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02/10/2019 - 08:56

Mercado latino-americano permanece estável apesar de queda na indústria regional, diz Alacero


O déficit da balança comercial de aço laminado se intensifica com a retomada das importações.

Alacero — São Paulo, Brasil — Apesar da contração em relação ao ano anterior, o consumo de aço laminado na América Latina se recuperou, superando as expectativas no início de 2019. O consumo, de janeiro a julho, caiu 4% em relação ao mesmo período de 2018. Após a queda vista em junho, houve uma recuperação de 6% em julho. No entanto, em relação a julho de 2018, a redução no consumo ficou em torno de 3,68%. Mesmo assim, o consumo no mês foi 1% superior à média no primeiro semestre de 2019 dados divulgados no dia 1º de outubro (terça-feira), pela Asociación Latinoamericana del Acero (Alacero).

De acordo com a associação, essa variação positiva deve-se principalmente à retomada das importações da China, que cresceram novamente em toda a América Latina. Em julho, as importações chinesas da região aumentaram 5,9% em relação a junho, muito próximo do aumento de 6,3% observado de maio a junho. Grande parte do aumento registrado no sétimo mês do ano foi impulsionado pelo México, que registrou um crescimento de 7,3% no consumo em relação a junho e representa 46% (138 mil t) da recuperação da América Latina (298 mil t). Enquanto isso, As importações chinesas do México em 2019 subiram 20,1% de maio pra junho e 31,1% de junho para julho.

Nesse contexto, a produção de aço bruto e laminado na América Latina em agosto caiu 5% e 6%, respectivamente, em relação ao acumulado de janeiro a agosto de 2018. Apresentando, assim, um um déficit acumulado de 2,1 Mt na produção de aço laminado em comparação aos primeiros oito meses de 2018.

A região aumentou suas importações em 19% entre junho e julho de 2019, identificando uma queda de -0,1% em relação ao acumulado de janeiro a julho de 2018. A participação das importações no consumo regional represetava 36% no terceiro trimestre, percentual superior ao apresentado no acumulado entre janeiro e julho de 2018 (35%). O déficit registrado no período de janeiro a julho de 2019 foi de 8,06 Mt, com 69 mil toneladas a menos que o mesmo período do ano anterior (8,13 Mt). No geral, houve uma queda de 0,9% no acumulado.

"A América Latina foi punida pelo baixo consumo e pelas conseqüências das tensões comerciais. Além disso, a região enfrenta a chegada de produtos baratos sob concorrência desleal da China. Basta observar o crescimento das exportações chinesas, revelado pelos dados da OCDE do Comitê de Aço (+ 12,7%), basicamente devido à contração no consumo doméstico chinês. Sua produção aumentou de acordo com o aço mundial + 9%, enquanto nos países latino-americanos registramos uma queda de -6% ”, diz Francisco Leal, diretor- geral da Alacero.

Laminados seguem com resultados tímidos, enquanto o aço bruto avança — Com perspectivas não promissoras para os próximos meses, o déficit na produção de aço laminado da América Latina foi impulsionado principalmente pelo desempenho do México, enquanto o Brasil lidera a recuperação. Em julho, a produção acumulada de aço laminado foi 6% menor. O mês de agosto registrou uma produção 0,02% abaixo da média de 2019, o que indica uma produção cautelosamente estável, com perspectivas tímidas para a segunda metade do ano.

O México representou 68% do déficit da América Latina em comparação a 2019. O resultado mexicano indica um aumento de 2,4% em relação à produção de julho (+34 mil t), com um crescimento líquido 5 vezes maior que o regional ( +7 mil t). Com a produção de aço bruto 3% maior que em julho e agosto, ainda é o segundo pior indicador desde dezembro de 2016. A recuperação de 75 mil toneladas do Brasil representou 53% da recuperação da produção latino-americana (140 mil t), seguido pelo México com 21 mil t (15%) e Peru com 14 mil t (10%).

Déficit volta a crescer à medida que o consumo aumenta — A presença de importações no consumo latino-americano permaneceu estável, embora em nível inferior ao do ano passado. Com uma participação de 36% no consumo no ano, as importações representaram o mesmo percentual no consumo do primeiro semestre. Em julho, registrou-se um aumento de 19% em relação ao mês anterior (+311 mil t). No entanto, o resultado indicou queda de 0,1% em relação a julho de 2018 e queda de 3% no acumulado em relação ao acumulado de janeiro a julho de 2018. O México registrou um aumento de 130 mil toneladas (18%), o que representa 42% do crescimento das importações na América Latina. Enquanto o Brasil teve um aumento de 26 mil toneladas (19%), representando 8% do crescimento regional.

As exportações da região diminuíram, impulsionadas pelo volume abaixo da média do mercado brasileiro. O país registrou uma queda de 10% em relação ao mês anterior, e com julho de 2018. No acumulado do ano, a queda foi de 6%. O Brasil caiu 28% (-96 mil toneladas), acima do corte observado nas exportações latino-americanas de 74 mil toneladas. O principal crescimento ocorreu no Chile (10 mil t), Costa Rica (6 mil t) e México (4 mil t).

Balança segue deficitária — Em julho, a balança comercial da América Latina registrou seu maior déficit desde abril, mas com um crescimento de 44% em relação a junho. Em relação a julho de 2018, o déficit avançou 6%, registrando o pior déficit do mês desde julho de 2017.

Brasil e Argentina foram os únicos países da região que alcançaram saldo positivo de 1,3 Mt, ante 1,2 Mt e 159 mil toneladas, ante 124 mil toneladas, respectivamente, em junho. O resultado mostra uma grande lacuna nos investimentos em infraestrutura de manufatura para construir sua recuperação econômica. O México, cujo saldo de -4,1 Mt ficou abaixo dos -3,5 Mt observados em junho, representa o maior déficit na região: 51% do total na América Latina, comparado a 50% em junho.

A participação da produção latino-americana no consumo no acumulado de 2019 foi de 79%, ante 81% no mesmo período do ano passado. Esse resultado mostra uma perda de espaço da indústria local na retomada do consumo. Além de um aumento não proporcional das exportações de produção, são reforçados os aspectos de desindustrialização e a perda de competitividade gerados em relatórios recentes.

Perfil — A Asociación Latinoamericana del Acero(Alacerro) é uma entidade civil sem fins lucrativos que reúne a cadeia de valor do aço da América Latina para fomentar os valores de integração regional, inovação tecnológica, excelência em recursos humanos, responsabilidade empresarial e sustentabilidade. Fundada em 1959, é formada por 40 empresas de 20 países, cuja produção é de aproximadamente 70 milhões anuais e representa 95% do aço fabricado na América Latina.

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