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21/01/2020 - 08:51

A importânca da disciplina corretiva


Temos acompanhado em nossos dias, através dos resultados de estudos sociológicos que um dos grandes problemas do aumento da delinquência juvenil, deve-se ao fato de que esses jovens não foram ensinados por seus pais acerca dos limites comportamentais. Para piorar ainda mais a situação, quando a criança e/ou pré-adolescente, comete alguma conduta inapropriada ou não permitida, não recebem nenhum tipo de advertência ou correção por parte de seus pais.

Com isso, eles passam a interiorizar e a pensar que essas condutas são tidas como normais, mas não são (ou não deveriam ser)! Com o resultado desses estudos, os pesquisadores asseguraram que se você quiser criar um delinquente, basta apenas “nunca dizer não” para seu filho. Assim, ele sempre vai pensar que as pessoas devem dar tudo o que ele quer e deseja, sem que tenha de fazer qualquer tipo de esforço para consegui-lo.

O psiquiatra, escritor e palestrante Augusto Cury, num de seus mais recentes livros, intitulado: “Socorro, meu filho não tem limites”, descreve acerca da importância do estabelecimento de limites à criança e ao adolescente. Ele acrescenta que o quanto mais cedo for feita a sua aplicação, melhor. Nesta obra literária, ele destaca dez limites inteligentes a serem aplicados pelos pais aos filhos. Dentre eles, escolhemos destacar seis:

1. Não dê presentes em excesso: muitos pais, por não estarem presentes na vida dos filhos, começam a encher-lhes de presentes. Esta prática irá gerar ansiedade por novos produtos e pode promover uma insatisfação crônica. Vale ressaltar que o presente, por mais caro e melhor que seja, nunca irá substituir a presença dos pais (acréscimo nosso);

2. Fazer algumas tarefas domésticas: parece um tanto banal, mas não é não. Desde pequeno, estimule seus filhos a arrumarem suas camas, recolherem os brinquedos espalhados pelo chão da casa e colocar no devido lugar. O simples ato de enxugar e guardar pratos e talheres irá ajuda-los a entender que eles fazem parte de um time, de uma família;

3. Realizar as tarefas escolares: eles devem aprender que a escola é um restaurante do conhecimento e não uma fonte de tédio. Aprendemos quando criança de que a escola era a extensão de nossa casa. Portanto, neste lugar dever haver um ambiente tranquilo, agradável e prazeroso. Desta forma, fica mais adequado para o aprendizado (acréscimo nosso);

4. Usar o celular ou computador com inteligência: não podemos esquecer que a intoxicação digital tem sido fonte de graves transtornos emocionais e com sérias consequências para a saúde mental da pessoa, inclusive, já existem clínicas terapêuticas para o tratamento do dependente virtual. O autor sugere aos Pais, que estipulem entre duas a três horas por dia (nos games) e três vezes por semana para a sua utilização para outros fins (tipo estudo ou pesquisa, acréscimo nosso). Lembrando que os celulares e os videogames estão matando a empatia e a capacidade de lidar com frustrações na personalidade dos indivíduos, principalmente dos nossos adolescentes (acréscimo nosso);

5. Não usar dispositivos eletrônicos na mesa de refeição: podemos dizer que é um crime pais e filhos acessarem as redes sociais e e-mails enquanto comem à mesa. O diálogo familiar morre e o amor familiar adoece. Precisamos urgentemente resgatar o hábito e a tradição de reunirmos a família à mesa, para fazermos as refeições juntos. ; pelo menos uma vez ao dia.

Não devemos esquecer de que a mesa nos proporciona um lugar de: socialização, adoração, celebração, comunhão, diálogo, ensino, gratidão e reverência, entre outras coisas (acréscimo nosso).

6. Ter horários para a prática de esportes e leitura de livros: essas duas atitudes abrem janelas saudáveis que tranquilizam a mente humana. Além disso, essas duas ações ajudam a oxigenar a mente deixando-a disposta para o recebimento de informações e aprendizado. Como também ajuda o nosso corpo, melhorando todas as suas funções orgânicas (acréscimo nosso).

Voltando a falar acerca da aplicação da disciplina corretiva, gostaria que o leitor atentasse para as palavras sinônimas que serão usadas para representar esta correção, tais como: advertência, pena, juízo ou sanção. Não devemos esquecer de que a disciplina sempre fez parte da história da humanidade. Você deve se lembrar do que foi aplicado ao primeiro casal – Adão e Eva, por sua desobediência á ordem dada por Deus (cf. Gênesis 2:16; 3:6-7,16-19)?

A disciplina ou mandamento, nada mais é do que um conjunto de normas e regulamentos que devem ser respeitadas por todos os componentes duma sociedade. Logo, as pessoas que fazem parte desta comunidade deve submeter-se a elas, caso contrário, poderão sofrer sanções por terem violado um ou mais de seus regramentos.

1. Disciplina Aplicada ao Povo Rebelde — Deus, como sendo o criador de tudo que existe na face da terra (cf. Salmo 24:1-2), foi também o idealizador acerca do surgimento da disciplina corretiva. Ao colocar uma de suas maiores criações no Jardim do Éden, o homem chamado Adão - e sua adjutora, Eva, advertiu-os de forma bem clara sobre a aplicação da disciplina, declarando em que caso ela poderia ser aplicada sobre eles:

Gênesis 2:16-17. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da arvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Nas civilizações que nos antecederam, havia uma disciplina ou pena a ser aplicada ao violador de hábitos e costumes de seus povos. E, posteriormente, a esse costume, na esfera jurídica, deu-se o nome de Direito Consuetudinário. Sendo ainda o costume, uma das fontes mais antigas do direito. Interessante ressaltar acerca deste ponto, que durante bom tempo de nossa história, o violador da norma social não recebia a sanção de forma individualizada (somente aplicada a ele), mas toda a sua família e parentes próximos eram penalizados. Veja abaixo, o que escreveu o jurista Paulo Dourado de Gusmão (2003, p.288).

“A noção de culpabilidade (responsabilidade por seus atos) lhe é estranha, respondendo o criminoso pelos seus atos, independente de culpa, juntamente com sua família, sendo destruídos os seus pertences e tudo o que ele houver tocado com suas mãos”.

Nessa época, não havia sido criado e nem colocado em pratica a individualização da pena. Logo, respondia toda a família, o clã, a tribo ou os parentes mais próximos (de sangue) do transgressor da norma. Nesse contexto, vale apresentar algumas narrativas registradas nas Escrituras Sagradas, para melhor entendimento:

Números 16:1-3. E Corá (... ), filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão (...), filhos de Rúben, e levantaram-se perante Moisés com duzentos e cinquenta homens dos filhos de Israel, maiorais da congregação, chamados ao ajuntamento, varões de nome. E se congregaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Demais é já; pois que toda a congregação é santa, todos eles são santos, e o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?

A princípio, apenas Corá (ou Coré) deu início a rebeldia contra esses dois homens de Deus. Posteriormente, conseguiu persuadir várias pessoas, entre elas, pessoas importantes daquele povo, aproximadamente duzentos e cinquenta homens. Deus acabou trazendo um juízo a toda a família de Corá e aos duzentos e cinquenta homens que o apoiaram, contrários a liderança de Moisés e de Arão.

Números 16:28,31-32,35. Então, disse Moisés: Nisto conhecereis que o Senhor me enviou a fazer todos estes feitos que de meu coração não procedem. (...). E aconteceu que, acabando ele de falar todas estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. E a terra abriu a sua boca e os tragou com as suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Corá e a toda a sua fazenda. (...). Então, saiu fogo do Senhor e consumiu os duzentos e cinquenta homens que ofereciam o incenso.

Neste episódio, todo o povo hebreu que havia saído do Egito com Moisés e Arão, estava a caminho da terra prometida. Eles montaram as suas tendas para pernoitarem e descansar. Quando veio o juízo de Jeová apenas sobre os rebeldes, os demais foram testemunhas oculares do que ocorrera e temeram.

1. 1 Exemplo de Disciplina da parte do Senhor — No Antigo testamento há vários exemplos do juízo de Deus sobre o povo rebelde e desobediente as suas ordens e mandamentos. Podemos ilustrar a comunidade do tempo do patriarca Noé. Vendo Deus que a maldade e a violência daqueles homens se multiplicava (cf. Gênesis 6:5,13), e achando graça ao olhos do Senhor, determinou-lhe que construísse um grande barco de navegação marítima – a Arca.

Gênesis 6:14. Faze para ti uma arca da madeira de gofer, farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. (...). 7:1,4. Depois disse o Senhor a Noé: Entra tu e toda a tua casa na arca, porque te hei visto justo diante de mim nesta geração. (...). Porque passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites; e desfarei de sobre a face da terra toda substância que fiz. E fez Noé conforme tudo o que o Senhor lhe ordenara. E era Noé da idade de seiscentos anos, quando o dilúvio das águas veio sobre a terra (grifamos).

Entre toda a população existente á época, somente Noé achou graça diante dos olhos de Deus, por adotar uma vida moderada e justa. O juízo ou a disciplina da parte de Deus, fez com que toda a população daquela região morresse afogada; apenas Noé e sua família foram poupados pelo Senhor,isto é, oito almas viventes (cf. Gênesis 7:22-23). No entanto, quando nos voltamos para a vida cristã ou religiosa, devemos ter o mesmo pensamento e fazer a mesma aplicação que era feita no passado, embora em proporções distintas daquela. Para isso, escolhemos o texto que está registrado na Primeira Carta aos Corintos 5:1-5:

1 Coríntios 5:1-5. Geralmente, se ouve que há entre vós fornicação e fornicação2 tal, qual nem ainda entre os gentios (ímpios ou incrédulos), como é haver quem abuse da mulher de seu pai. Estais inchados e nem ao menos vos entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. Eu, na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos a vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus (acréscimo nosso).

Fazendo uma interpretação de forma superficial e rasa do texto em destaque, você pode pensar que a recomendação a ser feita ao violador da Lei Divina – o pecador, pelo apóstolo Paulo, pode parecer um tanto quanto rigorosa, mas não é! Por isso, detalharemos melhor a narrativa para tentarmos atingir o propósito da escrita deste artigo. Esta Epístola foi direcionada a igreja que estava situada na cidade de Corinto, cuja localização geográfica trazia grande importância à época.

Durante a hegemonia do Império Romano, esta cidade, juntamente com as cidades de Roma, Éfeso e Antioquia, era a mais importante da Grécia. Ela ficava num istmo, ou seja, uma faixa de terra que une uma península a outro continente, colocando-a numa posição estratégica, tornando-a maior, mais opulenta e importante da Grécia. Além disso, possuía dois portos excelentes, onde passavam o comercio para o mundo.

Nesta cidade, havia muita licenciosidade e luxúria por parte da população local. Nela, entre outros deuses (Apolo, Zeus, etc.), cultuava-se a deusa romana Vênus, onde seus rituais eram totalmente depravados e vergonhosos. Em lá chegando, o apóstolo Paulo permaneceu por um período de aproximadamente 18 meses, pregando a Palavra de Deus e disputando com líderes da Sinagoga local.

Atos 18:1-4. Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto. (...). E todo o sábado disputava na sinagoga (igreja judaica) e convencia a judeus e gregos. (...). E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus (acréscimo nosso).

Durante o tempo de sua permanência, muitas pessoas creram nas palavras que o Senhor colocava na boca do Apóstolo, representando ser fielmente o Embaixador de Cristo (cf. 2 Coríntios 5:20). E entre elas, estavam pessoas de posições sociais e religiosas importantes da sociedade (formadores de opinião): “E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; também muitos dos corintos, ouvindo-o, creram e foram batizados” (Atos 18:8).

