Testes de vacina em aerossol apontam resultados promissores

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a fase I dos testes clínicos da vacina para sarampo em aerossol, iniciada em 2006 em três regiões da Índia, proporcionou resultados promissores em termos de resposta imunológica

O sarampo ainda é uma das maiores causas de mortes de crianças em países em desenvolvimento. Em 2002, a OMS em parceria com o E.U. Centers for Disease Control and Prevention e a Cruz Vermelha desenvolveu o projeto da vacina em aerossol para reduzir o número de infectados e mortos de forma mais segura e rápida que a tradicional vacina injetável. Isso porque, em alguns países, ainda é limitada à disponibilidade de uma pessoa treinada para administrar injeções com segurança, problema que se intensifica durante campanhas em massa quando milhões de doses de vacina são distribuídas à população.

Cerca de um terço das doses injetáveis nesses países causa sérios problemas para a comunidade. A coleta e a eliminação das seringas são realizadas de forma errada e insegura, dando margem à reutilização de agulhas e outros componentes.

Há 25 anos, o renomado pesquisador Albert Sabin antevia a imunização em massa pela inalação do remédio como uma arma potencial na eliminação rápida e massiva do sarampo no mundo todo.

Para a Associação Brasileira de Aerossóis e Saneantes Domissanitários - Abas, essa inovação pode trazer diversos benefícios. "A imunização em massa, num curto período de tempo, tem o potencial de eliminar rapidamente o sarampo como um problema de saúde pública”, diz o presidente da entidade, Hugo Chaluleu.

Apesar de o sarampo estar erradicado no Brasil, a novidade abre precedente para a prevenção de outras doenças, seguindo o mesmo método de imunização. “A criação da vacina em aerossol pode contribuir para os esforços de controle de vários doenças, como a gripe e a caxumba”, completa. Ainda segundo a OMC, uma série de testes fundamentais começará na Índia durante o semestre.