Drones voam alto na educação

Desde 2014 os drones tem ganhado destaque no Brasil. As aplicações e as áreas de uso destes dispositivos são cada vez mais diversas: são aplicados desde o setor de segurança, para monitoramento de manifestações e grandes eventos; e em cultura e entretenimento, para auxiliar em filmagens; até na saúde pública para monitorar focos de dengue e áreas de risco.

Por outro lado, ainda há diversas áreas em que os drones podem beneficiar a sociedade como um todo. Uma delas é a Educação. Durante alguns anos, trabalhei em uma serie de oficinas e palestras buscando democratizar o uso dessa tecnologia. Junto com parceiros, criamos um kit de montagem de um drone feito em uma impressora 3D, baseado em alguns componentes eletrônicos chineses de código fechado.

Pouco depois disso, a DJI lançou um pequeno drone de baixo custo, fácil pilotagem e com código aberto para a programação de movimentos autônomos, o Tello. Esse foi um novo aliado para levarmos os drones para as salas de aula e democratizarmos a tecnologia. Empresas como as norte-americanas Drobots e a Droneblocks têm utilizado o Tello em centenas de acampamentos acadêmicos e programas escolares dos EUA.

Você já imaginou como seria uma aula em que os estudantes tivessem que programar um drone para realizar uma missão simples, como levantar voo da mesa de um colega e pousar na mesa do professor, na melhor rota possível?

Mais do que uma aula mais interessante, isso significa levar a um número maior de alunos conhecimento sobre programação e tecnologia. Com a 4ª Revolução Industrial e o desenvolvimento de tecnologias como a Inteligência Artificial, diversas profissões, se não todas, sofrerão (algumas já estão sofrendo) impactos significativos. E é mandatório que a gente prepare estes estudantes para se tornarem profissionais capacitados para trabalhar com este cenário.

Com drones de baixo custo e de código aberto, como o Tello, isso se torna realidade. Sua programação é simples, realizada pelo Scratch, sistema de codificação desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), que mesmo para pessoas que nunca tiveram contato com programação é considerada uma linguagem simples de ser utilizada.

E, se por outro lado o ensino de programação se torna cada vez mais essencial para o desenvolvimento individual e profissional, por outro, promove-se o desenvolvimento da economia como um todo. Isso porque, a inserção da tecnologia na sala de aula aliada à mente fértil dos jovens gera descobertas de novas utilidades e aplicações para essa tecnologia. E, como sabemos, algumas startups que hoje são gigantes mundiais de tecnologia surgiram assim.

. Por: Carlos Candido, Bacharel em Ciência da Computação, possui Mestrado em Engenharia Elétrica, com tema de pesquisa em Inteligência Artificial e é doutorando em Computação Natural. Trabalhou por 15 anos no mercado de tecnologia e, em 2015, mergulhou de cabeça no universo dos drones, fundando o Drone Lab Brasil. Atual curador de drones da Campus Party (a maior experiência de tecnologia do mundo) e de outros eventos, é também um apaixonado por tudo que voa.

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