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08/08/2019 - 09:57

A Reprodução Assistida é também um presente para o PAI

A concepção da ideia de gerar um filho é, na maior parte das vezes, um trabalho conjunto. Recebo no consultório diversas mulheres que sonham em se tornar mães e formar uma família. Mulheres que já idealizam os momentos junto ao bebê, as roupinhas que irão comprar, as festas que irão participar, o carinho que terão com o futuro filho.

Ao lado delas, gostaria de destacar a presença de um sujeito muito importante no processo: o futuro PAI!

Geralmente, um homem com os mesmos tipos de sonhos, que também imagina os momentos com o filho, se será menino ou menina, se irá acompanhá-lo em jogos de futebol, ou se irá preferir passeios no parque. Um homem que também sonha em levar o filho à escola, a quem irá ensinar aquilo que aprendeu com seu pai ou avô, a quem deseja dar a educação que sempre idealizou.

Quando os casais chegam a uma clínica de reprodução assistida, a decisão de ter um filho já foi tomada há muito tempo. Sabe-se que, para iniciar a investigação para a infertilidade, é necessário pelo menos um ano de tentativas de gravidez sem sucesso. Isso significa que aquele casal vive, há cerca de 12 meses, em um misto de ansiedade e dúvidas.

O que será que os impossibilita de conceber um filho de forma natural?

Para o homem, receber a resposta pode ser mais delicado que parece. O lado masculino ainda é cercado de alguns tabus. Podemos citar a existência de uma relação equivocada entre fertilidade e virilidade. Alguns estudos na área mostram que os homens, se comparados às mulheres, têm maior resistência em aceitar o diagnóstico de infertilidade.

Homem e mulher passam pelos mesmos processos de enfrentamento do problema, pois ambos dividem a mesma chance de serem inférteis. Por isso, a fase inicial de tentativa e frustração é repleta de incertezas. Já a fase de descoberta e tratamento é recheada de expectativa. Afinal, com diagnóstico em mãos, o tratamento com auxílio da reprodução assistida renova as esperanças da realização do sonho. É a fase na qual “ser pai” soa como algo muito próximo de acontecer.

Quando a notícia da gravidez chega, é como uma onda de euforia para os dois. É comum que o pai tenha uma preocupação exacerbada com a companheira, porque ambos lutaram juntos para aquela concepção. E ele não quer que nada mais dê errado! O processo de tratamento em reprodução assistida envolve sentimentos diversos. O resultado positivo surge como alívio. É um sentimento de vitória.

Tenho que mencionar também as situações em que a reprodução assistida auxilia também a figura paterna em dose dupla. A procura de casais homossexuais pela reprodução assistida é crescente. Por motivos diferentes, eles também passam pelo mesmo processo de ansiedade, seja na busca por uma barriga solidária ou na espera pelo nascimento.

Não importa qual foi o processo até a chegada do bebê. Quando a gestação é um sonho que se sonha e se batalha junto, nasce um filho, mas, além disso, nasce também um PAI.

. Por: Cláudia Navarro, especialista em reprodução assistida. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.

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