Arábia Saudita convida o Brasil para entrar na Opep, diz Bolsonaro

O presidente afirmou que gostaria de ver Brasil se tornar membro da Opep.

RIAD— O presidente Jair Bolsonaro afirmou no dia 30 de outubro (quarta-feira) em evento com investidores na Arábia Saudita que gostaria que o Brasil se tornasse membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Ao fazer o comentário, Bolsonaro ressaltou que essa é sua opinião pessoal sobre a eventual adesão ao grupo de produtores, que é liderado na prática pelos sauditas e reúne países incluindo a Venezuela.

Após inúmeras reuniões durante a semana, com autoridades sauditas, a Arábia Saudita convidou informalmente o Brasil para se juntar à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), disse o presidente Jair Bolsonaro — um sinal da crescente importância da nação latino-americana como produtor e do desafio que se impõe à influência do cartel nos mercados de petróleo.

Bolsonaro disse que precisaconsultar a equipe econômica e o Ministério de Minas e Energia antes de concordar em participar do cartel. Mas afirmou em um painel na conferência que estava ansioso para o país aceitar o convite.

O Brasil no cartel poderá se tornar o terceiro maior produtor da Opep, depois da Arábia Saudita e do Iraque. A produção brasileira em ascensão está complicando o esforço do cartel em sustentar os preços do petróleo diante da crescente oferta dos campos de xisto dos EUA e do enfraquecimento da demanda global.

As reservas de petróleo do Brasil são maiores do que as de vários membros da Opep, disse Bolsonaro. O Brasil e a Opep poderiam formar "uma grande parceria" ajudando uns aos outros a estabilizar os preços globais de combustíveis fósseis.

3,22 milhões (boed em 2020) — Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o Brasil produziu 2,71 milhões de barris por dia (boed) em 2018, e a previsão da produção média em 2019 é que chegue a 2,9 milhões, e 3,22 milhões barris/dia (boed) em 2020. Em agosto deste ano a produção brasileira em agosto subiu 220.000 barris por dia — um recorde de 3,1 milhões, diz o relatório da IEA.