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09/08/2019 - 08:54

Daniela Tatarin — É preciso empreender mais em empreendedorismo


Daniela Tatarin, assessora pedagógica de Formação Humana do Centro de Inovação Pedagógica Positivo (CIPP) do Colégio Positivo

Há quem diga que previsões são uma furada, que o correto é se prender aos fatos. No entanto, a previsão que segue certamente não deve falhar: segundo dados do relatório Futuro do Trabalho, do Fórum Econômico Mundial, 65% das crianças matriculadas nos Anos Iniciais das escolas devem trabalhar em empregos que ainda não existem. Surreal? Nem tanto. O surgimento de novas frentes de trabalho acompanha o desenvolvimento da sociedade. E isso é fato. Não se perder nesse imenso universo de possibilidades será um desafio a muitos desses jovens e, nesse processo, o papel da escola e do professor serão fundamentais.

A inserção dos alunos em uma sociedade em constante transformação é um desafio para qualquer instituição - isso porque há uma divergência entre o que deve ser papel da escola, da família e da própria sociedade, o que acaba colaborando para que discussões, em conjunto, sobre o que fazer, caiam no esquecimento. Nesse sentido, coloca-se como um desafio promover a educação empreendedora, pois ela diz respeito à cultura, à forma de ver o mundo e de com ele se relacionar. Empreender, em sentido restrito, significa decidir fazer algo que ainda não se tenha feito. Logo, é perfeitamente possível se estimular, na escola, o comportamento empreendedor, afinal, estimula-se o desenvolvimento humano. Além disso, a própria BNCC – Base Nacional Comum Curricular - menciona a educação empreendedora. Atividades voltadas ao empreendedorismo propiciam o desenvolvimento de competências e habilidades, previstas na BNCC, para todos os ciclos escolares. Isso sem contar o favorecimento a atividades transdisciplinares e interdisciplinares.

De acordo com Fernando Dolabela, consultor e palestrante internacional, referência no que diz respeito ao ensino de empreendedorismo, o empreendedor é um ser social, que se mostra um produto do meio a que pertence, do espaço do qual faz parte. Para ele, todos nascem empreendedores, o que falta é o despertar. Nesse sentido, o professor e a escola deverão buscar metodologias próprias e adequadas ao desenvolvimento dessa habilidade, que contribui para transformação da realidade. Enfim, o professor deve, necessariamente, ser também um empreendedor, capaz de estimular a curiosidade e o interesse do aluno e se perceber como referência a ele. Afinal, conviver com crianças e adolescentes é conviver com autênticos empreendedores.

Assim, a associação de práticas de aprendizagem ao desenvolvimento da autonomia visam ao fortalecimento das relações interpessoais, algo de grande importância na sociedade. A geração de novas percepções, a ampliação dos horizontes e a quebra de paradigmas têm o papel de despertar nos alunos a cultura do empreender, que não é tão somente ser dono do próprio negócio, mas sim desenvolver a habilidade de resolução de problemas, desde os mais simples, cotidianos, aos mais desafiadores. Outro fator importante a ser destacado é a iniciativa em relação à busca por oportunidades. A saída da chamada “zona de conforto” fará deles pessoas flexíveis, não acomodadas e capazes de correr riscos, porém, calculados.

O investimento na educação empreendedora é, portanto, um caminho a ser perseguido pela escola para que, de forma efetiva, se alcancem os valores necessários para promover a transformação das pessoas que serão capazes de, realmente, mudar o mundo. E, também, adequarem-se a ele.

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