Marcas de favela no Fashion Business e agora em espaço no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, Rio de Janeiro

Depois do sucesso do Fashion Business, as marcas da favela vão “aterrissar” no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro. Dia 22 de janeiro, o Sebrae/RJ e a Infraero inauguram um estande para exposição e comercialização de roupas e acessórios das comunidades do Complexo da Maré e Cidade Alta (Cordovil).

Batizada de Infraero Social, a loja vai funcionar todos os dias, entre 6 e 23 horas. A iniciativa, pioneira nos aeroportos brasileiros, segundo a Infraero, tem como público-alvo as mais de 20 mil pessoas que circulam diariamente pelo saguão do Tom Jobim. A idéia é gerar negócios e aumentar a geração de renda e trabalho para as comunidades envolvidas.

Inicialmente o espaço apresentará trabalhos dos três grupos produtivos participantes do estande “Moda em Ação – Marcas de Favela” no Fashion Business. São eles: Marias Maré, Vida Real e Núcleo de Moda Étnica, coordenados, respectivamente, pelas ONGs Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), Instituto Vida Real e Ação Comunitária do Brasil (ACB/RJ).

Nesta primeira etapa, participará ainda do Infraero Social a Oficina de Cerâmica Negra da Maré, cujas peças também decoraram o estande do “Moda em Ação” na bolsa de negócios integrada ao Fashion Rio. Além destes grupos, o estande apresentará o trabalho do grupo Artesãs da Maré, coordenado pela ONG Devas, parceira do Sebrae/RJ no projeto Integra Maré.

O projeto - O estande Infraero Social também vai expor trabalhos de outras comunidades populares do Rio de Janeiro. A proposta é buscar alternativas de acesso a mercado para os grupos produtivos atendidos pelos projetos da Área de Desenvolvimento da Economia Criativa, recém-criada pelo SEBRAE/RJ para promover o empreendedorismo social em áreas com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) na Região Metropolitana do Rio.

A proposta da instituição, em parceria com ONGs que já atuam nas comunidades, é identificar e apoiar iniciativas que promovam a geração de pequenos negócios, oferecendo capacitação para que estes grupos se tornem competitivos e sustentáveis.

Uma das ações para promover negócios na chamada “economia criativa” das comunidades foi o estande Moda em Ação - Marcas de Favela, montado no Fashion Business. O espaço apresentou, de 16 a 19 de janeiro, roupas e acessórios de moda produzidos em oficinas de trabalho coordenadas por estas ONGs, que envolvem a geração de renda para cerca de 100 famílias.

Entre as ações desenvolvidas pelo Sebrae/RJ, estão o ensino de empreendedorismo nas oficinas de artes visuais, modelagem, corte, costura, bordado e serigrafia promovidas pela Ação Comunitária do Brasil (ACB/RJ), em parceria com o Ministério do Trabalho, nas comunidades de Cidade Alta (Cordovil) e Vila do João (Complexo da Maré).

Esta iniciativa visa valorizar a identidade local, por meio do resgate de histórias e experiências vivenciadas por moradores, dando especial atenção aos impactos causados pela remoção da Favela da Praia do Pinto, no final da década de 60, para o Conjunto Habitacional de Cidade Alta, em Cordovil, e que marcou, de forma definitiva, suas vidas, corações e mentes.

Os grupos que vão estrear o estande Infraero Social - Marias Maré - Coordenado pelo Ceasm, é formado por artesãs e costureiras que criam e confeccionam roupas e acessórios inspirados na memória social e no cotidiano da favela, utilizando, para isso, as imagens resgatadas pelo Museu da Maré.

Núcleo de Moda Étnica – Organizado pela ACB, é representado por mulheres e jovens das comunidades da Maré e Cordovil que produzem moda com conceito étnico e de valorização da cultura local, resgatando a história dos negros e dos moradores de favela e sua relação com a cidade.

Instituto Vida Real – A ONG reúne jovens da Maré capacitados na técnica de pintura manual em tecido com o traço do grafite e outros motivos, revelando formas criativas no conceito de moda.

Artesãs da Maré - Formado por artesãs e costureiras que criam e confeccionam roupas e acessórios de moda baseada na técnica de tricô e crochê, este grupo é coordenado pela Ong Devas.

Cerâmica Negra da Maré – A oficina de artesãs, coordenada pela ACB, produz uma técnica diferenciada para queima da argila. O grupo foi premiado em 2006 no Top 100 de Artesanato, oferecido pelo Sebrae. O reconhecimento abriu as portas para os mercados nacional e internacional, além de uma importante vitrine na Casa Cor Rio, edição 2006. | Crédito da foto: José Paulo/Fator Brasil