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05/07/2019 - 09:03

Variação do custo da cesta básica tem comportamento diferenciado entre as capitais, aponta Dieese

No Rio de Janeiro aumenta 1,16% e retorna à posição de segunda mais cara.

Em junho de 2019, o custo do conjunto de alimentos essenciais diminuiu em dez capitais e aumentou em outras sete, conforme mostra resultado da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As quedas mais expressivas ocorreram em Brasília (-6,65%), Aracaju (-6,14%) e Recife (-5,18%). Já as maiores altas foram registradas em Florianópolis (1,44%), Rio de Janeiro (1,16%), Belo Horizonte (1,05%) e Campo Grande (1,03%).

Destaque para São Paulo — A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 501,68), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 498,67), Porto Alegre (R$ 498,41), Florianópolis (R$ 494,96), Vitória (R$ 485,34), Brasília (R$ 454,90), Fortaleza (R$ 448,73), Curitiba (R$ 446,94), Belo Horizonte (R$ 429,30), Campo Grande (R$ 428,33), Goiânia (R$ 421,65), Belém (R$ 407,67, João Pessoa (R$ 398,72, Natal (R$397,24). Recife (R$ 396,21). Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 384,76) e Aracaju (R$ 383,09).

Em 12 meses, entre junho de 2018 e o mesmo mês de 2019, todas as cidades acumularam alta, que variaram entre 6,82%, em Belém, e 17,31% em Vitória.

Nos primeiros seis meses de 2019, todas as cidades acumularam aumentos, com destaque para Vitória (20,20%), Natal (16,36%) e Recife (16,34%). A menor taxa foi registrada em Campo Grande (1,29%).

Com base na cesta mais cara que, em junho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em junho de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.214, 62, ou 4,22 vezes o mínimo de R$ 998,00. Em maio de 2019, o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 4.259,90, ou 4,27 vezes o mínimo vigente. Já em junho de 2018, o valor necessário foi de R$ 3.804,06, ou 3,99 vezes o salário mínimo, que era de R$ 954,00.

Cesta básica x salário mínimo — Em junho de 2019, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica totalizou 96 horas e 57 minutos e, em maio, 98 horas e 12 minutos. Em junho de 2018, quando o salário mínimo era de R$ 954,00, o tempo médio foi de 89 horas e 56 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em junho, 47,90% da remuneração para adquirir os produtos. Esse percentual foi inferior ao de maio, quando ficou em 48,52%. Em junho de 2018, quando o salário mínimo valia R$ 954,00, a compra demandava 44,43% do montante líquido recebido.

Comportamento dos preços — Entre maio e junho de 2019, houve tendência de diminuição nos preços do feijão, da banana e do café em pó. Já as cotações do leite integral, arroz agulhinha e açúcar aumentaram na maior parte das cidades.

O preço médio do feijão diminuiu em todas as capitais em junho de 2019. O tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, apresentou variações entre -33,67%, em Brasília, e -0,85%, em Campo Grande. Já o feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, também teve queda em todas as cidades, com taxas entre -14,83%, em Vitória, e -5,56%, no Rio de Janeiro. Em 12 meses, o preço médio do grão carioquinha acumulou alta em todas as capitais: as taxas variaram entre 37,63%, em Belo Horizonte, e 99,11%, em Goiânia. As variações acumuladas do tipo preto também foram positivas, mas em patamares menores: entre 16,30%, no Rio de Janeiro, e 29,33%, em Vitória. A colheita da segunda safra abasteceu o mercado e reduziu o preço do bem.

Houve redução do preço médio da dúzia da banana em 14 cidades. A pesquisa coleta os tipos prata e nanica e faz uma média ponderada dos preços. As quedas oscilaram entre -11,13%, em Brasília, e -2,37%, no Rio de Janeiro. O valor da dúzia ficou estável em Goiânia e aumentou em João Pessoa (3,36%) e Campo Grande (4,30%). Em 12 meses, houve aumento em 11 cidades, com destaque para Salvador (21,51%) e Florianópolis (21,41%). As taxas acumuladas negativas mais importantes foram registradas em Goiânia (-16,04%) e Natal (-13,30%). Com as chuvas, a banana nanica ou caturra se valorizou, pois houve menor oferta. No entanto, a demanda esteve enfraquecida e, por isso, os preços baixaram no varejo. O preço do café em pó diminuiu em 13 capitais entre maio e junho. As taxas negativas mais expressivas foram registradas em Brasília (-6,41%), Campo Grande (-4,47%) e João Pessoa (-3,97%). Em Goiânia, o preço médio não variou. Houve aumentos em Vitória (2,44%), Curitiba (1,86%) e Natal (0,36%). Em 12 meses, apenas Goiânia apresentou taxa acumulada positiva (5,28%). As demais cidades tiveram redução, com taxas entre -14,76%, em Brasília, e -3,11%, em Natal. O ritmo de exportação seguiu forte e o grão foi comercializado a um valor maior, entretanto, em junho, no varejo, os preços seguiram em queda, em virtude dos resultados positivos da colheita.

