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14/08/2019 - 08:18

Há cerca de duas dezenas de interessados em 4 refinarias, diz CEO da Petrobras


Nessa primeira fase, a Petrobras planeja vender as refinarias Rnest, em Pernambuco; Rlam, na Bahia; Repar, no Paraná; e Refap, no Rio Grande do Sul. Outras quatro refinarias serão efetivamente colocadas à venda no próximo mês. Como parte de um amplo plano de desinvestimentos da empresa que prevê a alienação de oito unidades de refino no total, que representam metade da capacidade de refino do país.

O presidente da companhia, Roberto Castello Branco, participou de audiência em comissão no dia 13 de agosto (terça-feira) no Senado Federal. Alvo de críticas por parte dos senadores de oposição sobre os desinvestimentos e vendas de ativos da Petrobras, o CEO fez a sua defesa, respondendo aos senadores que a Petrobras foi vítima de esquemas de corrupção e má gestão durante anos, que resultaram num endividamento superior a US$ 100 bilhões. O endividamento é o dobro do verificado hoje nas majors do setor, e o serviço anual da dívida ainda corresponde a 300% da geração de caixa.

Essa condição fiscal, disse o gestor, também fez com que os custos de capital para a Petrobras hoje sejam bem superiores aos verificados para as demais companhias. A venda dos ativos faz parte de uma estratégia macro procurando diminuir o endividamento e atrair mais investimentos para a cadeia total do setor, em virtude das dificuldades da Petrobras para investir, justificou.

— Fomos ao Cade porque queremos uma verdadeira indústria de gás natural no Brasil. Estamos focando agora em ativos de águas profundas e ultraprofundas. E ainda vamos investir US$ 21 bilhões na revitalização da Bacia de Campos. Nossa grande fonte de crescimento será o pré-sal. O domínio de 98% do mercado de refino proporcionou uma performance muito ruim. Cada barril de petróleo produzido gera US$ 33,50 de caixa, já cada barril de petróleo refinado gera US$ 6 — argumentou Castello Branco, detalhando que a empresa será “cada vez mais e mais” uma empresa exploradora de petróleo e gás em águas profundas.

Falando especificamente sobre a venda da TAG, Castello Branco explicou que ela está ligada diretamente aos custos de capital da Petrobras. A TAG oferece hoje uma taxa de retorno de 6,8%, enquanto os campos do pré-sal podem atingir até 20% de retorno, por isso recebem hoje a prioridade visando a novos investimentos.

— Não estamos desmontando a Petrobras, estamos tornando-a melhor. Não precisamos ser donos da infraestrutura toda, precisamos da garantia de uso, onde entram os contratos de longo prazo ship or pay. As outras empresas têm hoje custos de capital mais adequados para estes investimentos, que possam fazê-lo — acrescentou.

Por fim, Castello Branco garantiu que as novas diretrizes da empresa como um todo levarão a um “renascimento” da indústria petrolífera e de gás em diversos estados do país.

Preços altos — Em relação aos custos de combustível mais altos para o setor produtivo e aos consumidores em geral, o gestor reconheceu que isso foi um problema sério entre 2015 e 2018, mas que hoje os preços praticados estariam abaixo da média internacional. Ele defendeu o modelo de paridade de custos (PPI), pois avalia que a manipulação desse mercado, como teria sido praticada no passado, foi uma das responsáveis por mecanismos de má gestão que levaram ao endividamento da Petrobras e por aumentos exagerados nos anos de 2015 e 2017.

Sobre os custos do querosene de aviação, Castello Branco ainda garantiu que não houve reajustes em 2019. Portanto, a disparada no preço das passagens aéreas estaria mais ligada à falência da Avianca, segundo ele.

Castello Branco afirmou que a empresa não está saindo completamente do refino, — estamos concentrando nosso portfólio naquelas refinarias que achamos que são mais interessantes após uma avaliação criteriosa. E a longo prazo devemos integrar atividades de refino com petroquímica.

Petroquímica não é hoje de interesse da companhia, uma vez que os preços de matéria-prima não apresenta atrativos.

A atual gestão da Petrobras foi elogiada pelo presidente da CI, senador Marcos Rogério (DEM-RO), e pelo líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Ambos destacaram que a empresa voltou a apresentar lucros sustentáveis. Bezerra Coelho acrescentou que a companhia planeja investir US$ 100 bilhões nos próximos anos, enquanto o desinvestimento gira em torno de US$ 35 bilhões. | Agª Senado e Fator Brasil.

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