Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

01/08/2019 - 09:01

Na indústria criativa, mar ruim faz bom marinheiro


Um estudo recente da BCG - Boston Consulting Group - sobre talentos na área digital e indústria criativa revelou que 87% dos brasileiros têm interesse em vagas de trabalho no exterior. Esse número é acima da média mundial que, inclusive, apresentou queda nesse movimento de profissionais de outras nacionalidades. Os países de maior interesse são EUA, Canadá, Portugal, Alemanha e Austrália.

Esse é um cenário natural se analisarmos as condições de trabalho, moeda mais valorizada, economia estável, além de um reconhecimento que aflora quando o artista fica exposto na vitrine internacional, entre outros fatores de atração e incentivo. Mas isso está mudando. O mercado brasileiro de arte está passando por uma espécie de Renascentismo. Antes, o profissional que queria trabalhar para fora do país devia viajar. Hoje, uma quantidade significante de produtoras e artistas tem parte de sua equipe trabalhando em locais remotos.

Recentemente, por exemplo, Cannes premiou com Leão de Ouro um filme publicitário rodado somente nos Estados Unidos, mas com 80% da produção feita no Brasil, por brasileiros.

Nosso país é uma fábrica de criativos que aprendem da forma mais difícil, com pouco ou nenhum incentivo, sem infraestrutura e acesso a tecnologias de ponta. O resultado disso é que temos menos brasileiros envolvidos na indústria criativa internacional, porém os artistas que conseguem furar a bolha lideram grandes produções fora do país. "Mar ruim, faz bom marinheiro".

E, sim, as empresas gringas já estão de olho na nossa veia criativa. A MPC (Moving Picture Company), uma das maiores produtoras de efeitos visuais do mundo, com portfólio que inclui produções como Cinderela, Perdido em Marte, As Aventuras de PI, Blade Runner 2049, Rei Leão, Godzilla 2, Malévola, Shazam e Mulher-Maravilha, emprega atualmente quase 50 brasileiros divididos entre Vancouver, Montreal e Londres, e na divisão de publicidade, a MPC Advertisement, em Nova York.

A gigante ILM (Industrial Light & Magic) é outro exemplo de empresa nesta indústria que conta com brasileiros em seu quadro de criativos. O líder de Modelagem de Criaturas da empresa é o carioca Kris Costa, que já fez trabalhos para produções como Os Vingadores, Transformers 2 e 3, Star Wars e King Kong. Ele é atualmente uma das maiores referências em 3D no mundo.

A DNEG, produtora que ganhou quatro Oscars de melhor efeitos visuais nos últimos cinco anos, conta hoje com o também carioca Fernando Reule, que trabalhou recentemente em Aladdin.

Exemplos não faltam. Mas onde estão as oportunidades? Networking é tudo no mercado criativo. Participar de festivais e conhecer pessoas abrem muitas portas. Inclusive em alguns desses eventos, empresas usam o espaço para descobrir e recrutar talentos. Além disso, construir um bom portfólio e estudar com quem está inserido na área, aprendendo as práticas do dia-a-dia, é a chave para entrar nessa indústria. Aprender arte digital habilita uma quantidade quase infinita de profissões e clientes que o artista pode trabalhar.

Seja em produtoras ou como freelancer, o profissional que aprende 3D, por exemplo, pode trabalhar para Games, Arquitetura, Filmes, Design, Publicidade, Entretenimento e mais uma gama enorme de aplicações dentro de profissões diversas como Medicina e Engenharia.

. Por: Milton Menezes, Cocriador da UNHIDE Conference, fotógrafo, artista digital e um dos sócios da Lightfarm Studios, onde dirige e trabalha com as equipes de Photoshop e Fotografia para grandes marcas, como Gopro, Audi, Heineken, Armani, Samsung e New Balance. Ganhador de Leão de Cannes, já foi inúmeras vezes capa da revista Lürzer's Archive e destaque nas edições de melhores ilustradores e fotógrafos do mundo. Ele é também co-fundador e instrutor da UNHIDE School, foi professor avançado de Photoshop na Miami Ad School e palestrante e instrutor no Adobe MAX.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira