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04/12/2019 - 08:11

Exportações de aço da América Latina ganham força

Em meio a baixo crescimento econômico, aponta Alacero.

A desaceleração global da atividade econômica e do comércio desde o início de 2018 fez o mercado global de aço voltar a condições semelhantes a 2016. Com a tendência de queda na demanda por aço em todo o mundo, a expectativa é de que a capacidade cresça novamente em países não pertencentes à OCDE, especialmente na China, e que o consumo de aço bruto entre em um período de estagnização até 2026. A América Latina é a região com o menor crescimento econômico e, embora as circunstâncias sejam diferentes em cada país, em geral, o descontentamento predomina diante das incertezas e destaca-se a questão da desigualdade econômica, de acordo com dados divulgados pela Associação Latino-Americana do Aço(Alacero), no dia 03 de dezembro (terça-feira).

Nesse contexto, a produção de aço bruto em outubro foi 14% menor que no mesmo mês de 2018, totalizando 5.674 Mt. O acumulado do ano até outubro foi 8% menor que no mesmo período de 2018 (55.344 Mt). O resultado também caiu 4% em comparação com a média dos primeiros 9 meses. Mesmo assim, o saldo regional foi positivo, com aumento de 4% em relação ao mês anterior (200.000 t), dos quais o Brasil representou 97%, embora essa participação tenha sido 19% menor que em outubro de 2018.

Mesmo com o crescimento da produção brasileira, a baixa taxa de produção na América Latina no início do quarto trimestre aponta para baixas perspectivas de retomada até o final do ano, o suficiente para reduzir o déficit acumulado de 2019. Espera-se que a recuperação econômica ocorra em 2020, especialmente com reformas e a resolução de crises nacionais.

“Quando há uma redução na demanda doméstica, as empresas produtoras de aço, sendo intensivas em capital e continuidade operacional, equilibram sua produção com a exportação. Nesses casos, as exportações, apesar de favorecerem a balança comercial, têm essa contrapartida ao custo de preços baixos, uma vez que a maioria de nossos governos não incentiva suficientemente as exportações como parte do incentivo à competitividade dos paises. Apesar da redução do déficit, os resultados de setembro mostram que as expectativas para o final do ano devem ser revistas devido ao baixo nível de consumo e consequentemente ao baixo nível de produção ”, afirma Francisco Leal, diretor geral da Alacero.

Em outubro, a produção de aço laminado totalizou 4.060 Mt, o pior indicador desde fevereiro. O resultado representa uma queda de 12% em relação a outubro de 2018 e de 2,5% em relação ao mês anterior. O acumulado do ano foi 8% menor que o mesmo período do ano passado, atingindo 42.367 Mt. O número também foi 5% menor que a média dos primeiros 9 meses do ano.

O saldo regional diminuiu 3% em relação a setembro, um déficit impulsionado principalmente pelo Brasil (84%), apesar do forte crescimento da Argentina e do México, 12% e 2%, respectivamente, o que reduziu 73% do impacto brasileiro. Mesmo assim, o déficit remanescente, embora mínimo, apresenta um cenário de contração na produção que atingiu a 3ª queda mensal consecutiva e apresenta baixas taxas para o início do 4º trimestre, desfavoráveis à recuperação da queda acumulada.

Importações diminuem — Em setembro, as importações totalizaram 1.761 Mt, que, embora representem o melhor indicador desde junho, ficaram 4% abaixo do resultado observado no mesmo mês de 2018. O acumulado até setembro permaneceu 3% menor que o mesmo período do ano passado (17.311 Mt). No entanto, o número final caiu 12% em relação a agosto e 9% em relação aos primeiros 8 meses de 2019. Um ponto positivo no terceiro trimestre foi a ligeira queda de 1% em relação ao trimestre anterior da participação das importações chinesas, que representou 23% do total de importações.

Crescimento das exportações — As exportações totalizaram 718 mil toneladas, um aumento de 22% em relação a setembro de 2018. Maior indicador desde junho, o resultado foi 11% superior ao registrado em agosto, embora o acumulado até setembro tenha diminuído 6% em relação a setembro de 2018 e à média dos primeiros 8 meses do ano. Esse resultado foi impulsionado pela queda de 39% nas exportações argentinas em relação a agosto, compensada pelo aumento de 51% nas exportações brasileiras de aço. No entanto, até o momento, as exportações desses países aumentaram 6% e 1%, respectivamente.

Recuperação da balança — A balança comercial latino-americana registrou um saldo negativo de 1,04 Mt, déficit 23% menor que agosto e 17% menor que setembro de 2018, e ainda, o indicador mais favorável desde junho. O déficit acumulado até setembro também foi menor do que no mesmo período do ano passado (-1,3%).

Em setembro, o consumo de laminados atingiu 5.238 Mt, o pior indicador em 3 meses, 6% inferior a agosto e também em relação ao mesmo mês de 2018. O acumulado até setembro permaneceu 5% menor que no mesmo período do ano passado, e o resultado foi 4% inferior à média dos primeiros 8 meses de 2019. Um dos principais fatores que contribuíram para esse resultado foram as crises políticas na Colômbia, Chile, Peru e Equador, além de da recessão econômica na Argentina e no México.

Os países que apresentaram saldo positivo até setembro foram Brasil e Argentina, enquanto os maiores saldos negativos foram México, Colômbia e Chile. O saldo regional caiu 6% em relação a agosto e foi liderado pelo México, Chile, Brasil e Argentina. A Costa Rica, por outro lado, retomou o consumo com um aumento de 51% em relação ao mês anterior.

Com uma paralisação do consumo no terceiro trimestre abaixo do esperado e um nível de produção menor em outubro que a média anual, as perspectivas para 2019 estão passando por um novo ajuste para 65 Mt do consumo total. A redução do déficit comercial deve ser acompanhada de uma retomada dos níveis de produção até 2020, com a expectativa de aumento do consumo e fortalecimento do mercado interno.

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