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03/08/2019 - 07:29

Caem as expectativas de produção e comércio de aço latino-americanos, aponta Alacero


Confirmando a previsão dos últimos meses, a nova projeção para 2019 indica que o consumo aparente na região não deve exceder 68Mt, com principal impacto no México.

Alacero, São Paulo, Brasil — O desempenho da indústria siderúrgica da América Latina tem sido prejudicado por fatores externos e internos, desde tensões comerciais até a atividade de nações-chave na região. Um dos fatores que mais influencia internamente os resultados é a dificuldade do México, a segunda maior economia da América Latina, em manter o volume comercial e a forte dependência das flutuações nos acordos comerciais, diz dados da Asociación Latinoamericana. Del Acero(Alacero), no dia 31 de julho(quarta-feira).

— Conforme apontamos nos últimos meses, o México contribuiu negativamente para as perdas tanto na produção quanto no comércio de aço em relação a outros países da região, e sua participação no déficit acumulado de consumo de aço bruto e laminado é ainda maior. Como reflexo de uma perda de mercado, o país representa mais da metade do déficit no consumo de aço bruto e laminado na América Latina— diz a Asociación.

Algumas semanas atrás, os EUA impôs cotas compensatórias às exportações de aço estrutural do México e da China, porque os produtores desses países estariam recebendo subsídios de seus respectivos governos para oferecer produtos a preços mais baixos. Além disso, a recente renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), em vigor desde 1994 e substituído pelo Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC), demonstra como o país latino-americano se rendeu ainda mais às incertezas comerciais. Embora o acordo não mantenha mais as tarifas sobre o aço importado, ele inclui mudanças nas regras para fabricantes de automóveis, padrões trabalhistas e ambientais mais rigorosos, proteções de propriedade intelectual e provisões de negócios digitais. Ainda, os EUA recentemente emitiram um ofício para sinalizar produtos siderúrgicos efetivamente americanos, alterando o "Buy American Act" para colocar maiores restrições, indicando se o aço é realmente produzido em seu país ou importado.

— Nesse cenário, o mercado siderúrgico da região no período de janeiro a maio de 2019 apresentou queda de 2% no consumo de laminados em relação a 2018. A produção regional de aço bruto e laminado até junho caiu 4% e 7%, respectivamente, em relação a 2018. No entanto, embora haja um déficit acumulado de 1,8 Mt na produção de laminados em relação ao primeiro semestre de 2018, o mês de junho é destacado por ser o menos produtivo desde fevereiro de 2019. Portanto, as expectativas de consumo aparente até o final deste ano estimadas em cerca de 70 Mt em março passado, não ultrapassarão 68 Mt no cenário mais positivo, de acordo com o comportamento esperado para o segundo semestre do ano— avalia.

A participação das importações no consumo regional manteve-se em 37% pelo terceiro mês consecutivo, contra 36% no período de janeiro a maio ??de 2018. Isso confirma a dependência do consumo de aço laminado importado, devido a quedas na produção acumulada e no consumo aparente. O déficit registrado entre janeiro e maio ??de 2019 foi de 6,0 Mt, com 232 mil toneladas a mais que no ano anterior (5,8 Mt).

Impacto desfavorável na produção de aço bruto e laminado — As retrações no México reduziram sua participação de aço bruto e laminado na região em 1%, impactando sobre as quedas acumuladas em comparação ao ano anterior, que foram derivadas da variação no consumo devido às incertezas do mercado.

Aço bruto — A América Latina teve uma produção de 5 Mt de aço bruto em junho, 8% menor que a registrada no mesmo período de 2018 (5,5 Mt). Para o acumulado de 2019, foram produzidos 31,3 Mt, 4% inferior ao período de janeiro-junho de 2018 (27,1 Mt). Um déficit menor comparado ao acumulado dos primeiros cinco meses, que apresentou queda de 5%, sendo que em junho foi 4% menor que a média de janeiro a maio.

