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09/07/2019 - 09:50

Primeira reitora da UFRJ toma posse


A médica Denise Pires de Carvalho tomou posse em Brasília, no dia 02 de julho (terça-feira), como reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em cerimônia em Brasília. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), ela é a primeira mulher à frente da instituição.

Denise é médica graduada pela UFRJ e tem mestrado e doutorado em ciências biológicas pelo Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBBCF), onde é professora titular. Já foi diretora e vice-diretora do instituto, que integra a universidade fluminense.

A reitora nomeada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho fala durante evento em comemoração aos 201 anos do Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

Denise coloca como metas de sua gestão a diminuição da taxa de evasão na universidade, hoje em mais de 50%, e fomentar a criação de startups no ambiente acadêmico.

Startups são pequenas empresas que estão no período inicial de desenvolvimento em condições de alto risco e incerteza. Geralmente são de base tecnológica, desenvolvidas a custos menores e processos ágeis.

Desafios — Para o MEC, os principais desafios que a nova reitora terá durante a gestão serão a reconstrução do Museu Nacional, cujo edifício e acervo foram quase totalmente destruídos por incêndio que ocorreu em setembro do ano passado; a concessão da casa de shows Canecão, no Rio de Janeiro, a questão hospitalar, uma vez que a UFRJ foi a única universidade a não aderir à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh); e o projeto de desenvolvimento do parque tecnológico.

Na cerimônia de posse, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, destacou a importância de dar maior autonomia financeira às universidades, o que permite à possibilidade de firmar parcerias com a iniciativa privada.

Criada em 1920, a UFRJ é uma universidade quase centenária e um centro de excelência em pesquisa e ensino tanto no Brasil quanto na América Latina.

Reitora da UFRJ apresenta plano de ação: objetivo é reduzir evasão de alunos e fortalecer ensino a distância — Primeira mulher empossada na reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) em 99 anos, a professora do Instituto de Biofísica da instituição, Denise Pires de Carvalho, convocou para uma reunião extraordinária do primeiro Conselho Universitário. Na reunião, Denise apresentará as linhas gerais de um plano de ação a ser implementado em curto prazo na instituição.

Denise estimou em 50% a evasão nos cursos de graduação da UFRJ, ou seja, "metade dos alunos que ingressam" na instituição.

Segundo a reitora, o índice de desistência varia de curso para curso. Ela pretende fazer um estudo dos últimos 10 anos para verificar o grau de evasão por curso, porque as causas são muito diferentes. "Uma vez identificadas as causas, vamos tentar diminuir esses índices. Sabemos que muitos estudantes saem no fim do curso. É diferente o estudante que para no primeiro ano do curso daquele que sai no último [ano]. Vamos abordar os diferentes problemas para tentar aumentar o número de concluintes."

Segunda etapa — Em reunião posterior do Conselho Universitário ordinário, Denise pretende apresentar o planejamento para enfrentar problemas mais administrativos, que incluem orçamento e governança. "Para que toda a comunidade saiba os problemas relacionados ao orçamento, o que existe em termos de contas a pagar. Tudo isso será mostrado à comunidade acadêmica", afirmou.

A reitora disse que já está trabalhando na revisão do orçamento da universidade. Uma comissão será formada para analisar o orçamento com a Pró-Reitoria de Finanças. O objetivo é "publicizar" a questão orçamentária para que toda a comunidade acadêmica saiba quais são os gastos com luz e água e para que essas despesas sejam revistas e reduzidas.

No entanto, ela disse temer que, mesmo fazendo o "dever de casa", se o corte anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) permanecer, a universidade tenha dificuldadese para pagar a limpeza, a segurança e a conta de luz. O orçamento de custeio da UFRJ chega a R$ 360 milhões, e o contingenciamento previsto é em torno de R$ 114 milhões.

Denise, recebeu o cargo formalmente no dia 08 de julho(segunda-feira), e vai liderar uma comunidade integrada por 67 mil estudantes de graduação, pós-graduação e ensino a distância, além de quatro mil docentes.

