas, número que passou para 2,2 milhões em 2004. Esperamos atrair dentro de três anos cerca de 3 milhões de turistas anuais. A indústria cinematográfica pode ser um componente chave para o desenvolvimento da indústria turística”, completou Shelton.

Turismo de aventura - O gerente do Sebrae, Ricardo Guedes, ressaltou que as normas de segurança utilizadas no turismo de aventura são para um importante investimento do governo neozelandês visando fortalecer cada vez mais o turismo no país. Segundo ele, para se ter maior segurança a cada 500 saltos a corda do bunging jumping utilizada é destruída, cortada em pedaços que são vendidos como souvenirs para os esportistas. “Isso porque a segurança tem que ser 100%”, afirma Guedes.

As normas de segurança nesse tipo de esporte estão sendo adaptadas para o Brasil através de um convênio entre o Sebrae e a ABETA – Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura -, incluindo a certificação da empresas que seguem essas normas. Segundo Júlio Bin, superintendente de produtos para a sustentabilidade do Banco Real - instituição que apóia o evento. “Esse é o primeiro evento de uma série de ações que o banco desenvolverá na área do turismo sustentável”, diz Bin.

No período da tarde a consultora Debra van der Scheer falou sobre os padrões de qualidade e certificação para um desenvolvimento de um sistema sustentável de turismo, seguida do palestrante Tim Sykes, que abordou os modelos de operações de segurança em turismo sustentável e suas aplicações práticas. Em seguida foi a vez do representante do Ministério de Conservação da Nova Zelândia, Graeme Ayres, falar sobre os parques nacionais e sua importância para o turismo sustentável. Este mesmo seminário vai acontecer também em Brasília no dia 29 deste mês. | www.setur.ba.gov.br

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