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31/03/2020 - 08:33

Ipea projeta queda no PIB em 2020 por conta do impacto do Covid-19

Na economia brasileira. Pesquisadores analisaram cenários em que isolamento social duraria mais um, dois ou três meses.

Diante da pandemia associada ao novo coronavírus (Covid-19), as previsões para o desempenho da economia mundial foram fortemente revistas para baixo. A partir da análise das medidas de política econômica apresentadas para mitigar os efeitos da crise aguda, os pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentam previsões para a economia brasileira condicionadas ao tempo de isolamento social. A análise de conjuntura trimestral foi divulgada no dia 30 de março (segunda-feira).

No cenário de quarentena até o final de abril, a previsão é o PIB encerrar o ano com variação negativa de 0,4%. Nos cenários com isolamento por dois e três meses, o resultado do PIB seria de - 0,9% e - 1,8%, respectivamente. “Mantemos fixa a hipótese de rápida recuperação parcial da atividade econômica já no terceiro trimestre deste ano”, informa o diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo DE Castro Souza Júnior. Ele ressalta, no entanto, que essa hipótese depende da efetividade das políticas econômicas mitigadoras sendo adotadas no Brasil e no mundo, e de um relativamente rápido avanço no controle da pandemia, que permitiria a retirada gradual das medidas restritivas.

O estudo do Ipea inclui uma revisão para baixo das projeções de inflação para 2020. Para o IPCA, a previsão passou de 3,3% para 2,9%. Já para os preços administrados, a expectativa recuou de 3,9% para 3,4%, enquanto a projeção de inflação de bens livres (exceto alimentos), antes de 1,7%, passou para 1,5%. No caso da inflação de alimentos, a previsão foi ajustada de 4,2% para 3,8%. Para o setor de Serviços, segmento mais impactado pela crise, a expectativa de alta de preços recuou de 3,3% para 2,8%.

Atividade econômica em queda — O Grupo de Conjuntura do Ipea também faz uma análise dos indicadores mensais. Apesar do ritmo de aceleração da economia no início de 2020, deve haver queda no desempenho dos indicadores a partir do mês de março, por conta dos efeitos da pandemia do Covid19. Para fevereiro, cujos números ainda não foram divulgados, a previsão dos pesquisadores é de alta de 0,3% na produção da indústria na comparação com janeiro, na série com ajuste sazonal. Há estimativa de alta de 0,4% para o comércio e recuo de 0,3% para os serviços (segmento que deve ser mais fortemente impactado) no mesmo período.

A pandemia do Covid-19 também deve impactar as indústrias extrativas, que encerraram 2019 com queda de 1,1% no PIB, ainda influenciada pelo desastre ocorrido na barragem de Brumadinho. O Ipea trabalhava com um cenário de recuperação para o setor, mas revisou a projeção de crescimento de 6,5% para 2,5% em 2020.

PIB Agro em alta — Sob a ótica da produção, as principais commodities agropecuárias brasileiras deverão sofrer pouco impacto decorrente da Covid-19. Levando em consideração a previsão de safra do IBGE e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o PIB agropecuário deve fechar 2020 com um crescimento de 3,8%. Mesmo com a simulação do impacto de choques negativos na economia em razão do novo Coronavírus, semelhantes à crise de 2008, a expectativa é positiva: alta de 2,5% sustentado pela estimativa de safra recorde de soja.

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