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29/06/2019 - 07:04

Importações e produção de laminados evitam maior queda do consumo, diz Alacero


Metade da contração econômica latino-americana é representada pelo México, que enfrenta baixa produção e fraco comércio. A América Latina de janeiro a maio de 2019 teve produção de aço bruto em 25,9 milhões de toneladas e produção de aço laminado em 21,1 milhões de toneladas.

Alacero — São Paulo, Brasil — Os números mais recentes da indústria na América Latina refletem o clima de desaceleração no comércio global e a ameaça de desindustrialização que identificamos em regiões afetadas pelas tensões comerciais entre os gigantes da economia mundial, aponta dados da Associação Latino-Americana do Aço(Alacero).

De acordo com a associação, o baixo crescimento econômico e o investimento público insuficiente fizeram com que o crescimento do PIB do México caísse 31% no mesmo período, e a previsão para este ano é de que seja 15% menor. A economia mexicana está perdendo força rapidamente, e vem puxando para baixo os índices latino-americanos.

A "curta desaceleração" prevista pelos investidores não se confirmou, postergando a recuperação da confiança nas empresas e emperrando as exportações. O México representa 49% do saldo negativo acumulado da produção de aço bruto, 52% da diferença na produção de laminados e 49% do déficit na balança de consumo da América Latina.

Neste cenário, o mercado siderúrgico da região de janeiro a abril de 2019 apresentou uma queda de 4% no consumo de aço laminado em relação a janeiro-abril de 2018. A produção regional de aço bruto e de aço laminado até maio recuou 5% e 8%, respectivamente, versus janeiro-maio de 2018. Contudo, apesar de apresentar um déficit acumulado de 206 mil toneladas na produção de laminados em relação a 2018, o mês de maio se destaca como o mais produtivo dos últimos 7 meses. Assim, as expectativas para o ano são de crescimento, embora o cenário não seja tão positivo quanto 2018.

A região aumentou em 0,1% suas importações entre março e abril de 2019, registrando alta de 3% em comparação a janeiro-abril de 2018. A participação das importações no consumo regional se manteve em 37%, contra 35% em janeiro-abril de 2018. Isso confirma a dependência do consumo em relação ao aço laminado importado, diante das quedas na produção acumulada. O déficit registrado em janeiro-abril de 2019 foi de 4,8 Mt, com 384 mil toneladas a mais que janeiro-abril do ano anterior (4,4 Mt).

Produção de aço bruto cai, mas a de laminados cresce — Apesar de oscilações negativas no mesmo período acumulado de 2018, derivadas da variação para baixo do consumo por incertezas de mercado — com a produção geral de aço bruto 1% menor —, a produção de laminados aumentou 3% em maio, ante abril de 2019.

Aço bruto — A América Latina teve uma produção de 5,2 Mt de aço bruto em maio, 1% inferior à registrada no mesmo período de 2018 (5,3 Mt). Para o acumulado do ano de 2019, foram produzidos 25,9 Mt, 5% a menos que janeiro-maio de 2018 (27,1 Mt). O mesmo ocorreu ao comparar o acumulado dos quatro primeiros meses, que mostrou também uma redução de 5%, embora o valor identificado em maio tenha ficado 0,2% acima da média com 8,1 Mt, representando, respectivamente, 54% e 31% do total regional anual. É importante ressaltar que o déficit acumulado na produção de aço bruto no México foi de 622 mil toneladas (-7%), representando 49% do déficit regional (1,3 Mt). Da queda de 5% registrada para a América Latina, 3% é composta de cortes mexicanos.

Aço laminado — A região produziu 4,4 Mt de laminados em maio, 5% a menos que no mesmo período de 2018 (4,6 Mt). No ano, se produziu 21,1 Mt, representando uma queda de 8% em relação aos 4 primeiros meses de 2018 (22,9 Mt). O comparativo acumulado no relatório anterior apontou queda de 9%. Os principais produtores no ano são Brasil com 9,4 Mt (45% do total da América Latina) e o México com 7,3 Mt (35% do total da América Latina). Para os laminados, do déficit acumulado de 1,8 Mt, 52% é representado por valores mexicanos (955 mil toneladas). Da queda regional de 8%, 4% foi motivada por quedas mexicanas.

Cresce o desequilíbrio da balança comercial — Após um crescimento fraco em 2018, os indicadores da América Latina e do Caribe impressionaram no primeiro semestre de 2019. Mas, de acordo com análises do Banco Mundial sobre o PIB da região, as maiores economias da América Latina ainda são desiguais. No Brasil, embora as condições de trabalho e financiamento tenham melhorado, os indicadores continuam fracos. O Chile e o México enfrentam desacelerações e a economia argentina continua em declínio. Dados recentes da Colômbia, por outro lado, apontam para uma expansão gradual do desenvolvimento.

Em contraste com as tendências globais, o comércio na região continua se expandindo, com os volumes de exportação crescendo de maneira estável desde 2018 e até mesmo superando o crescimento das importações, , recentemente. Apesar do fraco comércio global, o crescimento regional das exportações se recuperou, impulsionado pelo desvio do comércio em resposta às tarifas bilaterais dos EUA e da China, e pelo forte crescimento nos Estados Unidos. No entanto, de acordo com o Banco Mundial, à medida que o comércio global diminui ainda mais, o crescimento das exportações na região também deve diminuir.

Importações — Em abril, 2,11 Mt de laminados foram importados, 0,5% a menos que abril de 2018 (2,12 Mt). No acumulado de janeiro a abril de 2019, a América Latina importou 7,95 Mt de laminados, 3% a mais do que o importado no mesmo período de 2018 (7,74 Mt). Desse total, 70% correspondem a produtos planos (5,6 Mt), 27% a longos (2,1 Mt) e 3% a tubos sem costura (222 mil t). Em abril, as importações de laminado representaram 37% do consumo da região, mesma porcentagem de abril de 2019, o que traz falta de estímulos para a indústria local, atritos comerciais e coloca em risco as fontes de emprego.

Exportações — Em abril, 809 mil toneladas de laminados foram exportadas, 13% a mais que em março de 2019 (716 mil toneladas) e 7% a menos que abril de 2018 (874 mil toneladas). No acumulado de janeiro a abril, as exportações latino-americanas de laminados totalizaram 3,2 Mt, 5% a menos que a registrada em janeiro-abril de 2018 (3,4 Mt). Desse total, 48% correspondem a produtos longos (1,5 Mt), 41% a produtos planos (1,3 Mt) e 11% a tubos sem costura (240 mil t). Portanto, apesar de seguir uma inclinação abaixo das curvas de 2018, as exportações latino-americanas retomaram o crescimento após dois meses de queda.

Balança Deficitária — Em abril de 2019, a região registrou um déficit comercial em volume de 1,3 Mt de laminados. Este desequilíbrio é 4,4% superior ao registrado em abril de 2018 (1,2 Mt) e 7% inferior a março de 2019 (1,39 Mt). Pelo segundo mês consecutivo, o Brasil é acompanhado pela Argentina em saldo positivo do comércio de laminados entre janeiro e abril. O primeiro com 894 mil toneladas e a Argentina com saldo positivo de 23 mil toneladas. No entanto, o saldo positivo da Argentina ainda deve ser visto com cautela devido a sua baixa representatividade, precisando ser confirmado nos próximos meses para uma projeção realista. Por outro lado, o maior déficit foi registrado no México (-2,4 Mt), seguido por Colômbia (-777 mil t), Chile (-690 mil t) e Peru (-577 mil t).

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