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06/09/2019 - 08:25

Conhece o OpenBIM?

A abordagem universal para projetos colaborativos foi apresentada de forma prática para gestores, empresários e pesquisadores em evento promovido pela ABDI em parceria com setor privado.

Uma ferramenta que integra diversas possibilidades de uso do Building Information Modelling (BIM), do projeto ao orçamento, para livre uso de arquitetos, engenheiros, estudiosos, empresários... é o que o OpenBIM oferece. A solução foi divulgada no evento promovido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com as empresas desenvolvedoras de softwares BIM AltoQi, Graphisoft e Gryfus.

“O nosso objetivo é discutir a relevância da metodologia BIM para o setor de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) e neste sentido, é essencial incentivar o desenvolvimento e uso de padrões neutros de interoperabilidade, como é o caso do OpenBIM”, destaca Talita Daher, coordenadora de Difusão Tecnológica da ABDI.

A discussão no evento realizado em Brasília serviu para difundir o tema. Representantes de órgãos públicos, de empresas privadas e da Academia puderam conhecer, na prática, como funciona a ferramenta. “Somos três empresas independentes, que nos unimos nesse tipo de apresentação, para mostrar efetivamente para o mercado como o processo OpenBIM funciona”, destaca Gustavo Carezzato da Graphisoft. “Para estarmos alinhados à Estratégia Nacional e ao trabalho que a ABDI vem desenvolvendo, achamos que este tipo de apresentação é enriquecedora. Sai um pouco da demonstração teórica para a prática. Como desenvolvedores de soluções, temos esse conhecimento”, completa.

Para Rodrigo Koerich, diretor de marketing da AltoQi, não existe no mundo uma empresa com alto nível de especialização em todas as áreas e em todos os usos que o BIM pode oferecer, por isso, a importância do OpenBIM. “A Graphisoft é uma empresa especializada em soluções para arquitetura, a AltoQi com soluções em engenharia e a Gryfus em orçamento. Então, ao invés de oferecer uma solução mediana, a gente resolveu juntar, integrar e proporcionar aos nossos usuários e equipes que irão fazer uso do BIM, cada um dentro da sua especialidade, o que há de melhor. O nosso papel é fazer com que a solução esteja ao máximo integrada e a mais especializada possível nas suas áreas”, explica.

A proposta é oferecer uma opção que amplie e fortaleça o mercado do BIM minimizando as possibilidades de formação de monopólios. “Essas empresas se juntaram sem fazer uma reserva de mercado para elas. O conceito Open BIM permite que cada uma atue no mercado individualmente sem que obrigue o cliente a levar o pacote”, ressalta Shane Melo, representante da Gryfus.

“A gente acredita que o conceito Open BIM é mais adequado. É direito do usuário, do projetista, escolher a ferramenta que melhor lhe apreça. Cabe a cada empresa ser competente e oferecer soluções adequadas. Não defendemos o uso de uma ferramenta fechada”, concorda Koerich.

O governo tem interesse no Open BIM para permitir que o próprio mercado se regule, como defende o coordenador de Gestão Estratégica do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). “A gente quer que o mercado consiga escolher o que há de melhor em cada ferramenta, tendo em vista que não é um único software que vai esgotar todas as possibilidades do BIM. A gente entende que os dados precisam passar de uma plataforma para outra”, disse Anderson Alvarenga.

Segundo ele, o primeiro compromisso do DNIT, dentro da Estratégia Nacional é contratar projetos em BIM em 2021. “Porém, já estamos estudando o BIM aplicado a projetos rodoviários, fiscalização e acompanhamento de obras. Ter este ambiente multidisciplinar, criado em um evento como esse, em que você consegue demonstrar na prática que realmente funciona, acelera a sensibilização dos gestores para adotar a Estratégia BIM”, defende.

Panorama — De acordo com o boletim Macro da FGV de março de 2018, 9,2% das empresas no setor de construção adotaram o BIM na concepção de seus trabalhos. Estas empresas representavam 5% do PIB da construção civil. No entanto, na avaliação do diretor de marketing da AltoQi o Brasil está em um patamar elevado de desenvolvimento de políticas para o setor.

“O BIM no mundo ainda é novo, existem alguns países mais avançados, como os do Reino Unido, da Escandinávia, a Holanda e Cingapura, mas a gente não pode reclamar do Brasil. Não estamos atrás como política. O Brasil está relativamente no tempo certo como estratégia pública de adoção do BIM, o governo brasileiro está atento a isso, a ABDI e outros órgãos que atuam no Comitê Estratégico fizeram um trabalho importante”, analisa Koerich.

Com base nesses indicadores, a estratégia de disseminação do BIM pretende aumentar em 10 vezes a adoção da metodologia no país e elevar o PIB da construção em 28,9% até 2028, alcançando um patamar de produção inédito. “O entendimento da necessidade do BIM está aumentando. Hoje os estados têm legislação e os municípios estão começando a entender e aplicar isso. Acredito que em poucos anos, antes de 2028, teremos um nível de maturidade muito maior do que as próprias metas que estamos prevendo hoje”, conclui Koerich.

BIM — O Building Information Modelling (BIM) - ou a Modelagem da Informação da Construção - é o conjunto de tecnologias e processos integrados que permite a criação, utilização e atualização de modelos digitais de uma construção, de modo colaborativo, servindo a todos os participantes do empreendimento, potencialmente durante todo o ciclo de vida da construção.

Em linha com a Estratégia BIM e buscando dar ganhos de produtividade e elevar a competitividade do setor da construção no país, a ABDI, numa ação coordenada com o então Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), lançou a Plataforma BIMBR em 2018. Sendo um dos objetivos expressos da Estratégia, a Plataforma BIMBR, além de possuir conteúdo dinâmico sobre BIM, hospeda a Biblioteca Nacional BIM (BNBIM), cujo intuito é tornar-se um repositório das bibliotecas virtuais BIM no Brasil.

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