Reitora quer abrir ala de museu para 200 anos da independência: Denise Pires de Carvalho espera apoio internacional para reforma.

Primeira mulher a assumir a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho recebeuno dia 08d e julho(segunda-feira) o cargo do ex-reitor Roberto Leher e disse que pretende reabrir ao menos uma ala do Palácio São Cristóvão, do Museu Nacional, até o Bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 2022. O palácio foi destruído por um incêndio em 2 de setembro do ano passado, tragédia que causou grande prejuízo ao acervo e à pesquisa brasileira..

"Estamos trabalhando para que pelo menos uma parte do palácio possa ser inaugurada no bicentenário da Independência. Vamos trabalhar para isso e espero que possamos ter o apoio não só da comunidade nacional, da nossa sociedade, mas da sociedade internacional", ressaltou.

A reitora lembrou que é preciso recuperar também salas de aula e laboratórios destruídos pelo incêndio e descreveu que a reconstrução do museu se dará em três frentes: o palácio; as áreas acadêmicas, que ficarão em um prédio novo; e a reforma do Horto Botânico do Museu Nacional, área que passou a concentrar todas as atividades desde o incêndio.

"Esperamos que as obras para os laboratórios e salas de aula comecem e se concluam antes disso [reinauguração do Palácio]. Esperamos que elas comecem ainda este ano".

Médica e professora do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, Denise discursou na transmissão de cargo e concedeu entrevista à imprensa após o evento. A reitora comentou os desafios da instituição, como contas atrasadas, e pediu que seja revisto o contingenciamento de recursos das universidades federais, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).

"A UFRJ tem, no momento, uma situação muito mais grave que as outras instituições federais", destacou ela. "As universidades federais como um todo deixarão de pagar suas contas a partir de julho [com o contingenciamento]. A UFRJ não paga água há 24 meses. Ela tem a conta de luz sem ser paga desde janeiro".

A reitora acrescentou que também estão atrasados pagamentos a empresas de segurança e limpeza, que estão em negociação entre a reitoria e as empresas terceirizadas. "São os contratos vigentes que estão atrasados. Não é possível manter as atividades de uma instituição como a nossa sem que o MEC nos aporte recursos neste momento. Não temos caixa para pagar os contratos", disse ela, que vai à Brasília se reunir com representantes do ministério na semana que vem.

A falta de recursos também pode afetar o resgate de peças do Museu Nacional na área atingida pelo incêndio. Segundo Denise, o trabalho realizado até agora contava com verba emergencial liberada no ano passado, mas o dinheiro já acabou. Além disso, a reconstrução contará com R$ 55 milhões de verba aprovada por emenda parlamentar da bancada fluminense no Congresso Nacional, mas parte dela também foi contingenciada. "Estamos trabalhando com projetos para utilizar 20% desse valor ainda este ano. Neste momento, o MEC precisa liberar 20% dessa emenda de bancada".

Procurado pela Agência Brasil, o MEC disse que os pagamentos efetuados têm por base a legislação que estabelece limites para todo o Poder Executivo Federal. "Entretanto, na expectativa de uma evolução positiva nos indicadores fiscais do governo, o MEC vem articulando com o Ministério da Economia a possibilidade de ampliação dos limites de empenho e movimentação financeira a fim de cumprir todas as metas estabelecidas na legislação para a Pasta. Caso o cenário econômico apresente evolução positiva no segundo semestre, os valores bloqueados serão reavaliados", informou o ministério.

Maioria de pró-reitoras — Denise também anunciou que vai aumentar a presença feminina em cargos de gestão da instituição. Entre as sete pró-reitorias, quatro serão geridas por mulheres, e a medida também deve se estender às superintendências da universidade federal.

"Estamos mudando não só a reitora, do sexo feminino, mas buscamos a igualdade de gênero e buscaremos nos cargos de pró-reitoria e superintendência, sempre de mãos dadas. Não é uma competição com os homens, é o que é justo", defendeu ela. "As mulheres são força de trabalho como os homens, e os cargos de destaque também devem ser alcançados por mulheres. Isso faz parte de uma sociedade mais justa e igualitária".|ABr

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