Professor da FGV analisa movimento de fusões, associações e alianças no setor automotivo

O coordenador do MBA em Gestão da Cadeia Automobilística da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo, Antônio Jorge Martins, credita o movimento de fusões, associações e alianças do setor automotivo à corrida tecnológica. Segundo ele, a entrada do Google e da Apple no setor aumenta a necessidade de investimentos vultosos para atender as expectativas da sociedade.

"Agora as empresas têm que desenvolver o produto (carro) para a fase atual do mercado e ao mesmo tempo para atender expectativas futuras, que tendem a ser um celular sobre rodas. A entrada dos dois grandes players internacionais de tecnologia, Google e Apple, faz com que os investimentos em conectividade exijam maior fôlego financeiro das montadoras", explica Antônio Jorge Martins.

O professor da FGV ressalta que o problema deste movimento é o alinhamento de culturas. Antônio Jorge diz, no entanto, que a exigência de transformação digital vai fazer como que novos acordos de aliança e de fusões aconteçam. "Para sobreviver, nem todas terão que se engajar nesse movimento, mas precisarão, com certeza, de uma criação de valor bem expressivo para seus clientes tendo em vista que não contarão, a seu favor, com a maior diluição de custos frente a uma escala maior", analisa o professor da FGV.

Fábricas voltadas para exportação - Antônio Jorge afirma que no cenário atual torna-se difícil ter um parque de autopeças 100% atendido em todos os locais das montadoras. "Assim, torna-se imprescindível a importação de conjuntos, partes, peças e componentes para complementarem a produção local. Como a maior parte das moedas flutuam perante o dólar, torna-se necessário exportar para equilibrar o movimento existente das moedas perante o dólar", acrescenta o especialista.