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03/05/2008 - 08:24

Empresário e especialistas analisam conquista do grau de Investimento e proposta de redução da jornada de trabalho

Para o economista Antonio Cândido Azambuja, professor das Faculdades Rio Branco, a elevação ao grau de investimento do Brasil pela agência de risco Standard & Poors significa, na prática, que o País entrou na fase adulta. “E como qualquer pessoa que entra na fase adulta, terá mais responsabilidade e deve trabalhar mais duro para manter a conquista, pois essa classificação só acarretará benefícios”.

Quanto à previsível valorização do real ainda maior ante o dólar, o professor pondera que o Brasil é um país essencialmente agrícola, não devendo ter maiores dificuldades para continuar exportando. “Com a presente situação mundial de elevada demanda por produtos agropecuários e alimentos, duvido que deixemos de exportar. Apenas os exportadores que têm dívidas em dólares para pagar em real e aqueles que sobrevivem apenas das exportações em dólar devem ressentir-se, mas essa situação também deverá ser passageira. Na verdade, esse é o preço do desenvolvimento”.

Fabio de Arruda Mortara, presidente da Regional São Paulo da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), salienta que a subida do Brasil ao patamar de investment grade é positiva, pois suscita muito otimismo. “É um avanço impensável há dez ou 15 anos e tem de ser vista por esse lado”.

Por isto, o empresário gráfico acredita que não se deve ficar olhando apenas conseqüências aparentemente negativas, como queda ainda mais acentuada do dólar ante o Real e eventual dificuldade maior para exportar. Há mesmo esse contraponto do efeito no câmbio sobrevalorizado, que tira a competitividade do produto nacional. Porém, esse problema já existia. O País tem numerosos itens — como os cadernos brasileiros, hoje os melhores do mundo — com qualidade para competir internacionalmente, mas já é prejudicado pelo câmbio. “Por outro lado, o mercado está analisando de modo muito positivo a conquista do grau de investimento. Os papéis brasileiros tiveram crescimento de 8% no mercado internacional. É preciso aproveitar o momento”.

O professor Roberto Gonzalez, da disciplina Governança Corporativa das Faculdades Trevisan, salienta que “um dos pontos positivos da classificação do País no grau de investimento é que todas as empresas brasileiras vão poder pegar dinheiro lá fora mais barato; ou seja, o chamado endividamento bom vai ser possibilitado agora”. Quanto à questão cambial, “o governo deverá tomar medidas para conter essa queda do Real, adotando atitudes positivas, sem interferência fiscalizadora, sempre tão criticada pelos empresários”, pondera o especialista, acrescentando: “O Brasil sempre quis que a moeda estrangeira variasse ao sabor do mercado. O empresário, agora, tem de aprender a valorizar as regras do mercado, que valoriza a competência. Ao contrário do que afirmam alguns analistas, este é um bom momento. Significa mais dinheiro entrando em nossa economia. O empresário só tem de aprender a trabalhar nesse novo patamar”.

Redução da jornada de trabalho.: Uma opinião contra e uma a favor - O empresário Fabio de Arruda Mortara, presidente da Abigraf Regional São Paulo, lembra que a proposta, amplamente defendida neste 1º de maio pelas centrais sindicais, é uma bandeira antiga da classe trabalhadora, que tem de ser respeitada. “No entanto, uma jornada de trabalho de 40 horas semanais viria na contramão da história. A experiência nos mostra que quase todos os países que tiveram sua jornada de trabalho reduzida perderam competitividade entre os grandes players. Assim, acredito que tal medida traria perdas também para a competitividade do Brasil, principalmente neste momento de câmbio supervalorizado”. Para Mortara, a medida também seria negativa para os próprios trabalhadores, à medida que reduziria a capacidade concorrencial das empresas e do País, podendo até mesmo prejudicar o valor médio da massa salarial.

O professor Antonio Cândido Azambuja, das Faculdades Rio Branco, observa que a redução da jornada semanal proposta neste 1º de maio deve assustar os empresários, pois gera custos maiores, num primeiro momento. “Porém, no mundo atual, onde a tendência dos serviços é ser 24 horas, a redução da jornada significa um aumento na oferta de empregos. Isto, por sua vez, injeta um volume maior de dinheiro na economia, o que acaba sendo benéfico para todos”.

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