Com apoio da ABGEV, USP dá início a estudo sobre viagens corporativas

Projeto “Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas” ajudará na medição desse setor da economia nacional.

São Paulo – O curso de Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em parceria com a ABGEV – Associação Brasileira dos Gestores de Viagens Corporativas (www.abgev.org.br) e mais quatro entidades - ABLA, FAVECC, FOHB e TMC Brasil - está promovendo um estudo que deverá avaliar o real potencial do setor de viagens corporativas no Brasil. Batizado de IEVC (“Indicadores Econômicos das Viagens Corporativas”), o levantamento irá incluir índices de receita anual desse setor, gastos efetuados pelas empresas com viagens e eventos, quantidade de viagens realizadas anualmente, entre outros.

“Até hoje não tínhamos uma pesquisa dedicada exclusivamente ao setor de Viagens Corporativas. As pesquisas e censos realizados pelo Ministério do Turismo consideram somente o turismo de lazer em seus números. Precisamos separar as viagens corporativas deste cenário, pois possuem particularidades em relação ao mercado de lazer. Somente com números consolidados poderemos conhecer o real potencial de nosso mercado e traçar novos planos e estratégias”, afirma Viviânne Martins, presidente da ABGEV.

O grupo de pesquisa é orientado pelo coordenador do curso de turismo, o professor Hildemar Brasil, economista por formação e profissional conhecido por promover trabalhos com este perfil, o projeto aproveita os contatos da ABGEV, ABLA, FAVECC, FOHB E TMC Brasil para o levantamento de dados. O planejamento da pesquisa constou de reuniões preliminares de todos os segmentos envolvidos no trabalho. A idéia é cada entidade contribuir com os temas de sua especialidade. A ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), por exemplo, que tem mais de 30 anos de história, está ajudando com informações referentes aos custos das empresas para locação de automóveis. Já o FOHB empresta seu conhecimento em hotelaria para indicar empresas e agregar mais valor ao estudo.

Neste momento, os alunos de turismo estão realizando a coleta de informações diretamente nas fontes. Na primeira fase, a amostra é composta pelas empresas clientes, onde estão alocados os gestores de viagens. Nesse universo, será composto pelas 1.000 maiores empresas e por todas as instituições financeiras atuantes no país. O próximo passo será entrevistar as empresas fornecedoras (transporte aéreo, locadoras de automóveis, serviços de hospedagem e eventos) e operadoras de cartão de crédito.

Além de pesquisar os gastos efetuados pelas empresas com viagens e eventos, o IEVC está em busca de números de empregos diretos (empresas clientes) e indiretos (cadeia produtiva do turismo) gerados pelas atividades de viagens corporativas, quantidade de viagens realizada anualmente e variação de preços dos serviços. Com esses dados apurados, também será possível avaliar a receita anual do setor e propor cenários que permitam uma previsão fiel dos investimentos a serem feitos.

A pesquisa servirá também para reforçar, junto à instituição de ensino mais conceituada do país, a importância desse segmento na formação profissional. A ABGEV defende que o segmento de viagens corporativas seja objeto de estudo dos cursos universitários. “É fundamental que nossa área de trabalho esteja presente desde o começo da formação do profissional”, reforça Alberto Martins, diretor executivo da ABGEV.

“O mercado de viagens corporativas está em plena efervescência. Esse estudo ajudará a esclarecer a representatividade do setor dentro da economia brasileira. Ter uma pesquisa pura, sem influências do turismo de lazer, é apenas o primeiro passo”, acrescenta Alberto Martins.

Perfil da ABGEV - A ABGEV, Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas (www.abgev.org.br), foi fundada em 2003 e reúne mais de 167 empresas associadas, entre empresas-clientes (travel managers), redes hoteleiras, companhias aéreas, agências de viagens e promotoras de eventos, sendo a única associação de gestores de turismo de negócios no Brasil e América Latina.. Antes de sua inauguração oficial, ela existiu por mais de dez anos como um grupo informal de travel managers fornecendo benchmarking ao mercado. Em parceria com a NBTA (National Business Travel Association, EUA), a entidade organizou, no início deste ano, em São Paulo, o primeiro Encontro Latino-Americano de Viagens Corporativas e Tecnologia (LACTTE), atraindo mais de 500 profissionais do setor.