Passado algum tempo depois de sua partida, Paulo, embora distante da cidade e da igreja de Corinto, ficou sabendo de alguns pecados que estavam sendo cometidos no seio da igreja, isto é, praticados por seus membros. O que mais chamou a sua atenção e lhe causou perplexidade, foi em relação ao pecado de fornicação, mas não aquela comum que era praticada pelo ímpio, mas a de que o seu violador era um filho que mantinha relações sexuais com a esposa de seu pai. Provavelmente a sua madrasta.

E, segundo a fala do próprio apóstolo, pecado este, que nem o pior ímpio daquela cidade costumava praticar: “(...) e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios...” (Atos 5:1b). Se esse fato chegou ao conhecimento do apóstolo Paulo, que estava “ausente no corpo da igreja “(no local)” bem distante; podemos concluir que não somente a liderança local sabia do fato, como também os membros da igreja e, ainda pior, pessoas não cristãs (incrédulos). Conclui-se que eles estavam tolerando a imoralidade sexual em seu meio, agravando ainda mais o pecado cometido.

Na verdade, apropriando-nos da própria simbologia teológica, eles estavam “macualando” a noiva de Cristo. Tem um ditado popular muito antigo, mas que ainda ouvimos algumas pessoas falarem, que diz assim: “é preciso retirar a maça podre do meio das outras que estão na caixa, senão todas apodrecerão”. Paulo, de forma semelhante a este adágio, embora com objetividade e propósito diferente, diz que:

1 Coríntios 5:3-5. Eu, na verdade, (...), já determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, (...), seja entregue a Satanás (“retirado da caixa de frutas”) para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus.

Se atentarmos para a questão das frutas e dos vegetais, realmente é assim que as coisas acontecem. Assim que observarmos um ou outro se deteriorando em meio aos demais, temos que retirá-los para não perdermos todos eles. Em relação a igreja visivel do Senhor Jesus Cristo, o ato de retirada do membro faltoso em relação aos demais, é muito parecido. Embora, o faltoso (pecador) possa continuar se reunindo com os demais membros, para adoração ao Senhor, algumas prerrogativas lhe serão retiradas ou limitadas.

Geralmente, uma igreja evangélica séria e que apregoa a verdadeira da Sã Doutrina – “Sola Escriptura3”, quando se sabe do cometimento do pecado e, principalmente, quando se torna público, ela afasta o faltoso por um período de tempo da participação da Ceia do Senhor – ato que representa a Comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo. Como também o afasta de todas as funções ou cargos exercidos na Igreja.

Esta disciplina é pedagógica, corretiva e curativa, mesmo que no início traga constrangimento e sofrimento ao pecador, mas tem um propósito divino para tudo isso: fazê-lo refletir acerca de seu erro e ser curado. Por isso, os demais membros da igreja não podem abandoná-lo (a) e muito menos ficar tocando no assunto. Por outro lado, o membro disciplinado deve continuar a frequentar os cultos oficiais da igreja, mas com o devido acompanhamento e tratamento por sua liderança (aconselhamento). Tudo isso, com o propósito de reintegrá-lo a comunhão da igreja. Infelizmente, muitas igrejas cristãs da atualidade, estão relapsas em relação à aplicação da disciplina eclesiástica.

O pior de tudo, é que pode ocorrer a seguinte situação: você ir entusiasmado (a) convidar uma pessoa conhecida para ir ao culto da igreja em que é membro; mas, de repente, é surpreendido (a) ao ouvir de sua boca a seguinte fala: “nem pensar, pois conheço muitas pessoas que a frequentam, inclusive o Pastor (a Liderança), que praticam muitas coisas erradas, ou seja, que não condizem com a Palavra de Deus”. Dito com outras palavras, eles não vivem o que pregam no púlpito da igreja. No entanto, se a liderança da igreja (Pastor, Evangelista, Presbítero, Bispo, Padre, Reverendo, Apóstolo etc.), ao saber do cometimento de pecado entre seus membros e não tomar uma atitude em relação ao violador, principalmente quanto à aplicação duma disciplina corretiva; este dirigente será conivente com o pecado cometido. Em outras palavras, ele também estará cometendo pecado.

