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11/03/2020 - 08:22

Consumo latino-americano de aço cai 5% em 2019, diz Alacero


Menor consumo de aço reflete uma contração econômica significativa e indica um 2020 desafiador para a indústria siderúrgica da região.

O desempenho do consumo de aço na América Latina em 2019, registrou uma queda de 5%, totalizando 64 milhões de toneladas. Esse resultado indica um ano de desafios para a economia da região e aé um sintoma do agravamento do processo de desindustrialização que pode impactar a estabilidade dos 260 mil empregos diretos do setor.

O menor consumo de aço na região reflete uma significativa contração econômica dos países latino-americanos, particularmente das três principais economias da região: México, Argentina e Brasil, que explicam 87% da redução. Entre as principais razões para essa situação encontram-se a desaceleração econômica mundial, os menores preços dos commodities, as disputas comerciais dos EUA com seus parceiros, a redução do comércio mundial e as incertezas políticas com seus efeitos sobre investimentos nesses países e em seus vizinhos na América Latina.

Ao comparar a tendência de consumo em anos anteriores, observa-se uma queda gradual desde 2014, quando o consumo atingiu seu nível mais alto (72,1 Mt). Essa queda representa um retrocesso com relação ao que foi inicialmente projetado, um total de quase cinco milhões de toneladas.

“Observamos com preocupação esse resultado que deixa mais grave a situação, refletida nos estudos da associação, no que se refere ao processo de desindustrialização que a região vem sofrendo. Atualmente, estamos atualizando este estudo para a América Latina” comentou Francisco Leal, diretor-geral da Alacero.

De acordo com Germano Mendes de Paula, professor de economia da Universidade Federal de Uberlândia,(Minas Gerais, Brasil, e especialista na indústria siderúrgica, — "o desemprego é um efeito do processo gradual que entrou em nossa região desde meados da primeira década do século, o que chamamos de desindustrialização", afirma. Segundo ele, o setor representava 30% do PIB da América Latina em 2000, mas atualmente corresponde apenas a 15%.

“O consumo de aço é um reflexo do dinamismo industrial. Todas as indústrias consomem aço: construção, automotiva, máquinas e equipamentos, embalagens, agricultura etc. A queda ou o baixo crescimento no consumo de aço é mais grave nos países emergentes, pois ainda precisam importar mais bens de capital que os países industrializados”, explica Mendes de Paula.

Em 2020, a expectativa inicial na América Latina é de um crescimento de 2,8% no consumo de aço, que deve atingir 66 milhões de toneladas. A projeção é influenciada pelo Brasil, a principal economia da região, que possui perspectivas favoráveis para este ano, pelas reformas econômicas que vêem sendo implementadas.

Essa estimativa pode mudar dependendo dos efeitos econômicos do coronavírus que, já causou volatilidade financeira e econômica; o que se converteu em revisões depreciadas das previsões econômicas realizadas no início do ano.

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