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03/05/2008 - 08:27

Carona solidária não resolve caos do trânsito, diz especialista

Para o consultor em logística no transporte de pessoas e de cargas Jorge Miguel dos Santos, assessor da FRESP - Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo, nem o projeto Carona Solidária, nem a extensão do rodízio minimiza, em curto prazo, os problemas do trânsito na Capital.

Quando o transporte público na cidade de São Paulo começou a apresentar condições ineficientes para o número de passageiros diários, a população passou a utilizar o carro em grande escala, acreditando que seria o meio mais rápido para locomoção. E seria, se tivéssemos uma malha viária que acolhesse o número de veículos de passeio, o transporte de cargas e de pessoas. O que não é realidade na cidade, concordam os especialistas.

Do ponto de vista da economia, o aumento de carros na rua é positivo para a indústria automobilística, que tem comemorado o crescimento nas vendas quase que diariamente. Um indício memorável que reflete a melhoria da vida da população.

Agora como manter esses carros nas ruas, sem que interfira negativamente no trânsito dos grandes centros urbanos tem sido um desafio para as autoridades. A prefeitura de São Paulo busca soluções e até estuda ordenar a circulação e estacionamento de caminhões em determinados horários na Capital, a implantação do rodízio duas vezes por semana. Também incentiva agora o programa Carona Solidária, que visa, instruir a população a dar caronas para pessoas que originam e desembarcam em pontos comuns.

“Não acredito que esse sistema de carona solidária vá diminuir o trânsito na cidade, pode amenizar, mas não apresentará um grande resultado. É até mensurável que o projeto retire dois carros da rua de uma proporção de 10. E ainda pode ser que retire um usuário do transporte público, caso prefira receber a carona de alguém, mas só isso não resolve”, afirma Jorge Miguel dos Santos, consultor em logística no transporte de pessoas e de cargas, assessor da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (FRESP).

“A população precisa aprender a deixar o carro na garagem e utilizar os transportes coletivos – públicos ou privados. O transporte por fretamento retira 15 veículos da rua, ao mesmo tempo, e não apenas dois ou três. Esse programa não vai resolver, pois é emergencial que a população abandone o hábito de sair de carro. Mas isso só acontecerá, caso tenha um transporte de qualidade como o fretamento. Precisamos incentivar novos usuários ao serviço”, explica o consultor.

Para Jorge Miguel dos Santos, o projeto de extensão do rodízio para dois dias na semana, aprovado com 56% pela população, segundo dados do Datafolha, também não minimizará o problema. “Temos famílias, que hoje possuem mais de um carro na garagem. Então essas pessoas vão fazer um revezamento na utilização, como muitos já fazem hoje. É fácil de imaginar que um motorista nunca deixará de utilizar o carro”.

Jorge Miguel ainda fala sobre a questão dos valores investidos ou perdidos pela população com a utilização do carro diariamente. “È mesmo uma questão de economia para a população: é indiscutível o valor que o motorista investe na manutenção do carro, combustível, estacionamento e ainda com os impostos necessários e passíveis a circulação do veículo. Será que o custo-benefício é proveitoso?”, indaga o especialista.

FRESP (www.fresp.org.br) Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo - Entidade sindical de grau superior, a FRESP foi criada em 1994, com o objetivo de agrupar, representar, coordenar, proteger e estimular o aprimoramento das atividades de transporte de passageiros por fretamento.

A FRESP congrega 7 sindicatos regionais, que por sua vez têm 380 empresas associadas. São eles: Setfret - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Sorocaba e Região; Sinfrecar - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Campinas e Região; Sinfrepass - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Ribeirão Preto; Sinfresan - Sindicato das Empresas de Passageiros por Fretamento de Santos; Sinfret - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo; Sinfrevale - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento da Região do Vale do Paraíba e Transfretur - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros e Turismo de São Paulo.

No Estado de São Paulo existem 10 mil veículos de fretamento e no Brasil 4.900 empresas de fretamento são cadastradas junto à ANTT para viagens interestaduais e internacionais. O setor movimenta cerca de R$ 3 bilhões anuais.

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