Estima-se que entre tantos casos, o dirigente fica com medo de confrontar o violador e colocá-lo em disciplina, haja vista que uma de suas primeiras reações poderá ser a de sair da igreja. E, com isso, o líder acabará perdendo um “bom dizimista e ofertante”. É triste, mas é desta forma que muitas pessoas, tanto lideres como membros, estão tratando a noiva do Senhor – a Igreja. Como também o genuíno evangelho de Cristo. A que ponto chegamos!

Louvo á Deus pelas igrejas cristãs brasileiras (e suas lideranças) que fazem conforme o que recomenda a Palavra de Deus, pois não existe maior comprovação de amor como a atitude tomada por Jesus Cristo, colocando-se à morte por nós, miseráveis pecadores: “(...), vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco” (cf. 2 Coríntios 13:11). Entretanto, esse mesmo Deus que é Amor em sua essência, também disciplina a quem ama: “Filho meu, não rejeites a correção do Senhor, nem te enojes da sua repreensão” (cf. Provérbios 3:11).

A correção e a disciplina aplicada no momento e na medida certa, pode fazer nascer à sabedoria. Por isso, pais, lideres e responsáveis por quaisquer instituições sociais, religiosas e/ou profissionais, não abram mão de que, em se comprovando o cometimento de um pecado (erro ou violação á norma), que haja à aplicação duma advertência, mesmo que seja verbal e em particular (cf. Mateus 18:15), pois servirá de exemplo aos demais e, também, de ordem pedagógica.

Penso que na esfera eclesiástica deva ser tomada a mesma atitude. Se o pecado chegar ao conhecimento somente da liderança da igreja, chama-se em gabinete somente o violador e o ouça (dê-lhe o direito de defesa). Após isso, certificando-se da transgressão cometida por ele (se possível, ouça testemunhas), aplica-lhe a correção devida ao caso (nem os membros e, muito menos, os ímpios precisam saber). No entanto, caso já tenha chegado a conhecimento de seus membros e, pior, de pessoas não cristãs (visitantes ou vizinhos da igreja), aplica-se a disciplina corretiva de forma a se tornar pública, isto é, em reunião de membros (sem a necessidade de detalhar ou dizer o fato em si).

Neste caso, como diz o apóstolo Paulo, com a aprovação em Assembleia: “(...), em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, (...), juntos a vós (á igreja) e o meu espírito”, (...), seja entregue a Satanás”. (cf. 1 Coríntios 5:3-5). Em outras palavras, que o violador sofra a disciplina. Gostaríamos de concluir esse artigo, mas não esgotando o assunto, deixando bem claro aos irmãos e leitores, que não sou a favor do abuso de autoridade e nem mesmo da prática de violência (verbal ou física) contra quaisquer pessoas.

Para tanto, no cometimento duma transgressão e de acordo com a sua gravidade, somos favoráveis a aplicação da disciplina corretiva ( temos várias formas de fazê-la), mas aplicada com amor e sem exageros e excesso.

Provérbios 13:24. O que retém a sua vara aborrece (não ama ou ama menos) a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga (aplica a correção).

Deve ser enfatizado de que quem ama corrige. Em muitos casos, o próprio aplicador da correção irá sofrer também e, ás vezes, mais que a própria pessoa a ser disciplinada. Para encerrarmos, podemos fazer uma comparação e aplicação bem prática e atual: todas as vezes que levamos nossos filhos pequenos para vacinar, sofremos com este ato (um pouquinho mais às mães).

Entretanto, sabemos acerca da importância e da necessidade desse ato para o bem-estar e da própria vida de nossos filhos. Lembre-se: nunca faça a aplicação da disciplina num momento de ira ou de ressentimentos, muito menos com o sentimento de vingança, pois ela deve ser aplicada com e por amor. E não se esqueça de que o amor é a verdadeira essência da vida humana.

. Por: Eduardo Veronese da Silva, Evangelista e Membro da As. de Deus Nova Vida – Vila Velha/ES, Professor de Educação Física, Bacharel em Direito, Pós-graduado em Direito Militar. | Site de vendas do livro: www.biblioteca24horas.com.br | E-mail do autor: [email protected]

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