Brasil — No ano, o Brasil é o principal produtor de aço, com 17,2 Mt, seguido pelo México, com 9,5 Mt, representando, respectivamente, 55% e 30% do total regional anual. Destacando que o déficit acumulado na produção de aço bruto no México foi de 946 mil toneladas (-9%), representando 73% do déficit regional (1,3 Mt). Da queda de 4% registrada para a América Latina, 3% é composta pelas quedas mexicanas.

No relatório anterior, a participação do México era de 50%, o que mostra que suas retrações estão se intensificando para a América Latina, enquanto o déficit real em outros países foi reduzido de 2% para 1%. Desta forma, o cenário atual continua a cair, mas em um movimento que se aproxima da neutralização, um primeiro passo para a retomada do crescimento.

Aço laminado—A região produziu 4,1 Mt de laminados em junho, 8% a menos que no mesmo período de 2018 (4,5 Mt). No acumulado do ano 25,6 Mt, representando uma queda de 7% em relação aos primeiros 6 meses de 2018 (27,4 Mt). Os principais produtores no ano são o Brasil com 11,6 Mt (45% do total da América Latina) e o México com 8,7 Mt (34% do total da América Latina).

Para os laminados, dos 1,8 Mt de déficit acumulado, 68% são representados pela performance mexicana (1,3 Mt). Do declínio regional de 7%, 5% foi motivada pelo México.

Flutuação da balança comercial se intensifica — A atividade econômica na América Latina e no Caribe ainda é retraída. O PIB real deverá crescer 0,6% em 2019, a taxa mais baixa desde 2016, e depois subir para 2,3% em 2020, em comparação com um crescimento originalmente esperado em de 1,4% nas perspectivas FMI em abril passado, esta é uma queda de mais da metade da projeção inicial. O fraco momento reflete surpresas negativas no primeiro semestre de 2019, o aumento da incerteza da política interna em algumas grandes economias, o aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e China, e um crescimento mundial lento.

Importações — Em maio, foram importados 2,07 Mt de laminados, 8% a menos que em maio de 2018 (2,25 Mt). No acumulado de janeiro a maio de 2019, a América Latina importou 10,0 Mt de laminados, 0,1% a mais que o importado no mesmo período de 2018 (9,98 Mt). Desse total, 70% correspondem a produtos planos (7,0 Mt), 27% a longos (2,7 Mt) e 3% a tubos sem costura (283 mil t). Em maio, as importações de laminado responderam por 37% do consumo da região, mesmo percentual de abril de 2019, o que aponta para a falta de incentivos à indústria local, o forte atrito comercial e coloca em risco fontes de emprego.

Exportações — Em maio, foram exportadas 773 mil toneladas de laminados, 7% a menos que em abril de 2019 (829 mil toneladas), e 9% a menos que em maio de 2018 (848 mil toneladas). No acumulado de janeiro-maio, as exportações latino-americanas de laminados totalizaram 4,0 Mt, 5% a menos do que o registrado em 2018 (4,2 Mt). Deste total, 49% correspondem a produtos longos (2,0 Mt), 40% a produtos planos (1,6 Mt) e 11% a tubos sem costura (415 mil t).

Balança Deficitária — Em maio de 2019, a região registrou um déficit comercial de 1,3 Mt de laminados. Esse desequilíbrio é 7% menor do que em maio de 2018 (1,4 Mt) e 7% superior a abril de 2019 (1,22 Mt). Pelo terceiro mês consecutivo, o Brasil é acompanhado pela Argentina no saldo positivo do comércio de laminados entre janeiro e maio. O Brasil com 1,02 Mt e a Argentina com 73 mil toneladas. No entanto, o saldo positivo da Argentina ainda deve ser tomado com cautela devido à sua baixa representatividade, precisando ser confirmada nos próximos meses para uma projeção realista. Pelo contrário, o maior déficit foi registrado no México (-3,0 Mt - 50% do regional). Seguiu-se a Colômbia (-959 mil t - 16% do regional), o Chile (-813 mil t - 14% do regional) e o Peru (-700 mil t - 12% do regional).

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