O valor do litro do leite integral aumentou em 12 cidades entre maio e junho, ficou estável em Goiânia e Vitória e diminuiu em Brasília (-3,15%), Florianópolis (-1,51%) e Belo Horizonte (-1,21%). As maiores taxas ocorreram em Recife (6,97%), Fortaleza (3,98%) e Natal (3,85%). Em 12 meses, 10 cidades tiveram queda acumulada, com destaque para Campo Grande (-14,39%) e Porto Alegre (-8,71%). O baixo estoque de leite nas indústrias de laticínios e o decréscimo da oferta no campo elevaram o preço do produto integral nos supermercados de várias capitais do país. Em outras cidades, mesmo com o leite em entressafra, as indústrias de laticínios tiveram dificuldade em repassar os preços ao consumidor, pois a demanda foi menor. O preço do quilo do arroz agulhinha aumentou em 12 cidades e diminuiu em outras cinco. As taxas variaram entre 0,27%, em Natal, e 3,88%, em Belém. Destacam-se as quedas verificadas em Goiânia (-5,70%) e Brasília (-3,01%). Em 12 meses, Aracaju apresentou redução acumulada (-3,51%), enquanto as outras capitais tiveram elevação, as mais expressivas em Belém (21,23%), Natal (13,43%) e Campo Grande (12,80%). À espera de melhor preço, os produtores de arroz seguraram o produto, e, do lado da demanda, as beneficiadoras não demonstraram interesse em negociar. No varejo, porém, as cotações médias subiram em junho.

O quilo do açúcar apresentou elevação de preços em 11 cidades e as taxas variaram entre 0,43%, no Rio de Janeiro, e 6,93%, em Brasília. Em Belém, o valor médio não se alterou e, em outras cinco capitais, houve queda, com destaque para Campo Grande (- 4,06%). Em 12 meses, os aumentos acumulados foram anotados em 12 cidades, com taxas entre 0,45%, em Curitiba, e 34,90%, em Goiânia. Em Salvador, a cotação média ficou estável. A maior redução acumulada foi registrada em São Paulo (-8,33%). No varejo, o preço do açúcar subiu na maior parte das cidades, apesar do bom desempenho da safra de cana. Isto se deveu à decisão das usinas em manter o patamar de preços comercializados em alta, apesar da fraca demanda.

Rio de Janeiro — Em junho de 2019, a cesta básica do Rio de Janeiro apresentou aumento de 1,16% em seus preços médios em relação a maio de 2019. Seu custo foi de R$ 498,67, de forma que o município retornou à posição de segunda cesta básica mais cara dentre as capitais pesquisadas após ocupar a terceira colocação no mês de maio. Em comparação com junho de 2018, a cesta acumula aumento de 11,91%.

Em junho, seis dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento em seus preços médios em comparação com maio. Os demais sete produtos apresentaram diminuição de seus preços médios. Registraram as maiores elevações a batata (13,58%), o tomate (10,57%) e o arroz (1,86%). O leite (0,89%), o óleo de soja (0,83%) e o açúcar (0,43%) tiveram aumentos menos expressivos. Registraram redução de preços o feijão (-5,56%), a banana (-2,37%), a carne (-1,50%), o pão (-0,92%), a farinha (-0,80%), a manteiga (-0,79%) e o café (-0,09%).

No acumulado dos últimos doze meses, oito dos 13 produtos registraram elevação. Destacam-se o tomate (86,30%), a batata (62,15%), a farinha (22,72%) e o feijão (16,30%), que tiveram um aumento nos seus preços superior à variação anual da cesta no município (11,91%). Também tiveram aumento a manteiga (8,67%), o pão (5,41%), a banana (3,77%) e o arroz (3,51%). Registraram redução de preços apenas o leite (-5,63%), o café (-5,59%), o açúcar (-3,70%), a carne (-2,33%) e o óleo de soja (-1,35%).

O morador do Rio de Janeiro cuja remuneração equivale ao salário mínimo de R$ 998,00 precisou trabalhar 109 horas e 56 minutos para adquirir a cesta básica em junho. Em maio, o tempo de trabalho necessário havia sido de 108 horas e 40 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido (após o desconto de 8% da Previdência Social), este mesmo trabalhador precisou comprometer 54,31% de sua remuneração em junho para adquirir os produtos de uma cesta básica suficiente para alimentar uma pessoa durante um mês. Em maio, ele havia comprometido 53,69% dessa remuneração.

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